Música por favor
José Afonso - Filhos da Madrugada
Neste dia 25 de Abril, cravos vermelhos para Miguel Portas, um Homem cujo sorriso de menino não esqueceremos |
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Se tiver tempo para isso, ficará seguramente pelos piores motivos.
Não vou fundamentar o que digo pois os pontos que não abonam a favor de Pedro Passos Coelho e seu grupo de amigos são demais e hoje não quero ocupar esta página com quem não o merece. Poderia apenas tecer alguns comentários sobre a sua última falta de respeito ao dizer que os militares de Abril ou Mário Soares querem é protagonismo. Mas nem isso vou fazer.
Vou referir um facto familiar relacionado com a vida antes do 25 de Abril.
Uma das minhas avós tinha um irmão de quem eu ouvia falar à boca pequena. Em boa verdade, na altura, eu não percebia que ele era irmão da minha avó. Quando alguém da família se referia a ele dizia que era o tio mas o nome que vinha a seguir e que era um apelido não tinha nada a ver com os apelidos da família.
Vi-o pouquíssimas vezes. Tenho ideia de uma vez aparecer imprevistamente em casa da minha avó (tenho ideia de que era de noite mas não o garanto) e de nós irmos lá para o ver. Era um homem bonito e eu achava-o diferente. Lembro-me que se falava em voz baixa como se não se quisesse acordar alguém do quarto ao lado, só que não estava mais ninguém lá em casa senão nós que estávamos todos juntos.
Outra vez, eu e a minha mãe estávamos às compras e cruzámo-nos com ele. Eu era muito miúda mas lembro-me que qualquer coisa ali parecia não bater muito certo. Os cumprimentos que me pareceram efusivos no início, já eram furtivos passados uns instantes.
Vim a saber algum tempo depois que esse meu tio-avô vivia na clandestinidade. Durante grande parte da sua vida viveu preso ou deportado em S. Tomé.
Para desgosto da minha avó, o irmão morreu um pouco antes do 25 de Abril. Bateu-se tanto pela liberdade e não chegou a assistir ao derrube do regime contra o qual tanto lutou. Essa minha avó, pessoa informada, que lia muito, sempre foi também uma grande defensora dos mais puros princípios democráticos.
Como esse meu tio misterioso, muitas pessoas sacrificaram a sua vida, lutando para que Portugal passasse a ser um país evoluído, desenvolvido, democrático.
Quando comecei a trabalhar, conheci um homem, que pouco tempo depois se viria a reformar, e que contava o que era o trabalho em algumas fábricas antes do 25 de Abril nas quais tinha trabalhado antes. Havia o regime chamado de ‘o balão’, nome que se dava ao trabalho sazonal. Quando era necessário, admitiam-se pessoas que se juntavam em magotes junto aos portões. Eram os mais fortes que eram escolhidos pois o trabalho era muito pesado. Quando deixavam de fazer falta, eram postos fora. Contava eles que muitos nunca chegavam a entrar e que para ali andavam a arrastar-se junto aos portões, gente muito pobres, com fome, sem quaisquer direitos.
Durante estes 38 anos que, entretanto, decorreram desde o 25 de Abril muito se fez. Portugal deixou de ser o país atrasado que era, um país de gente maioritariamente soturna, analfabeta, mal alimentada.
Claro que foram cometidos alguns excessos mas grande parte deles resultaram de políticas europeias que nos empurraram para o consumo do que é produzido noutros países e para o endividamento para fazermos face a esse consumo. Resultaram também de nem sempre termos tido políticos que percebessem o alcance dessas cedências e, nesse grupo, incluo muito claramente Cavaco Silva que, durante os seus governos ,deixou que se destruísse a agricultura, a indústria e as pescas.
