terça-feira, agosto 19, 2025

Só me apetece hibernar

 

Bem... isto há dias que parecem um torvelinho, uma ventania virada do avesso. O compromisso do dia correu bem. Foi rápido e tudo se resolveu na boa. Depois comprámos uma pizza e almoçámos já a caminho das quatro e isso, em si, não teve mal nenhum. O pior foi que, a seguir, ao pousar o telemóvel no braço do sofá, não sei como, deu-se o desastre. Caiu de borco, o vidro em contacto com o chão. O barulhinho prenunciou o pior. Apesar de película não sei quantas, vi logo que a coisa tinha corrido mal. Tudo às cores e aos tremeliques. E já não consegui fazer nada dele. O telefone tocou e não consegui atender. E tanto lhe mexi que consegui entrever, no meio daquela confusão cromática e cintilante, que estava em modo de avião. Aí ficou silencioso.

Fui a uma loja do operador. Disseram-me que ou comprava um novo ou ia a uma loja lá perto ver se tinha arranjo. Na loja, disseram-me para o deixar lá ficar que iam tentar trocar o vidro. Ao fim de hora e meia, lá fui. O rapaz de volta dele: o telemóvel arrancava e desligava-se. Segundo o rapaz, se calhar o vidro que lá tinha não estava bom, mas não tinha outro. 

Já era tarde. O meu marido disse: compra outro e despacha-te. Fui, de novo, à loja do operador. Todos os que escolhi estavam esgotados. Segundo a jovem qu eme atendeu, tem havido uma procura incrível e não tem dado tempo a repor o stock. Recomendaram que fosse à worten. Lá fui.

Carradas de gente, uma multidão. Finalmente, lá fui atendida por um jovem. Escolhi um modelo e uma película protectora. Quando estava a pensar que estava quase despachada, o rapaz disse-me que estava na hora de saída e que ia dar as coisas a um colega. E voltei a ficar à espera. Por fim, perguntou se eu tinha ficha de cliente. Tinha. Mas não aparecia. Disseram que têm estado a actualizar a plataforma e que eu tinha que autorizar não sei o quê. Puseram o cartão do telemóvel danificado num outro telemóvel para eu autorizar não sei o quê. Depois voltaram à carga. E, quando pensei que estava tudo, não senhor. Só havia um terminal de pagamento, tive que esperar. Quando paguei, diz-me ele: 'Agora tem que ir à Resolve, para pôr a película. Lá fui. Tirei senha, aguardei. Quando saí de lá, vinha doida, desidratada, com a tensão baixa. Só quando cheguei a casa é que reparei que não trouxe a caixa, que tem o cabo e mais não sei o quê.

Em casa, estive a configurar o dito.

Como a segurança do whatsapp e das fotografias -- que, no meu caso, crescem a um ritmo vertiginoso -- estava sempre a rebentar com as costuras do espaço do google drive, vai daí, enfureci-me e cancelei as cópias de segurança.

Ou seja, agora, não tenho nada.

Já tentei passar do telemóvel para o novo mas como não consigo desbloquear o estragado, não consigo fazer nada.

Portanto, não tenho histórico de conversas nenhumas de whatsapp e também não tenho vários contactos que, por estes dias, me são vitais. 

Tenho que tentar ir a outra loja ver se me conseguem salvar alguma coisa do danificado. Mas são horas em cada lado, não dá jeito nenhum, o tempo não chega para tudo. Nestas alturas tenho saudades dos tempos em que havia sempre alguém na empresa que ajudava no que fosse preciso, que tratava da reposição dos equipamentos, que resolvia impossíveis. E depois eu estava ao pé de tudo. Agora, isto seja eu ou o meu marido, estamos por nossa conta. E longe de tudo. É bom não viver no meio das cidades, tem coisas boas, é uma calmaria, passarinhos e ar puro, mas, nestas alturas, quando é preciso ir aqui e ali, e horas para cada coisa, é uma chatice.

Por isso, hoje estou nesta, a descarregar apps, a configurá-las e a vencer a impaciência que está a subir por mim acima e a descer por mim abaixo a um ritmo que não vos digo nem vos conto. Este mundo das tecnologias e das apps e das mil passwords e das mil permissões para isto e para aquilo é uma estopada das valentes. Quando eu for velhinha, sei lá, para aí com 150 anos, será que vou conseguir dar conta disto tudo? Tenho dúvidas. Caraças. Que falta de pachorra para isto tudo.

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