quinta-feira, setembro 08, 2011

A Isabel Angelina e Ângelo Ribeiro que se separaram; o César Peixoto que é pouco cavalheiro para a Diana Chaves, a Raquel Rocheta que era Raquel Cruz, a Kate Middleton que está magra demais - mas como é que estava tudo isto a acontecer e eu sem saber de nada?


Em média uma vez por ano vou ao cabeleireiro. Fui hoje. Detesto, nunca venho de lá satisfeita. Não gosto de me ver muito penteada, fico com um ar muito standardizado, instalada, arranjada. Não gosto, não sou eu. Gosto de ter um ar vagamente undone (expressão que li no livro do estilo pessoal de que ontem vos falei), o cabelo seco ao ar e fique como ficar (até versejei).

Mas, enfim, enquanto lá estou, tiro partido de duas coisas de que gosto e que são raras. Por um lado gosto que me lavem a cabeça, massajando, pondo creme, lavando com aguinha morna, e, por outro, ponho em dia a leitura da Caras, VIP e Flash.

Claro que aqui, nesta cabeleireira onde fui, ao pé de casa, não há as mordomias que se encontram nos cabeleireiros mais chiques.


Não há cadeiras que se deitam e que nos massajam de alto a baixo: aqui a cadeira é normal e a gente é que inclina a cabeça para trás.

Há uns anos havia perto do meu emprego um cabeleireiro muito na moda, que era mesmo um artista a cortar cabelo e que sabia que a mim me devia deixar despenteada. Uma vez, a lavar o cabelo, tinha um negão, para aí com uns dois metros de tamanho e umas mãos enormes, possantes. A gente sentava-se e ele carregava no botão da cadeira. A cadeira reclinava-se e começava a massajar a zona dos ombros, depois ia descendo, voltava a subir a a qualidade e intensidade dos movimentos ia aumentando. E, enquanto isso, as mãos imensas lavavam e massajavam a nossa cabeça com um vigor e uma suavidade extraordinárias. Às tantas, fez-me uma pergunta e eu, nas nuvens, não percebi uma palavra. Repetiu 'Já está bem lavado?'. Apeteceu-me dizer que não, que ainda estava longe disso mas, enfim, contive-me e isse que achava que sim (deixando-lhe ainda alguma margem de manobra, caso quisesse continuar).

No ano seguinte já lá não estava. Contaram-me que tinha tido uma fúria com uma cliente, que se tinha passado completamente, quase lhe ia arrancando a cabeça com aquelas grandes manápulas, que se viram aflitos para salvar a senhora. De facto um perigo, a gente pôr a nossa cabeça nas mãos de outra pessoa.

Mas voltando às revistas. Como pego no que encontro, sem seguir a cronologia dos factos, leio numa que fulana se separou, depois noutra vejo-a aos beijos e abraços e, às tantas estou a ver pela ordem inversa. Mas não quero saber, tiro a barriga de misérias. E fico perplexa com o que lá vejo.

Dá para acreditar numa cena destas...?

Pois a Isabel Angelino que, num mês se zangou com o marido, o médico Ângelo Rebelo, com quem se tinha casado em 2009, depois foi já não sei para onde, talvez Ibiza, para fazer as pazes (e, para que toda a gente soubesse, devem ter ido com os jornalistas atrás pois aparecem ele de fato de banho, ela de bikini, encostados a uma rocha, sorridentes e irradiando felicidade, ou na água muito in love, clima de lua-de-mel) e, noutra revista,  lê-se que uma semana depois, ele lhe pediu o divórcio e agora ela dá nova entrevista a dizer que está muito desiludida porque agora em Setembro iam a Paris para comemorar a data do namoro e porque nada fazia prever e que já não vai ficar amiga dele porque, de todos os ex, nunca fica amiga. E dá esta entrevista em que diz que está desiludida mas toda aperaltada e com vestes sensuais, em poses provocantes e sorridente.

Mas isto reconstituo eu, mentalmente, pois vi esta sucessão de sorrisos e desilusões sorridentes por uma ordem toda baralhada.

Também vejo fotografias da Diana Chaves e do César Peixoto a virem da praia, censurando-o a ele por a deixar trazer o chapéu de sol, 'Diana Chaves faz esforços apesar de grávida' e eu fico sem perceber se foi depois disso que ela se separou dele, ou se foi antes e foram para a praia fazer as pazes como a Isabel Angelino.

