sexta-feira, setembro 30, 2011

Isaltino Morais foi preso? Finalmente? Pois bem, já não tenho paciência para a Justiça em Portugal, prefiro falar da autorização da comercialização de veículos em Cuba


Se há coisa que me dá pena ver é a imagem dos carros velhos, a cair de podres, em Cuba. Claro que poderemos apelar ao nosso lado romântico, sentir a nostalgia dos primeiros carros americanos, modelos antigos, com mais de 50 anos. Mas se as pessoas só usam estes carros não é por opção: é apenas porque em Cuba estava, até agora, proibida a comercialização de veículos. Aos nossos olhos ocidentais e consumistas, isto é absurdo, ridículo.

Pois bem, Raul Castro, finalmente abriu mais esta porta. A partir de hoje os cubanos já podem trocar de carro. É o lento mas inexorável fim do regime.

Há cerca de dois anos, o meu filho foi passear para aquelas bandas e trouxe de lá algumas peças de artesanato. São peças simples com que os cubanos tentam aumentar o seu diminuto pecúlio.

Dessas peças, destaco dois carros feitos em papier mâché, muito ingénuos, muito coloridos. Imagino, naquelas casas pobres, sem electricidade, alguém a desfazer jornais velhos, a fazer uma pasta, a modelar com cuidado, a pintar. Com o valor pago pelo meu filho, alguém comprou algumas coisas, para nós irrelevantes, para eles essenciais.

Os carrinhos cubanos que o meu filho me trouxe de presente

Ainda bem, fico feliz por eles, devem ter ficado todos contentes, já podem ter um carro novo.


Nota 1: Quero lá eu saber se o Isaltino, depois de recursos mil, foi agora preso? Se amanhã, conforme o advogado espera, já está cá fora? Estes romances pífios da nossa justiça já chateiam.

Hoje vinha no carro a ouvir que o caso do empresário que há 11 anos deu ou quis dar um jeep a cada um dos colaboradores, está agora em julgamento; que o psiquiatra diz que ele não estava bom da cabeça e mais não sei o quê. Mas, ó senhores, 11 anos depois?! Mas que raio de justiça é esta? Vou-me embora e já venho.


Nota 2: Por favor, não se fiquem por aqui. Desçam um bocadinho mais para levantarem o bilhete para a Música no Ginjal.

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