Música, por favor
Sérgio Godinho - Espectáculo
Bem, agora que já é conhecido o adversário de Portugal nas meias-finais, acho que devo falar no Euro-2012 a fim de tecer considerações importantíssimas sobre a temática e a fim de publicar os meus votos para os resultados. Qual saudoso polvo Paul, poderia também dizer que talvez ganhemos o próximo jogo por um golo a nosso favor e também por um o seguinte, mas deixo isso para bichos mais videntes (ou visionários?) que eu.
A minha relação com o futebol é digna de ser relatada agora, no dealbar da silly season.
Não consegui ainda entender quando é que um jogador está fora de jogo, nem quando é que o que fazem dá direito a livre ou a coisas do género. Se pergunto dizem-me, desdenhosos: 'Esquece, desiste. Nunca vais conseguir perceber' e eu desisto porque o interesse na matéria esmorece facilmente.
Mas, quando a nossa Selecção participa em campeonatos como este, fico interessada durante os jogos em que participa. Fico interessada é uma forma generalista de falar porque, verdade, verdadinha, o que acontece é que me distraio permanentemente e, por isso, tenho sempre outra actividade entre mãos. Mas, mal na sala se ouve uma respiração agitada, gritos, impropérios, ou se, pela toada dos comentadores, percebo que há risco ou golo em perspectiva, então desperto e empolgo-me e, se Portugal mete golo, fico toda contente.
Tirando isso, durante os outros jogos, dou uma espreitadela displicente a ver se há algum motivo de interesse.
Já agora: na nossa selecção também há mas vocês, se lêem com atenção o que aqui escrevo, já devem ter percebido que me refiro ao Bruno Alves.
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Bruno Alves em campo - uma presença que se impõe |
Em tempos, se a França jogava eu prestava atenção ao que se passava em campo: passava-se o Zidane.
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Zinédine Zidane, que entretanto já completou 40 anos |
Eu achava-o (e agora ainda o acho mais!) um homem interessantíssimo. Por essas alturas foi feito um inquérito internacional e ele aparecia como o homem mais sexy do mundo. Pois claro. Nestas coisas, os meus gostos alinham pelo gostos das maiorias.
Pois este ano descobri outro que, na actualidade, é capaz de destronar o Bruno Alves. Trata-se do Giórgos Samarás (e só não me arrisco a escrever aqui o nome em grego com receio de trocar as mãos e ainda me sair alguma inconveniência), é grego e é um rapaz de 27 anos e 1,89 m de altura.
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Samaras - dá gosto vê-lo em acção. Pena que já não jogue mais no Euro 2012 . |
Marcou o golo da Grécia contra a Alemanha e mostrou uma raça cheia de graça. Ainda não destrona o Zidane porque lhe falta aquela sagesse que adquirirá com o tempo, já que ainda é muito novinho, mas eu acho que tem potencial, tem, tem.
E sobre este campeonato não me ocorre mais nada a não ser que era bom que batêssemos a Espanha e que a seguir fossemos mostrar à Merkel que, afinal, em Portugal não somos todos uns lambe-botas (podia usar outra palavra que não botas mas não sou uma mulher do norte, pelo que só estou habituada a usar linguagem de salão). Ou seja, reformulando: gostava que ganhássemos o Euro 2012, claro, e teria um saborzinho gourmet se a vitória fosse contra a Alemanha.
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Adenda: enquanto escrevo estou a ver o telejornal e acabo de ouvir duas coisas fantásticas.
A primeira foi Passos Coelho já a admitir mais medidas de austeridade - mas não é a isso que me referia pois ele não sabe fazer mais nada senão aumentar impostos ou cortar ordenados pelo que, tendo implementado medidas que deram para o torto é natural que, esperto como é, opte por voltar a fazer o mesmo. Não: o meu espanto foi ele ter usado a palavra quaisquer, usando-a correctamente como plural de qualquer. Fiquei espantada.
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Paulo Portas e Passos Coelho - os líderes dos dois partidos do Governo, ou seja, os dois principais responsáveis pela Governação e pelo estado da Nação |
A segunda foi ter ouvido alguém a falar um espanhol perfeito, cheio de eloquência, até usando inflexões guturais como um genuíno espanhol ou um mexicano - dizendo que se quisessem vir para Portugal com os bolsos cheios ganhariam logo um visto permanente ou coisa do género e gabando-se de estar sob tutoria como se fosse uma coisa boa, a mesma que fez os anfitriões tirarem o pé da lama - parecendo-me ser a voz de Paulo Portas. Olhei e era mesmo. Acho que estava na Colômbia. Então não é bom estarmos aqui a mando da troika, hombre? Por supuesto!
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E é isto.
Tenham, meus Caros, um domingo muito bom!
Tenham, meus Caros, um domingo muito bom!
Estou a ver que temos algo em comum no que diz respeito ao futebol :))
ResponderEliminarPor onde anda o gato marafado e amarelo que estava lá no Ginjal? (gostava de tê-lo lá no meu, mas é segredo)
Esta coisa de prove que não é um robô serve para quê? É necessário esmiuçarmos os neurónios para conseguir ler isto. :))))
Já vou na quarta tentativa, perdão, quinta, estou a ver que sou mesmo um robô. :)
Um abraço e boa semana.
Olá Alice rodeada de alfazema,
ResponderEliminarPois é, estar aqui sossegada em casa, dá-me para estas redecorações virtuais. Aqui apeteceu-me vestir o UJM com as cores da bandeira portuguesa. Isto às vezes nos outros computadores vê-se com cores diferentes das que vejo no meu. Tomara que se perceba que estou a puxar por Portugal (no futebol e não só).