A sina das princesas magras

E logo a seguir passo a preocupar-me porque a Kate Middleton está magérrima e já às turras com a Camila, que afinal a Camila lhe anda a fazer a vida negra, a passar notícias para os jornais a dizer que ela abortou e outras coisas do género porque quer ser rainha e não aceita que a princesa, que ainda agora chegou, lhe passe a perna.

Sobre a ex- Raquel Cruz, agora Raquel Rocheta, aí não consegui exactamente refazer a história: que ainda acredita nele, que estava sozinha, que agora está livre e sozinha, que agora tem um amigo, que agora vai trabalhar, qualquer coisa nesta base. Por todo o lado. E, pelo meio, para aumentar a auto-estima, vejo que aumentou o peito. Provavelmente algum patrocínio.

Meninas com problemas de auto-estima: vejam qual é a cura!


E por Patrocínio. Essa irritante criaturinha que não se percebe o que faz ou se sabe fazer alguma coisa e que anda por aí aparentemente apenas por ser a Carolina Patrocínio. Essa está em todas. A pensar no casamento da irmã, a ser produtora da mana, ela e as manas, ela e o seu Mister Big Uva, ela a ir, ela a vir, ela a dizer coisas de que, no minuto seguinte, a gente já não se lembra.

A menina Disney que tem manas e mais não sei o quê
Ah e um pai que é administrador na SIC, não é?
E um avô que é o ... Não é?

E agora por isso, uma vez, long, long ago, perguntei ao meu namorado porque é que, antes, tinha andado com uma determinada rapariga que eu achava que não tinha gracinha nenhuma, que era pãozinho sem sal, uma parvinha. Ele ficou admirado com a pergunta, acho que nunca tinha reparado que ela fosse parvinha e desengraçada, e respondeu-me com naturalidade: 'Tinha um corpo bem feito'. Pois, nisso eu nunca tinha reparado. Agora que fui à procura de uma fotografia da Disney girl Carolina Patrocínio para aqui pôr, ocorreu-me que se calhar os meninos acham que ela tem um corpinho bem feito.

E uma reportagem com a Lili Caneças que diz que há 10 anos o País viveu dois meses em suspenso por não saber dela, a única coisa de que se falava era do seu desaparecimento. E que afinal tinha ido fazer um peeling. Fiquei pasmada. Eu terei também andado ralada com isso? Se calhar andei e agora já não me lembro.

Afinal a Tia Lili era gauche?
E o cão do neto também é tio?

E poderia continuar... surpreendida com a quantidade de coisas que acontecem por aí e eu sem dar por nada.

Ando eu a aborrecer-me com minudências como o Mangas que nos vai ao bolso de todas as maneiras que lhe ocorrem sem ninguém que lhe ponha travão, com o mozartiano all in one Relvas que tem muitos amigos no Brasil e em Angola,  com os espiões que actuam como espiões privados a espiarem ex-maridos das mulheres dos amigos, com a falta de jeito dos nossos governantes que agora dizem que cortar nas despesas não é nada fácil e que, enquanto o pau vai e vem, vão admitindo assessores às centenas... e afinal há um outro país que se preocupa com coisas verdadeiramente sérias como as que acabei de referir.

Ó meus Caros Amigos Leitores, façam-me um favor: sempre que eu me puser para aqui a falar da crise, do governo, e de outras futilidades, enviem-me, por favor, comentários a chamar-me à realidade: que me preocupe com coisas sérias como os implantes de Miss Rocheta, o Abel Xavier que namora com a Oceana Basílio, o biquini de Letizia que rendeu milhões ou o cão trotskista da Lili!

E agora me lembro que tenho que me ir deitar porque amanhã tenho que me levantar cedinho, já se me acabaram as férias de verão.

Que maçada, estava tão bem em férias

(Antoinette by Leibovitz)

22 comentários:

  1. Bem me ri com esta súmula. De facto, as revistas sobre "celebridades" são um acervo de dissertações quase bizarras. E aqui, essa "originalidade" foi muito bem captada. :)

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  2. Você tem mais graça a dormir que aquelasmeninas todas acordadas - pode ir p'a cama descansada qu'eu fico a tomar conta 'disto'.
    Prajá vou ter uma conversinha com uma mnin'ali que anda a dar muito nas vista sem meu consentimento
    e
    claro que tem o corpo bem feito, ora essa!...
    muito bem feito!