Penso, no entanto, que apesar da fraca qualidade de alguns outros governantes portugueses, nunca nenhuns foram tão maus como os actuais. O que estão a fazer ao País é perigoso pois há caminhos sem retorno. Fazer com que os jovens mais válidos saiam do País é mau sob todos os pontos de vista (incluindo o de contribuir para o rombo nas contas da segurança social uma vez que passam a fazer descontos noutro país) e vai ter sérias consequências no desenvolvimento de Portugal; vender as grandes e mais estratégicas empresas (e ainda por cima vendê-las a estrangeiros e, ainda pior, vendê-las a empresas estatais de países que não primam pelo respeito pelos direitos humanos tal como nós o entendemos) é gravíssimo, gravíssimo, e temo que seja irreversível.
Um País que não tem lugar para os mais novos, para os mais válidos, um País que não respeita compromissos assumidos com os seus concidadãos, em que a principal prioridade não é o desenvolvimento e o respeito pelas pessoas não é um País sustentável e não é seguramente o País que os que deram a vida por ele tanto sonharam.
Soube-se hoje através das estatísticas do Eurostat que em Portugal o custo horário do trabalho em Portugal é menos de metade da média da zona euro - um indicador que nos deveria envergonhar. Esse valor em Portugal é de apenas 12.1 €/h enquanto a média da zona euro é 27.6€/h. Apenas em 3 países (Estónia, Eslováquia e Malta) o valor é inferior. Em contrapartida, na Bélgica o valor é 39.3 €/h. Na Irlanda, por exemplo, é 27.4 ou seja mais do dobro do que é em Portugal. E apesar desta disparidade que nos deveria querer fazer convergir em direcção à média do grupo onde nos inserimos é justamente contra trabalhadores tão miseravelmente pagos que este Governo dirige a sua sanha destrutiva, alegando que ganham muito, que têm direitos a mais.
Poderá dizer-se que esta miséria franciscana é compensada (no mau sentido) pela fraca produtividade portuguesa. Não é assim exactamente pois o drama do factor trabalho em Portugal não é a qualidade dos trabalhadores mas, sim, a má qualidade dos gestores. Sempre que as empresas são bem geridas, a produtividade é igual ou superior à das congéneres internacionais. E aqui entronca de novo a necessidade absoluta de apostar fortemente na qualidade do ensino e da formação profissional e na necessidade também absoluta de fixar os jovens formados, integrando-os no tecido empresarial português (o que é o oposto da política e dos conselhos deste governo).
Poderá dizer-se que esta miséria franciscana é compensada (no mau sentido) pela fraca produtividade portuguesa. Não é assim exactamente pois o drama do factor trabalho em Portugal não é a qualidade dos trabalhadores mas, sim, a má qualidade dos gestores. Sempre que as empresas são bem geridas, a produtividade é igual ou superior à das congéneres internacionais. E aqui entronca de novo a necessidade absoluta de apostar fortemente na qualidade do ensino e da formação profissional e na necessidade também absoluta de fixar os jovens formados, integrando-os no tecido empresarial português (o que é o oposto da política e dos conselhos deste governo).
Com uma população mal paga em que os mais novos e os mais evoluídos saem do País, com a agricultura, as pescas e a indústria quase inexistentes, com as principais empresas estratégicas vendidas a quem quer que aqui apareça com um punhado de moedas, com uma população envelhecida, a viver momentos de insegurança, com uma classe média empobrecida e abúlica, este não é o País sonhado em Abril.
Por isso, se, por um lado, aqui quero louvar o espírito livre e democrático subjacente ao 25 de Abril, quero também deixar bem marcado o meu profundo desagrado e a minha preocupação pela situação actual de desgoverno que Portugal atravessa e que me leva a temer pelo futuro dos portugueses.
*
E, agora, para a querida Helena Sacadura Cabral, senhora de um grande coração independente, um sentido abraço e flores do campo from heaven; e hoje, mais que nunca, Helena, You must believe in spring.
