sábado, julho 19, 2025

Maria da Conceição, a dedicada filha e esposa de Manuel Lima

 

Passámos por um sítio que tinha, na parede, um televisor. O meu marido disse-me: 'Filha confessa que casou com o pai'. Estava espantado. Pelo tom com que o disse percebi que estava na dúvida. Se calhar tinha percebido mal, se calhar alguém tinha escrito mal. Mas eu não fiquei atarantada como ele pois, creio que na véspera, já tinha lido o título pois, quando vou googlar no telemóvel, aparecem-me notícias variadas. A notícia era mesmo essa: a miséria na versão mais miserável, mais triste. Uma miséria em ponto pequeno, uma miséria desprovida de tragédia, uma miséria quase comédia.

Voltei a googlar para tentar interpretar o feito. Confirmei: uma vez mais, a realidade supera qualquer ficção. 

Para começar, temos uma Maria da Conceição e só isso já quase garante que a história tem tudo para ser de gritos. Mulher de 68 anos, bem fornida de carnes, amplos seios, cabelo com madeixas, com certeza arranjado para a ocasião, discretamente vestida em tons de azul marinho ou submarino, pregador na blusa, talvez a negar a indiscrição do decote e a marcar a solenidade do momento, a mão segurando o bouquet devido a noiva que se preze. Pelo braço, também enfatuado em azul, colete a preceito, gravata clara para marcar a castidade do momento, lencinho em tons de amarelo-festivo na lapela, Manuel, o pai de Maria da Conceição, 95 anos, não sei se frescos, se acabados mas, pelo menos, andando pelo seu próprio pé.

Ao que se sabe, trocaram alianças. Não sei se selaram o momento com um beijo ou se saltaram essa parte. Também não sei se, no fim da cerimónia, Maria da Conceição atirou o bouquet para saber qual a próxima mocinha a dar o nó, nem sei se terá sido alguma irmã a apanhá-lo.

Quando a notícia estalou, Maria da Conceição candidamente confessou ser precavida e, sobretudo, estratega: antevendo que o seu noivo poderá ir desta para melhor antes dela, para depois poder receber a pensão (presumo que a pensão de sobrevivência ou de viuvez), casou-se com o pai, por sinal viúvo há apenas seis meses. Alega a noiva que foi aconselhada a isso pelos irmãos. Não terão sido todos pois alguns, sabendo das novas núpcias do papá, apresentaram queixa. São 12 ao todo, os filhos do produtivo Manuel. Contudo, para sossego de algumas pudicas almas sempre prontas a apontar o dedo, o noivo assegura que não tem qualquer envolvimento sexual com Maria da Conceição, que o nó teve mesmo apenas interesse financeiro.

Sabendo da polémica, não querendo ser alvo da fofoca alheia, Maria da Conceição já está por tudo, por ela divorcia-se já do pai. Mas não pode, a situação embrulhou-se e embrulhada está. Em sua defesa, diz que dá banho ao pai mas sem qualquer interesse sexual, pois o pai até usa fraldas.

No meio disto, subsiste o mistério: sendo proibido o casamento entre pai e filha, como foi possível que na Conservatória do Registo Civil de Guimarães se estivessem a marimbar para o facto? Enterneceram-se e fecharam os olhos? Ou o quê? 

Para ver se desvendam o mistério, os filhos escandalizados já apresentaram queixa. A ver é se o Senhor Amadeu desta vez também diz que quer que a coisa se resolva rapidamente. Não é por nada, mas não se sabe se daqui por uns dez ou doze anos o Manuel ainda terá a cabecinha fresca para poder responder pelos seus actos.

Coitada da Maria da Conceição.

3 comentários:

  1. 1. A estratégia da distração:
    O elemento primordial do controlo social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da Ciência, da Economia, da Psicologia, da Politica nacional e internacional, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, presa a temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado e ocupado sem nenhum tempo para pensar no que realmente lhe devia preocupar.
    EXEMPLO
    "Os principais militaristas europeus e defensores da continuação da guerra por procuração contra a Rússia e que têm aumentado enormemente os gastos militares com a degradação do nível de vida dos povos estão cada vez mais desacreditados.
    Segundo dados públicos, a taxa de aprovação de Merz é de 36% (junho de 2025), a de Macron é de 27% (março de 2025) e a de Starmer é de 23% (maio de 2025).

    Por outras palavras, três marionetes dos globalistas, sem apoio popular e completamente controlados pelas empresas transnacionais e pelo complexo militar-industrial, na ânsia de gerar lucros aos seus senhores, estão a conduzir os seus países a um desastre económico e social e para uma guerra contra a Rússia, que seria o fim da humanidade,,"

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    1. Esqueceu-se do ponto 2, do ponto 3, do ponto 4, do ponto 5... do ponto Putin, etc. Vá lá, não nos prive das suas convicções....

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  2. Afinal enganei-me, pensei que este comentário também não passava, tal como outros que não passaram, quando eu, mais do que as minhas convicções, tento divulgar as realidades que algumas pessoas, por equivoco de tanto querer acreditar na narrativa de quem lhes faz a folha, ou apenas por algum interesse ou má fé, não aceitam de modo nenhum.
    Criar bodes expiatórios é uma das premissas, faz parte do processo de endrominar a manada, e funciona. Espantosamente, até para muitos que, de várias maneiras, mostram qualidades de quem não se enquadra nesse conceito.
    Conclusão
    É mais fácil enganar um povo, que convence-lo que está a ser enganado.
    A vida é bela, alguns mafarricos é que dão cabo dela, em nome de lucros obscenos, como se no luxo estapafúrdio em que vivem, precisassem de comer melhor.
    Bom fim de semana cara UJM.

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