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  3. (já agora...
    quem são essas soraias -susanas?- todas que viu no cabeleireiro?

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  4. Há muito tempo que não lia um texto com tanto humor. De facto, também eu perco algumas destas deliciosas histórias, preocupada que ando com a dívida do país e com a dos outros. Com a minha, vou-me preocupar no fim do mês, quando tiver de pagar o trimestre do condomínio que não para de crescer, face ao débito mal parado de alguns condóminos...
    Mas fiquei actualizada sobre uma série de matérias da maior importância num país sem importância nenhuma.
    Bem haja!

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  5. Olá Leonor,

    Muito obrigada pelas suas palavras. E é mesmo como diz: enquanto ia lendo sofregamente as revistas (não fosse ficar despachada do cabelo e ainda não ter conseguido pôr-me em dia), ia passando da estupefacção ao divertimento. Algumas coisas são divertidas, outras uma tristeza.

    Volte sempre, Leonor.

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  6. Lá por isso eu chamo-a à realidade: o triangulo Tallon / jovem Esposa / chauffeur (não se fala de outra coisa).
    Já agora, quem é o avô da Carolina?

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  7. Ó Pirata- Vermelho, você tem graça!

    Obrigada pelo piropo e obrigada pela sua disponibilidade para ficar a tomar conta do pedaço enquanto eu fui ali descansar um bocadinho.

    E nem precisava de avisar que a sua menina é bem feitinha de corpo, ora essa: então um pirata vermelho não era capaz de raptar uma menina escolhida a dedo?

    Volte sempre, Pirata, que eu vou ali ver quais são agora os problemas da Vanessa e da Soraia.

    Volte sempre, Pirata!

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  8. Cara Helena,

    Começo por lhe agradecer a visita e as simpáticas palavras.

    Quer crer que hoje estava no trabalho e dava por mim a pensar 'Esqueci-me da Marta Leite e Castro que acha que o Henrique Sá Pessoa, o Sá como ela o trata, tem tanto mel que as próprias amigas se derretem com ele; e esqueci-me do Beauté e do marido, Luís Borges, que, na praia, usa fato de banho de senhora, coisa que eu não via desde as fotografias do princípio do século passado; etc, etc'?

    É uma coisa inenarrável e eu pasmo com o que ali vejo, as pessoas em poses artísticas a despropósito, e gente que anda sempre em festas e em 'presenças' mas sempre com vontade de rir e sempre com capacidade para dizer coisas.

    Devo ser eu que sou um bocado bicho do mato porque não tenho paciência para andar horas de um lado para o outro, com um copo numa mão, a cumprimentar à esquerda e à direita, a rir e a dizer coisa nenhuma. E, se não tenho como escapar, venho de lá cansada e a jurar que nem tão cedo me apanham noutra. Pasmo, por isso, com a capacidade destas pessoas que aguentam estoicamente festa após festa, que gostam, que dão entrevistas e sempre a rir.

    Se eu me chegasse ao pé de uma destas pessoas e falasse na crise da zona euro, dos conselhos da Christine Lagarde ou outras coisas do género, deveria ser olhada como uma 'cromo', uma excêntrica incapaz de uma conversa de jeito.

    E sei lá se não teriam razão...?

    Por estes dias, quase que chego a pensar que o melhor é não tentar perceber o que se está a passar.

    Às vezes, quando aqui venho escrever, apetece-me comentar factos do dia mas tem dias que a coisa é tão deprimente que, à última, apetece-me partir para outra e falar de livros ou de pinturas ou simplesmente desatar-me a rir e gozar com isto tudo.

    Mas, para acabar, Helena, volte sempre, é muito bem vinda, gosto de a ter por cá!

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  9. Cara Leitora Anónima,

    Terei que voltar à cabeleireira para me actualizar? (Talvez agora me despentear um pouco que hoje, quando cheguei ao emprego, toda a gente ficou admirada: 'Tão penteada...!')

    Mas essa do Tallon, da jovem esposa e do chauffeur tem graça. É um clássico. Mas qual é a parte enganada? Diga-me que é a jovem esposa para ter ainda mais graça...