(Não consegui colocar apenas o trio de Bill Evans, apenas esta versão que conta também com a participação de Tony Bennett)
Lágrimas sobre lírios do campo in heaven |
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No Ginjal e Lisboa, claro, também se fala de Abril e hoje as minhas palavras estão de cravo na mão em volta da poesia de Natália Correia. Bellini, como é sabido, acompanha-nos.
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E tenham, meus Caros Amigos, um belo 25 de Abril!
Um excelente post como todos, onde aprendo sempre.
ResponderEliminarHá muita falta de vontade nos nossos políticos. Não se percebe o que pretendem. Este não é o país deles? Dos filhos? Dos netos?
Não deveriam lutar por um país melhor que permitisse um melhor futuro para todos?
Acredito sinceramente que se houvesse vontade ainda se poderia fazer alguma coisa por este país tão maltratado, mas começa se calhar a ser tarde demais.
Estamos a regredir e todos vão sofrer com isso, velhos e novos.
Se me permite junto-me a si nesta homenagem a Miguel Portas. Admiro Helena Sacadura Cabral e Miguel Portas era uma pessoa que me inspirava confiança como político e de quem gostava.
Não imagino a dor de uma mãe que perde o filho.
Que continue a acreditar na Primavera porque a vida tem que continuar.
Um abraço neste dia de liberdade com esperança
Amiga:
ResponderEliminarQuando ontem soube da morte do Miguel, a primeira palavra que disse, foi: Helena.
Depois sim, lembrei-me dele, do seu belo sorriso, da expressão, por vezes, um pouco irónica, dos seus olhos. Confesso que fiquei triste. Não penso como o Miguel, embora às vezes, lhe desse razão.
Mas o que mais me impressionou, foi ao falar com o meu filho mais velho, com 45 anos, ouvi-lo dizer sentido: "Ninguém devia morrer aos 53 anos e com filhos. Ainda por cima, simpático"! Foi a 1ª vez, que vi o meu filho impressionado a este ponto, pela morte de um político.
Voltando à Helena. A Primavera, vai chegar mais tarde para ela. Nem todas as flores do mundo, bastariam, para recuperar a alegria.
"A Maior Dor do Mundo" chamou Camilo.
Ela é forte, vai vencer, mas levará o seu tempo.
Quanto ao tio sem nome próprio, mais ou menos, existiu em todas as famílias. Tive um, que passou anos na cadeia da Pide, por passar o Avante, então feito em papel muito fininho, escrito em letras microscópicas e enrolado, como um cigarro.
Esse, ainda viu o 25 de Abril de 1974. Felizmente, não vê o de 2012.
Linda a música do fim.
Que a nossa grande Helena, encontre de novo a Primavera.
Beijinho
Mary
Que Grande Post! Um Post que se sente. Um Post que “mexeu” comigo. Que bonito! Subscrevo linha a linha, palavra por palavra do que aqui, neste Post, é dito.
ResponderEliminarE sobre Miguel Portas, um intelectual, político e pessoa que muito respeitava e apreciava, fica-me a tristeza do seu desaparecimento. À Helena, sua mãe, deixo-lhe uma mão cheia de ternura e muito carinho, pela dor que está a passar.
Ao ler estas magníficas linhas que UJM escreveu, ocorreu-me ir repescar alguns trechos de poesia de Manuel Alegre, que, se me é permitido, aqui transcrevo, em homenagem a Abril e a Miguel Portas:
"(Sobre a Liberdade)
Pergunto ao vento que passa
Notícias do meu país
E o vento cala a desgraça
E o vento nada me diz.
(Etc...)
(Última página):
Vou deixar este livro. Adeus.
Aqui morei nas ruas infinitas.
Adeus meu bairro página branca
Onde morri onde nasci algumas vezes
...
Tu Rapariga do País de Abril
Tu vens comigo. Não te esqueças
Da Primavera. Vamos soltar
A Primavera no país de Abril."
