Foi a minha filha que me chamou a atenção e, como eu não tinha visto, até me enviou um vídeo que fez. Só que, por nabice minha, não consigo aqui incorporá-lo. Mas é uma cena verdadeiramente badalhoca: o Sarmento parece dirigir-se a esse outro que, com o que tem feito e dito, tem evidenciado ser uma nódoa na nossa democracia. Às tantas, com aquele seu arzinho ladino de chico-esperto, Sarmento diz: 'Quando descobrirmos qual o programa eleitoral que o Chega defende, talvez póssamos falar de programas eleitorais'. Ventura ri-se.
E eu só tenho pena de não poder correr com ambos, um do Governo e outro da Assembleia. É que não se aguenta. É mau de mais.
Já houve um tempo em que o Governo era formado por gente culta, inteligente, competente, e em que os deputados eram gente de bem, os melhores representantes da população, gente digna, séria, bem educada, bem formada. Agora é isto. Claro que haverá gente de bem, claro, uns quantos que ainda se aproveitam (felizmente), mas depois há um rebotalho que é isto.
O que as televisões nos mostram é uma dor de alma: uns são mentirosos, outros mentalmente desonestos, outros broncos, e agora até isto, gente que nem falar sabe. Caraças. E há casos em que a mesma pessoa consegue ser isto tudo ao mesmo tempo. Um desastre.
A democracia, ao contrário da tirania, é benevolente, inclusiva, tolerante, avessa a linhas vermelhas. Portanto, gentilmente fecha os olhos às violações, aos atentados contra os seus mais valiosos princípios, abre as portas a quem tudo faz para a desgastar e, talvez, devorar.
Um dia ainda se fará essa reflexão.
Esta queixa-crime colectiva contra André Ventura e Pedro Pinto é um bom passo nessa direcção. Não deveríamos deixar passar actuações como as destes dois. Mas muito mais se deveria fazer.
E deveria haver também uma qualquer acção pública de denúncia contra os crimes contra a língua portuguesa praticados por gente paga com o dinheiro dos nossos impostos e que supostamente nos representa e/ou governa.
_______________________________________________
Como fico doente com isto, tenho que respirar outros ares.
Pode ser isto.
Morecambe and Wise - Puttin' On The Ritz (1960s)
No telejornal da noite ouvi algo que até me fez revirar os olhos e penso que proferido por um elemento do governo: " há mais gente empregue"! Hã?! Em oposição teremos "gente desempregue"? Isto já vem da analogia com o horrível "encarregue" que, por sua vez, veio da analogia com o normal "entregue". Desde o "serálhe" do PM que dia sim, dia não saltam pérolas de tudo quanto é lado. As notas nos rodapés dos vários canais de televisão contribuem também alegremente para este rodízio linguístico. No outro dia até "nú" estava coberto com um inesperado acento agudo, talvez para não apanhar algum resfriado!
ResponderEliminarOlá Célia!
EliminarJá me fartei de rir.
E sabe de que me lembrei? Devia haver, na televisão, um programa diário, talvez chamado 'Em defesa da Língua Portuguesa' com base em excertos de peças televisivas em que se vissem e ouvissem os disparates da véspera, se calhar com a Maria Flor Pedroso (ou outra pessoa) a assinalar o erro e a ensinar qual a forma correcta de dizer ou escrever. E isto fossem os cábulas ministros, deputados, jornalistas ou fossem quem fossem.
Acho que era uma boa iniciativa. O que lhe parece?
Subscrevo!!!
ResponderEliminarObrigada!
Eliminar