    O avô da omnipresente Carolina Patrocínio é uma pessoa que acho uma simpatia e agora estou a falar a sério: é o Dr. Vasco Vieira de Almeida, advogado, com uma conceituadíssima firma de advogados, a Vieira de Almeida & Associados. Foi ministro a seguir ao 25 de Abril, embora por pouco tempo e embaixador. Mas é sobretudo conhecido pela sua importante firma de advogados.

    Volte sempre e vá tentando que eu me interesse por coisas sérias que eu tenho andada muito afastada da vida real...

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  10. É no cabeleireiro que também leio "as gordas" destas revistas, pois não tenho paciência... Algumas "celebridades" nem sei quem são. Mas sei de pessoas que todas as semanas compram as revistas, sabem a vida desta gente e perdem tempo ao serão a dialogar como se de um membro da família se tratasse.
    Pois... secalhar é uma maneira de estar na vida!?
    Quando cairem na realidade já é tarde para saberem quem é o Mangas!
    Boa sexta-feira!
    Isabel

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  11. É só rir!! E como eu me revejo em tudo o que está descrito.. COnfesso que já ando a ansiar por uma ida ao cabeleireiro, não porque o cabelo esteja rande, mas para cultivar-me!
    Há que rir, indeed, no meio da desgraceira que para aqui vai..

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  12. Autora de Histórias de Nós,

    Como já aqui referi anteriormente, cabeleireira foi a primeira profissão que quis seguir e ainda não me refiz do desvio que introduzi na minha vida.

    Se fosse uma questão de cortar o cabelo, teria todo o gosto em tratar do assunto. Assim, como é pelas revistas e dessa por aqui não há (mas vou pensar no assunto), convido-a a ir passando por aqui que me esforçarei por ir transmitindo as últimas.

    Um beijinho :)

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  13. Olá, Isabel,

    Tem razão: metade ou mais nem sei quem sejam. Muitas, do que percebi, são da fornada dos Morangos, coisa que não acompanho.

    Mas, aquilo, consumido em condensado como eu ontem fiz, e sem seguir a sequência, é do mais divertido que há.

    Mas olhe que ver o Mangas (só ver, sem som) a explicar-se e a gesticular como se estivesse em câmara lenta e a falar com aquele ar esbugalhado também é um fartote de riso.

    O pior é quando se ouve com som...

    O pior ainda é vermos que o dinheiro cada vez chega para menos...

    Mas não sei se o Mangas se vai aguentar lá muito tempo: no PSD andam muito aborrecidos com ele, o CDS ainda mais e ainda a procissão não saíu do adro.

    Tempos complicados, que o diga a Isabel Angelino...

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  14. Hoje fui ao cabeleireiro e ao ler numa daquelas revistas uma citação de Marinho Pinto, (este eu conheço) o Sr. bastonário da ordem dos advogados tira macacos mesmo estando sob o olhar de pessoas, mas ao parar no sinal vermelho é onde com mais frequência pratica esta bonita acção.
    Pergunto eu - o que fará o sr bastonário aos ditos macacos? Bolinhas? Que nojo!
    Isabel

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  15. Cara amiga
    Ainda voltei a rir com os acréscimos do motorista - é giro? - das Soraias, das Susanas, da Marta, do Sá, do Beauté e cônjuge, meu Deus, donde saiu toda esta gente?
    Estou traumatizada porque só sabia da Lilly e da Raquel. Logo eu que até vou à tv...
    Na minha cabeleireira, a 5 euros a mise de rolos, aqui perto do Museu das Janelas Verdes, só há tv guias muito antigas.
    Assim, amanhã no Chef, enquanto como um rissol, sempre posso ir entendendo algumas conversas à minha volta...
    Sinto-me muito depressiva com o facto de desconhecer tanta coisa original que se passa à minha volta.
    Obrigada a todos, sinceramente! Apesar de estar com uma imensa vontade de rir da minha ignorância, pergunto, a sério, o que fará o meu amigo Vasco no meio de tudo isto?!

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  16. Olá!
    Aqui cheguei através do "fio de prumo" da querida Helena.
    Adorei o seu resumo do quotidiano das "celebridades".
    Percebo que num país onde as coisas sérias chegam para nos tirar o sono, existam outras que sirvam para rir e falar do nada.
    No entanto, algumas são mesmo uma triste realidade do supérfluo que se instalou na vida das pessoas fazendo-as esquecer o próximo.
    Um abraço e adorei passar por aqui.
    Teresa

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  17. Olá Teresa-Teté,

    Muito obrigada pela sua visita. Concordo plenamente com as suas palavras.