(P.Rufino)
Passos coelho tem sido pródigo em declarações infelizes, porque tosco e desajeitado para discursos casuais, mas esta última, pensada e preparada só pode ser fruto da ignorância que, como sói dizer-se, é atrevida e desconhece que Mário Soares não precisa de protagonismo. Mais uma vez muito infeliz e muito pouco avisado para o lugar que ocupa.
ResponderEliminarSão exemplos como o que nos relata que não podemos esquecer e que devemos contar aos jovens, eles que nunca se viram privados da liberdade. É preciso recordar para que possamos manter a liberdade sempre!
Um 25 de Abril pleno de alegria e liberdade! E dias felizes!
abraço da
Leanor formosa e segura
Cara Jeitinho,
ResponderEliminarO 25 de Abril de 1974 apanhou-me com 26 anos de idade e com razoavel consciencia politica.
Porque em minha casa tinhamos um ponto final como resposta à ansia de certos porquês: "politica e religião não se discutem, cumprem-se". Foi uma das razoes que me levaram a ouvir conversas,canções, discusões, ler e ouvir Manuel Alegre, de Argel.
Foi uma das grandes emoções da minha vida. Ainda não era mãe, mas já era casada. Por isto e muito mais, custa-me ouvir alguem que deveria ter responsabilidade e cultura, dizer que figuras como Mario Soares e Manuel Alegre procuram protagonismo. Chega a ser ridiculo.
Foi pena o seu tio avô não ter assistido à Revolução depois de tudo o que passou, foi bonita e unica. Não foi perfeita, mas não há leis para se fazerem revoluções.
Hoje o dia está triste e chovisca de vez em qando, como muitas almas deste País, mas comprei um ramo de cravos vermelhos, como todos os anos faço, para que a Revolução e a Esperança não vá morrendo dentro de nós.
Um beijinho
Olá, UJM
ResponderEliminarHá pouco estive no Ginjal, mas não pude vir até aqui porque a minha filhota estava a precisar do portátil. Inexplicavelmente, o fixo e o portátil dela avariaram ao mesmo tempo.
Li o seu post atentamente e, como sempre, a análise que faz do período difícil que o país atravessa é soberbo. Para além dos cortes,dos impostos e consequente austeridade e ausência de desenvolvimento económico, é deveras dramático o que está a acontecer aos jovens, sem esperança, e olhando a emigração como a única saída possível. É também um drama para todos nós que vemos, num país com uma taxa de envelhecimento que já cobre a natalidade, ver partir os mais novos, uma autêntica fuga de cérebros.
O tempo da clandestinidade foi terrível. Obrigada por ter referido aqui a história do seu familiar,documentando o sofrimento daqueles que tornaram possível o estarmos aqui, hoje,a falar em liberdade.
O Miguel Portas deixa muitas saudades nos nossos corações e para a sua mãe,Helena,um grande abraço.
Beijos
Olinda
Querida amiga,
ResponderEliminarÉ impossível não concordar consigo palavra a palavra. Tanta esperança naquele 25 de Abril de 74 para tanta insegurança 38 anos depois.
Neste dia de Abril, o meu filho então com 13 meses, começou a andar sozinho e à pressa no corredor da casa de minha mãe. E nós dissemos que além de fugir com medo da revolução, tinha pressa de encarar o futuro de braços abertos. Era impossível adivinhar o que este país lhe iria dar em troca do seu esforço de uma vida de estudo e de trabalho, obrigando-o a, neste momento, tirar mais um curso de medicina. É desencorajante e frustrante mas Graças a Deus que ele continua cheio de força para seguir em frente porque também é uma área que lhe dá imenso prazer.
Enquanto pudermos também cá continuaremos para o apoiar para que possa também fazer com que o filho consiga crescer com dignidade.
Quanto à Helena não há palavras. Tudo o que lhe dissermos não vai chegar. A dor de perder uma mãe é indescritível e eu sei. Mas pior deve ser a de perder um filho. Não estamos preparadas para inverter os papeis. Para ela o meu maior abraço. Nestas ultimas horas tenho-a tido quase sempre no meu pensamento.