E lá no Ginjal agora dou sossego ao gato marafado (soube-me bem ler essa palavra, já não ouvia essa palavra há séculos. As minhas avós que tinham as suas raízes no Algarve é que a costumavam usar). Escolhi esta pintura que está numa das paredes pintadas e repintadas e a cair aos bocados lá do Ginjal. Acho bonita, tem as cores das pinturas de azulejos portugueses.
Quanto ao futebol, é isso mesmo. Estávamos bem para estarmos as duas a ver ao mesmo tempo, para irmos comentando os méritos individuais que se fossem vendo entre as quatro linhas...
Isto da prova é uma chatice, é para evitar falsos comentários escritos por máquinas para causar spam mas qualquer dia vou tirar isto e se calhar é já hoje a ver se passo a receber muito lixo. Porque se não receber, tiro aquilo de vez. É um desespero, chego a pôr-me de lado a ver se espreito aquelas letras encavalitadas que mal se percebem.
Vou já ver se percebo onde é que isso se retira para não vos sujeitar a essa prova de paciência.
Um beijinho, Alice!
Sobre Futebol (embora esteja longe de perceber da matéria), Zinédine Zidane foi um grande jogador! Dominava o “esférico” (como se diz no Norte) como ninguém. Recordo-me quando contribuiu (infelizmente) para a nossa eliminação (e da cara do excelente Figo, tristíssimo) e depois eliminaram o “invencível” Brasil por 3-0, sagrando-se campeões do mundo.
ResponderEliminarE, a acreditar nos “conhecimentos futebolísticos” de meus filhos, C.Ronaldo, Pepe, Nani, Falcão, Moutinho, Bruno Alves e etc expulsarão a Espanha e lá estaremos na final. Contra a Alemanha. Oxalá (ganhando: Portugal 3- Popota 0)!
Já quanto esta dupla – Passos e Portas –principais responsáveis , como líderes dos Partidos da coligação que nos governa, só tenho uma frase: limpem-se ao guardanapo da situação economico-financeira e social em que nos encontramos!
Quanto ao convite aos colombianos, é patético! São propostas que não terão qualquer impacto na recuperação da nossa economia (e se isso reflecte a tal diplomacia económica, estamos conversados!). Falta a este governo, PSD/CDS (Passos-Portas), imaginação para apoiar o tecido produtivo, ou seja, as nossas empresas (o que não sucede para com o improdutivo – a Banca, ao que vemos). Pergunto-me: entre alguém, empresário português que aqui investir o tal milhão de euros e o colombiano que aqui vem deixar o mesmo milhão, sabendo-se lá como o adquiriu, porquê dar a este último a facilidade de um “visto de permanência/residência” e porque não, em vez disso, conceder facilidades ao empresário português (no IRC, bonificações de empréstimo, etc) e estimular o seu investimento? O convite que foi feito aos colombianos cheira a miséria. Ao que se chegou! Mas já nada me admira vindo de quem vem, ou seja, desta maioria PSD/CDS.
E como se não bastasse, o nosso PR (apoiado pela tal maioria PSD/CDS) vai sendo apupado por onde vai passando.
Assim como assim, sempre é melhor assistir ao desempenho dos nossos jogadores. Sorte para eles, na 4ªfeira!
P.Rufino
Olá P. Rufino,
ResponderEliminar... Mas ouça lá... Eu também gostava imenso de ver o Zidane a jogar futebol. A sério. Uma máquina. Avançava com uma convicção, uma energia, que era um touro, um bulldozer, e era impossível não vencer. O olhar era felino. A sério que (também) o gostava de ver a jogar futebol.
Quanto à nossa Selecção também gostava mesmo que se superassem, para que nos envaidecessem. Até mudei as cores do Um Jeito Manso. Agora está numa onda patriótica e até a figura feminina que encabeça o blogue está nos tons da nossa bandeira. E assim vai ficar durante uns tempos, ganhemos ou não ganhemos. Temos que ter brio, temos que ter orgulho.
Apenas amando o nosso País e a nossa soberania nos bateremos a sério por ele.
O que diz, as suas sugestões, bem lógicas, denotam que sente orgulho em ser português e gostaria de o ver bem gerido, em mãos portuguesas e não dando de barato a colombianos, chineses, brasileiros, angolanos, seja quem for que apareça com um punhado de notas na mão.
O que diz é bem verdade: aos empresários portugueses esfola-se o couro e o cabelo, deixando-os sem fundo de maneio, aflitos, enquanto a quaisquer outros, se oferecem benesses. Mas a troco de quê é que colombianos vinham de lá, com um milhão de euros, para Portugal?
É que, nesta política absurda, desnorteada, este Governo nem cuida de saber a que mãos entrega o País.
E claro que Cavaco Silva é apupado por onde passa... pois se ora diz uma coisa, ora diz o contrário. Ora faz discursos inflamados contra a injustiça, contra a austeridade, contra o desemprego como, acto contínuo, promulga os diplomas que agravam cada um daqueles pontos. Onde está a coerência daquele homem? Quem é que pode já pensar que ainda se pode contar com ele?
Que chatice estes nossos governantes, que maus que são!
Mas, enfim, tenhamos agora esperança na nossa selecção. Não nos aliviará da desgraça deste país mas, ao menos, sempre nos alienamos um bocadinho o que, nos tempos que correm, já não é mau de todo.
Tenha uma bela 2ª feira, P. Rufino!