sexta-feira, setembro 02, 2011

Não é nas tuas mãos que eu procuro o gozo do amor, disse-me ele



"Há pessoas que ao lerem um texto, sentem que o poderiam ter escrito. Mas sobretudo têm o sentimento que o texto está poderosamente soterrado (...).

É raro que alguém oiça alguém. É ainda mais raro que alguém compreenda o pensamento de alguém.

E pensamento mal-compreendido é pensamento mal-dito.

Mas, quando se verifica o contrário, da-se um choque de energias.. (...)

'Uma frase, lida destacadamente, aproximada de outra que talvez lhe correspondesse em silêncio, é uma alma crescendo'. Alguns fios soterrados são trazidos à luz (...).


As sábias palavras anteriores e as que se encontram a seguir em itálico são de Maria Gabriela LLansol em 'Na casa de Julho e Agosto' e a fotografia mostra a minha mão, hoje de tarde, a segurar um figo aberto ('Não é nas tuas mãos que eu procuro o gozo do amor', disse-me ele - por isso, vinguei-me e comi-o)


(PS: Se quiserem saber porque me apeteceu, de novo, mudar o look do Um Jeito Manso é no piso de baixo. Se quiserem arriscar-se e deitarem-se na cama do diabo, terão que descer ainda mais abaixo.)

Enjoy.

6 comentários:

  1. Figos e Maria Gabriela Llansol...
    Nunca tinha pensado nessa junção, mas a verdade é que combinam muito bem!
    Gostei da mudança das cores de "Um jeito manso. Combinam com a alma do blogue, in heaven's fire!
    Um abraço

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  2. Subtil Leitora,

    Muito lhe agradeço as suas palavras que também fazem um belo pendant com o espírito do UJM e com o meu espírito, ou melhor, sintetizam perfeitamente a minha ideia.

    Muito lhe agradeço a visita e seja sempre muito bem vinda porque leitoras subtis são a razão de ser de Um Jeito Manso.

    Obrigada e um abraço.

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  3. As estações do ano já não são como antes!
    A Primavera com as suas flores e as andorinhas, no mês de Maio mês de Maria cantei as florinhas.
    O Verão calôr abrasadôr, à tarde não se saía à rua e à noite era na rua que se estava mais ao menos bem, adultos sentados no poial enquanto as crianças, brincavamos às escondidas, saltavamos à corda jogavamos à macaca.
    O Outono com o cair das folhas e no dia 7 de Outubro era o inicio do ano escolar.
    O Inverno, frio de rachar, levávamos para a escola uma pedra aquecida na lareira e embrulhada em jornal para aquecer as nossas mãozitas. O Tejo que passa na minha aldeia pregava a partida aos "crescidos" para alegria dos pequenos, deixava o seu leito inundando ruas e casas.
    E foi o novo look de Um Jeito Manso, uma antecipação ao Outono que me fez recordar tempos passados e que já nada é como antes.
    A minha opinião... gosto muito da mudança!
    Um abraço
    Isabel

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  4. Isabel,

    Tem razão, havia essa previsível cadência. Gostei tanto de ler o que escreveu, revejo-me em tanto do que diz, era isso mesmo.

    Tem graça que já aqui escrevi sobre as florzinhas de Maio, da recordação que tenho da primeira comunhão, da capela enfeitada com umas florzinhas muito cheirosas.

    E parece que era só Outono quando, cheias de expectativas, íamos começar as aulas. Agora estamos a começar Setembro e tive que vestir um casaquito, que já aqui estava com frio. E o cheiro das primeiras chuvas agora chega-nos a meio do verão.

    Mas não quero sentir-me saudosista e, por isso, vou à frente. Antecipo as estações.... Aqui é como na Zara: está-se no verão e já só se vende roupa de inverno...

    Gosto de mudar, como a Isabel. E, por isso, volta e meia, lá vai disto: mudo as cores, mudo a imagem do Um Jeito Manso. Gosto de, eu própria, aqui chegar e dar com novas vestimentas.

    Volte sempre, Isabel, gosto da sua visita.

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  5. Prefiro este post (o anterior, ou melhor, ou a matéria sobre o qual versa deixou-me enervada) para contar como a nova apresentação do blog me encanta. de tão atmosférica e inspiradora.
    Lembrei-me de que uma vez um amigo poeta me disse: "No outono as folhas não caem. A terra é que incha de orgulho, pela sua beleza, e vai ter com elas empurrando tudo para o céu." Para mim, estas cores, esta imagem, têm tudo a ver com o lirismo dessa ideia.

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  6. Que bonitas as suas palavras, Leonor, e que bem me sabe ouvi-las. É isso mesmo qu ediz e que o seu amigo poeta disse.

    Eu vejo as folhas caídas, a caruma acobreada, tudo numas belas cores, tão quentes, e acho tão bonito, devia varrer o chão, apanhar e deitar fora e, em vez disso, ando por cima a fotografar, a aspirar o cheiro a terra molhada (agora que, por aqui, tanto tem chovido).

    Ainda bem que gostou, espero que sinta sempre bem quando aqui vier de visita.

    Os temas sobre que escrevi hoje também a devem enervar. Eu estava para escrever uma coisa sobre a minha vinha virgem, que trepa pela parede enchendo-a de uma bela cor vermelha e, às tantas ouço o telejornal e ouço aquilo dos transplantes e outras coisas de que não há memória, e desviei-me para assuntos que são mesmo enervantes.

    A ver se amanhã consigo arranjar tempo para escrever sobre assuntos mais leves.

    Obrigada uma vez mais pelas suas palavras, Leonor!

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