Ao Miguel temos de agradecer a coerência e o respeito e a serenidade com que sempre tratou mesmo aqueles que diferiam das suas ideias.
Grande abraço Tazinha e obrigada por dizer e escrever tudo aquilo que eu gostava de ter escrito.
Olá Isabel,
ResponderEliminarMuito obrigada pelas suas palavras sempre tão gentis.
Tem razão ao expor essas dúvidas. Penso nisso muitas vezes. Quem age com desprezo pelos direitos e pela dignidade das pessoas não pensa que as pessoas da sua família, mais tarde ou mais cedo, sofrerão as consequências por tão má governação? Se calhar nem nisso pensam.
Já agora aproveito para explicar porque ali coloquei aquela música dedicada à Helena. Uma vez, no meu blogue 'Ginjal e Lisboa', tendo eu colocado o Trio de Bill Evans' a Helena comentou, dizendo que apreciava imenso e que havia uma música em particular que nunca se cansava de ouvir, justamente esta que aqui coloquei. O que eu desejo é que ela encontre algum conforto junto dos que estejam junto dela e junto destas pequenas coisas de que gosta, como a música.
Um abraço também para si, Isabel, e que continuemos a defender a liberdade e a esperança.
Querida Mary,
ResponderEliminarNa resposta ao comentário da Isabel explico porque escolhi a música You must believe in spring para a dedicar, com todo o carinho e pesar, à Helena.
Na minha família também foi a maior consternação. Eu ia no carro ainda siderada pela notícia e já estava a receber um mensagem da minha filha, também atordoada com o que tinha acabado de saber.
Custa acreditar que isto possa ter acontecido quando ele parecia tão bem. É daquelas mortes que sentimos que são muito injustas. Era novo demais e era uma pessoa tão bem com a vida que isto não deveria ter acontecido. Hoje tenho pensado muito nela mas é uma dimensão de sofrimento que nem sei, nem quero imaginar. Também acho que não há primaveras que apaguem uma dor assim. Mas, enfim, talvez ajudem um bocadinho a suportar melhor.
Gosto da forma franca e muito directa como se exprime, Mary. A forma como fala do seu tio que viu o 25 de Abril em 74 mas que 'felizmente' não vê o de 2012 diz muito sobre a mulher de fibra que é. Grande Mary!
E tente animar-se, Mary, apesar desta noite de chuva contínua, que parece encher o dia de tristeza.
Caro P. Rufino,
ResponderEliminarMuito obrigada. Ontem estava abalada pela notícia sobre o Miguel Portas e estava aborrecida com o que se passa neste País.
Mas depois estive de noite a fazer baby sitting e os sorrisos inocentes das crianças que têm o futuro todo pela frente fizeram-me ter vontade de dizer o que disse mas, ainda assim, tentando dar uma nota de esperança.
Por isso, depois do baby sitting ainda fomos para a rua, para o meio da gente que cantava e dançava e, às tantas, ainda vim aqui dar conta do que em 2012 penso do '25 de Abril'.
Gostei muito do que escreveu, da poesia que aqui trouxe, tão oportuna e tão bonita. Obrigada.
Que a esperança e a força para lutarmos por um país melhor nunca desapareça de dentro de nós, não é?
Olá Leanor, formosa, segura e com cravos nas palavras,
ResponderEliminarPassos Coelho, Miguel Relvas, Vítor Gaspar (por exemplo): hoje, na televisão, vi-os de raspão na Assembleia da República. No bocado que vi, estavam aos segredinhos, olhavam para quem falava e riam. Fiquei mesmo incomodada. Zapping, claro.
É que, ainda por cima, o que vemos e ouvimos é coisa de gente sem maneiras.
