sábado, setembro 10, 2011

Que é feito do Álvaro, o super ministro Álvaro Santos Pereira? Será que lhe aconteceu o mesmo que ao alce sueco?



Comecei o dia bem. Enquanto bebia café, vi na televisão o ministro Miguel Cada-Vez-Mais-Esbugalhado Macedo a dizer com ar atrapalhado (via-se que números não são a especialidade dele; falava como se antes de abrir a boca de cada vez que dizia um número tivesse que repescar na cábula mental se era mesmo aquilo ou um décimo daquilo ou mil vezes aquilo) que, salvo erro com o fim dos governos civis, ia fazer poupanças de 3 milhões e cem mil euros e que, por outra qualquer medida, ia poupar 500 mil euros. Gostava que ele estivesse à minha frente para me ver a rir à gargalhada (de certeza que o ia deixar ainda mais inseguro: ‘se calhar enganei-me, caraças, se calhar era aquilo por mês...  ou será que era aquilo vezes cinco?’).

Como têm sido galacticamente criticados por terem tomado o gosto em irem-nos ao bolso, alguns dos assessores ou das agências de comunicação, quiçá até o grande guru Cabo Angel (nickname pré-histórico, dos tempos do Pão com Manteiga), lhes deve ter dito: faz favor de começarem a mostrar que isto não é só fartar vilanagem, vamos lá mostrar algum servicinho, a ver se a malta não vos toma de ponta. Apareçam, expliquem-se, mostrem que andam a reduzir na despesa.  Fixem bem, read my lips: reduzir despesa, poupança. E frases curtas para não se espalharem.

Vai daí, agora aparecem por todo o lado a dizer que vão poupar. Mas, senhores, vão poupar o quê...?

Claro que é melhor poupar nem que seja um cêntimo do que continuar a contratar assessores como se não houvesse amanhã.

Mas ponhamos as coisas em perspectiva: se os números que circulam são verdadeiros, esta poupancinha representa qualquer coisa como uma milésima parte da dívida da Madeira, ou seja, o chamado cagagésimo, a irrelevância mais completa.

Podia ser bom se isto fosse tudo concertado, tudo articulado e tivessem medidas destas aos milhares. Agora, se cada um aparece com uma poupancinha de 3 milhões, como são 11 (são 11? não me lembro), no conjunto poupam trinta e tal milhões de euros. Mas ó senhores, isso não é nada...!

Mister Gágá, nickname O Mangas: não sei, pode ser muito inteligente mas, não sei,
parece que lhe falta um parafuso ou que tem um bug qualquer, não sei

Se não conseguem melhor que isto, não tarda vem o Gas-pa-ri-nho De-va-ga-ri-nho das Man-gas Gran-des e rapa-nos o que falta do subsídio de Natal e mais o ordenado inteiro de Janeiro para ver se alguns morrem de vez, a ver se poupam a sério na Saúde (e lá apareceria a seguir o consistente Passos Coelho, com aquele ar de bom maridinho e com aquele ar encenadamente firme de quem é um expert nas farófias, a explicar-nos que apareceram umas condicionantes externas e que não há contradição nenhuma - só que os reformados parece que estão a viver mais que no tempo do Sócrates, que os funcionários públicos não estão a querer ser despedidos, tudo muito difícil e que, por isso, não lhes resta outra solução senão aumentar os impostos mas que, sob palavra de honra, nunca mais tal acontecerá).


Mas situemo-nos agora nessa extraordinária hipótese de deixar de comparticipar a pílula, algumas vacinas e alguns medicamentos para asmáticos.

Só quem passa por isto é que percebe
Não dá para reduzir a comparticipação nos medicamentos para asmáticos!!!!!!!

Tendo os meus filhos, em pequenos, sofrido de bronquite asmática sei bem o susto que é ver uma criança com falta de ar e sei que nenhuma mãe está descansada se não tiver consigo medicamentos broncodilatadores. Equacionam deixar de os comparticipar? Hipótese malvada.

Mas situemo-nos agora, mais concretamente, na pílula e nas vacinas. Dizem que deixariam de ser comparticipadas mas que continuariam a dá-las gratuitamente a quem for ao posto de saúde.

Perplexidade. Alguém me explica o racional disto? A mim, habituada a lidar com números e com decisões relativas a optimização de recursos, isto deixa-me banzada.

Então se as pessoas passarem a afluir em maior número aos centros de saúde não é economicamente pior? É que esse acréscimo não apenas passará a ser gratuito quando antes eram comparticipado como, provavelmente, têm que admitir mais pessoal para atender o acréscimo de pessoas.

Além disso, hoje em quanto importa a verba de comparticipação relativa a estas coisas? Presumo que, face ao orçamento brutal da saúde, trocos. E, então, vale a pena o retrocesso e o transtorno e as angústias por uns míseros trocos?

É que, ó senhores ministros, quando as pessoas se queixam que se estão a sentir enganadas e roubadas não é para vocês irem a correr fazer o primeiro disparate que lhes passar pela cabeça, cortando nos medicamentos ou nos transplantes. Não, a ideia é cortarem nas fundações que vocês diziam que não servem para nada, nos institutos aos molhos e nos serviços que vocês nos disseram que eram duplicados e triplicados, e mais nos assessores, nos pareceres a firmas de advogados quando têm serviços jurídicos nos ministérios, etc.

