segunda-feira, fevereiro 21, 2011

José Manuel dos Santos, Inês Pedrosa, Ruben de Carvalho saem do Expresso

É sempre com pena que as pessoas se despedem. Neste caso, pelo que percebi, o processo pode ter sido triste para os próprios. São os tempos, dir-se-á.

Se calhar é mesmo assim: as receitas não devem dar para acomodar todos e, para que entrem novos, alguns têm que sair.

Já aqui manifestei o meu agrado por Pedro Mexia ir para  Expresso. Escreve bem, é inteligente, prepara-se, parece ser intelectualmente honesto. Com ele vão entrar outros. Espero que tenham qualidade, que tenham inspiração, que nos tragam ideias novas mesmo que sobre temas velhos, e que, com as suas palavras, nos iluminem.

Na altura, não me ocorreu que as novas entradas implicassem saídas, muito menos saídas sofridas para os que saem. Espero que o Ricardo Costa saiba honrar o espírito do Expresso, que não lhe suba à cabeça a vaidade dos novos-vencedores que tantas vezes transforma os homens em seres insensíveis,  com a ilusão de que a eficiência é o motor da vida. Não é. Contudo, do que li, apenas posso depreender que a guia de marcha foi comunicada a poucos dias do fim. Isso é mau. Ninguém gosta de se sentir descartável. Mais não sei.

Expresso de dia 19: despedida de cronistas
Não era leitora atenta das crónicas de Ruben de Carvalho e o estilo feminista-alegrista de Inês Pedrosa não me merecia geralmente mais do que uma leitura diagonal para perceber o tema do texto; apenas de vez em quando me merecia uma leitura mais demorada.

Mas lia sempre, com cuidado, com gosto, com vagar, os textos de José Manuel dos Santos. Há nas suas palavras um saber, uma compaixão, um gosto pelos outros, e uma tolerância e amabilidade, um uso das palavras que transmite graciosidade, que deixa transparecer a espessura que se adquire com o viver dos anos, com o conhecimento do mundo. Tenho muita pena que tenha saído do Expresso.

As suas palavras vão fazer-me falta.

A sua despedida entristeceu-me um bocado o fim de semana.

O que vale é que nunca tenho pena para grandes tristezas, especialmente ocupada que ando nesta labuta dos livros. Foi necesssário adquirir nova estante (outra vez: abençoado IKEA) e as coisas começam a ganhar uma lógica que me agrada.

Aparentemente a confusão continua - o movimento de translação e a reestruturação on the fly deixa o chão da casa pejado de livros - mas agora a coisa está no bom caminho.

Livros a caminho de serem arrumados
Mais uns dois ou três dias e talvez esta empreitada esteja terminada e eu possa voltar a dedicar mais atenção aos meus blogues.


PS: Para quem procura o blogue porque se interessa por tapetes de Arraiolos, especialmente por modelos clássicos, chamo a atenção para a minha carpete réplica do modelo Albert and Victoria Museum em Londres, atribuível ao Século XVII (já falei dela há tempos atrás).

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