De futuro, deviam fazer testes psicotécnicos ou uma coisa qualquer do género a ver se cumprem, ao menos, os requisitos mínimos.
Temos que ser mais exigentes quando votamos porque o País não aguenta muito mais tempo de má governação, O 25 de Abril não foi feito para isto.
Um abraço, Leanor.
Olá Pôr do Sol,
ResponderEliminarUma das coisas que até custa a acredita é como o tempo passa a correr. Há tão pouco havia tanta esperança e tanta alegria no ar. Agora o tempo veio apagando essa esperança e substituindo-a por insegurança, precariedade, desânimo.
Ainda bem que um dos feriados que vai acabar não é o 25 de Abril para, ao menos uma vez por ano, podermos relembrar os tempos antes do 25 de Abril em que havia pobreza, ignorância, insegurança e também o dia em que as pessoas saíram à rua para rirem, cantarem, andarem com cravos, sonhando com um futuro melhor.
Temos que manter esta memória bem viva para ver se não passamos a achar natural (como o Passos Coelho acha) que se diga a uma pessoa como Mário Soares ou a Manuel Alegre ou aos militares que fizeram Abril que andam à procura de protagonismo. (Até me revolvo toda só de estar aqui a escrever isto.)
Um beijinho, Sol Nascente!
Olá, Olinda!
ResponderEliminarTomara que na sua casa não aconteça o que costuma acontecer na minha: quando se avaria um electrodoméstico, a seguir avaria-se outro e, a seguir, mais outro. Geralmente pára ao terceiro. Esconda o seu computador para não lhe dar a maleita.
O dia 25 de Abril de 2012 está quase a chegar ao fim, frio, cinzento, chuvoso e manchado de tristeza pelo desaparecimento de um dos meninos da Helena. É também um dia num ano cheio de incertezas.
Por isso, é com algum esforço que tentamos descobrir dentro de nós a energia necessária para continuar a falar de sonhos, de ideias. Mas acho que o devemos fazer. O caminho do empobrecimento não é caminho. O caminho da insegurança, não pode ser caminho.
Temos que tentar que o País se queira desenvolver, aprender, crescer. E a poesia tem que voltar a nadar na rua.
Li o que escreveu no seu Xaile e concordo plenamente. Pelo menos aqui, nestas ruas virtuais, festejámos o 25 de Abril!
Um beijinho, Olinda.
Olá Teresa-Teté,
ResponderEliminarComeçando a andar no dia 25 de Abril, o seu filho só podia mesmo ser um lutador e uma pessoa que tenta agarrar um futuro melhor.
É preciso coragem para, com esta idade (embora ainda seja um jovem!), se atirar a um curso de medicina. Não é para qualquer um. Tomara que tudo lhe corra bem. Com a falta de médicos que há, tudo lhe irá correr às mil maravilhas. E com o apoio da família, sentir-se-á certamente motivado a enfrentar as dificuldades e o esforço necessário.
Por isso, diga-me lá, se perante exemplos como o do seu filho, se pode dizer que os portugueses são piegas ou que ganham demais ou outras baboseiras do género...? Somos é um País de gente muito forte e muito digna.
Quanto à Helena, conforme já aqui disse, acho que é daqueles dores e que qualquer ser humano deveria ser poupado. Também tenho pensado muito nela. Foi uma coisa muito injusta o que aconteceu.
Um abraço com amizade, Teté.
Olá
ResponderEliminarqueria só dizer-lhe que não conheço Helena Sacadura Cabral (deveria dizer Dra. Helena), apenas a conheço como leitora dos seus livros, tenho vários e quando comecei a ver blogues, ainda antes de ter o meu, foi um dos primeiros que comecei a visitar. Na altura ainda deixei um ou outro comentário assinando apenas o meu nome, porque não tinha blogue.
Pareceu-me que julga que a conheço, mas não. Admiro-a bastante.
Pronto, é só.
Um abraço e bom fim-de-semana