Já dói vê-los a fazerem tanto disparate, tanta coisa descabida. E, daquilo que se tinham comprometido a fazer e que esteve na base do voto que lhes deram nas eleições, nada de nada, pelo menos que se veja. Que incompetência, credo.

E agora, como se o nonsense não fosse suficiente e depois de andarem todos a dar entrevistas a justificar a medida, apareceu, durante a tarde, um comunicado do Ministério da Saúde a dizer que a decisão ainda não está tomada, que aquilo foi só um arremedo. Arrepiaram caminho em grande estilo.

Ei-lo em acção, o all in one, maçónico ou super-sónico
lobbista ou aparelhista ou garganta funda ou o que der mais jeito
(segundo rezam os media que eu não sei de nada, limito-me a papaguear)

Ó senhores, mas aqueles laranjocas que vivem sob a batuta do pêro-saloio Relvas são, na marioria, tão nabos em tudo: fazem e desfazem, dão o dito por não dito, um amadorismo, uma trapalhada pegada.


Entretanto a impagável Ana Avoila saíu à cena e diz que quer aumentos para toda a função pública e nunca inferiores a 50 euros. É de homem!


Mas a dita sociedade civil também tem coisas do além: um pai foi entregar o filho de 15 anos à esquadra por ter descoberto que o rapazito é homossexual. E isto não se passou num qualquer remoto país nem no remoto século passado: não, isto passou-se cá, esta semana. Uma coisa que me arrepia, que me envergonha. E a polícia não prendeu logo o troglodita do homem? Coitado do miúdo.

Melhor que isto só o alce sueco que trepou a uma macieira e apanhou tamanha bebedeira com as maçãs fermentadas que comeu que já não conseguiu sair de lá. (Eu não fazia ideia que os alces trepavam para as árvores - isto há cada coisa).

De perna aberta, completamente escarranchado num tronco em cima da árvore, dizem os locais que parecia bêbado ou estúpido.

O alce sueco bêbado ou estúpido

Percebo. É isso mesmo. Quando fazem parvoíces desse calibre é isso mesmo que parecem: bêbados ou estúpidos.



PS: Mas perguntava eu lá em cima: e o Álvaro?

Ó Álvaro, anda lá, aparece, que a gente já anda aqui intrigada com o teu desaparecimento, rapaz

Daqui a nada estamos como andámos faz agora 10 anos, toda uma nação em suspense sem saber da Lili.

A Christine Lagarde bem implora que relancem a economia, que há o risco de a recessão afundar para além do aceitável, que, por favor, injectem recursos na economia para que o mundo não definhe alarmantemente, o Obama já está a fazer o trabalhinho e já lançou um vigoroso plano de relançamento da economia e por aqui...? Por aqui... alguém me diz? Onde é que pára o Álvaro, senhores!?

Cá para mim, das duas uma: ou aparece daqui por uns dias com pele de bebé, de mão dada com um cirurgião plástico espanhol da dermo-estética a explicar, todo sorridente com aquele seu ar de alvarito, que foi só ali fazer um peeling; ou então andou às maçãs e está para aí esquecido, escarranchado em cima de uma macieira, completamente bêbado.

Ai estes rapazes...

5 comentários:

  1. Oh minha senhora dona!
    meter o álvaro sueco e um alce escarranchado no mesmo sac...
    desculpe!
    um álvaro escarrachado e um alce bêbado no mesmo saco só por puro diletantismo.
    Não posso estar d'acor...
    desculpe!
    não posse estar mais d'ac...


    Ai!...
    (caraças)
    é aquela coisa do 'j'en doute', não é?
    (q'confusão!)
    Enfim, o que queria dizer, a propósito do seu divertido escrito sobre os jovens rapazes era qu'on s'en doute.

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  2. Também andou aí pelas árvores às maçãs, ó Pirata...?

    Olhe, a falar francês dessa maneira e a soluçar dessa maneira, até me fez lembrar Calvados, a aguardente à base de maçã.

    Quanto às suas dúvidas sobre estes rapazes só posso atribuí-las a um possível espírito cartesiano. Tem dúvidas, Pirata? Ainda?

    Então fazemos assim: quando houver 'une petite quelque chose', 'un petit rien' que seja, que abone a favor deles, o meu amigo Pirata faça o favor de me avisar para aqui erguermos um cálice de Calvados e fazermos um público brinde, ok?

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  3. É para me adequar aos citados ou como se tivesse andado.
    ____________________

    Imbebível!
    O calvados...
    e a minha estimada amiga -soi disant- caiu como uma santinha!

    Investigue lá a acepção -sem ter em conta o PALP- de 'on s'en doute', s'il vous plaît.

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  4. ...do brinde é que duvido, mesmo que o Calvados fosse bebível.

    (mas vista a solenidade a merecer pelo facto futuro, pode recorrer a uma vínica do minho que deixa as beberagens do estrangeiro a perder de vista)

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  5. Pirata,

    Capisci. Em italiano, desta vez, mas não me arrisco a sugerir um chianti.

    Mas deixe-me que esclareça: se sugeri o calvados, que jamais eu conseguiria beber, foi, justamente, porque a a hipótese de surgir a ocasião de uma comemoração é de total improbabilidade.

    Bom domingo!

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