    À medida que os conhecimentos a todos os níveis vão sendo maiores, grandes desenvolvimentos científicos, tecnológicos,grande facilidade no acesso ao conhecimento, parece que uma parte da população se entrega a viver sobre a espuma dos dias, indiferente a tudo o que se pssa á sua volta. Infelizmente, também, uma outra parte da população parece apostada em viver como se vivia há séculos atrás, em guerra, com fome, sem um mínimo de condições.

    É um mundo estranho este, que anda a tão diferentes velocidades.

    Mas, enfim, haja, apesar disso, a capacidade de nos irmos divertindo com o lado mais doido dos acontecimentos...

    Volte sempre, Teresa!

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  19. Cara Helena, de novo,

    Sabe que eu só aqui escrevo nos meus blogues bem tarde na noite e, a partir das tantas, tenho por companhia apenas a televisão. E um dos programas que não perco é o 5 para a Meia Noite em que tive, no outro dia, a grande surpresa de a ver.

    Admirei a sua coragem, confesso e, ao princípio até eu estava receosa porque aqueles ali são mesmo doidos (e eu gosto deles por isso mesmo).

    Mas a minha Amiga, para além de estar muito elegante e num tom lindíssimo, aguentou-se muito bem. Fartei-me de rir e no dia seguinte ainda me ri a comentar com o meu marido que o Borges até patinou, de vez em quando, face à sua destreza, não sabendo bem que troco lhe dar... Adorei.

    A sua capacidade de, no meio da 'barafunda', ainda conseguir conceber um texto também me deixou admirada.

    E quanto ao seu clube de admiradores no Facebook, eu também estava a pensar que aquilo era alguma que ia sair dali. Via-a a si incrédula e pensei que tomara que não acreditasse porque era partida que lhe iam pregar...

    Mas, afinal, era mesmo a sério. Deve ter ficado mesmo admirada e orgulhosa. É obra.

    A pergunta sobre os filhos é inevitável e também já a tinha visto no Herman e, de facto, é preciso ter uma grande presença de espírito e personaliddae forte para se conseguir sair tão bem.

    Sobre o seu filho Miguel vou aqui contar uma coisa que acho que não tem mal que eu a divulgue.

    Há algum tempo fui passar o dim de semana num hotel muito agradável. Estava lá o seu filho e presumo que os seus netos. O seu filho estava muito no computador, a escrever, mas também com os filhos no computador, e vi-os a virem da praia e estavam felizes, amigos, e eu gostei muito de os ver.

    No dia seguinte soube pela comunicação social que ia ser operado. Fiquei ainda mais tocada. Lembro-me muito disso. Ele devia estar bem preocupado e assustado mas, vendo-os, parecia apenas um pai feliz com os seus filhos.

    Gente forte a sua!

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  20. Obrigada, amiga, pelas suas palavras. É gente forte a minha, de facto. Unidos como rochas, mas cada um pensando pela sua cabeça.
    A deles - digo eu, que sou mãe - perdeu o neurónio da esperteza, uma vez que estão ambos na política...
    E quando escrevo sobre a nossa terra - o que faço com mais regularidade do que devia - penso sempre que, de algum modo, estou a escrever sobre eles, Aí , ou me dá vontade de rir - menos mau - ou me dá uma pena de mim enorme. Mas como o que faço melhor é rir da minha própria vida, respiro fundo e digo "é karma"!

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  21. Isabel,

    Então nosso Bastonário da Ordem dos Advogados é, afinal, um macacão porcalhão...?

    Felizmente não tenho que lhe dar apertos de mão...

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  22. Cara Helena,

    Admiro a sua sabedoria e inteligência, a sua enorme segurança em si própria e o seu sentido de humor.

    Não é fácil para uma mãe atravessar os tempos tendo os filhos como intervenientes activos e, ainda por cima, em espaços politicamente opostos. Mas a Helena consegue enfrentar todas as questões que (se) lhe colocam com agilidade e sensibilidade.

    E, olhe, tem toda a razão: a sua gargalhada é um património precioso! Preserve-o e, se possível, rentabilizo-o. A gente ouve-a a instantaneamente ri-se também. E rir é do melhor que há.

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