sábado, março 01, 2025

Marcelo sente-se enrodilhado, sem saber o que fazer no CASO Montenegro?
-- Depois de o ter levado ao colo até S. Bento, agora não sabe como livrar-se dele?
Uma dupla cujo final político é triste

 

Note-se: até ver, com o que se sabe, o caso Montenegro é político. Falta de ética, violação do princípio de não conflito de interesses, encobrimento, aparentemente não respeitar a obrigatoriedade de não receber rendimentos de outras fontes que não a de ser Primeiro-Ministro. Embora já se fale no possível interesse do Ministério Público em fazer umas certas averiguações. Mas não é essa vertente que, para já, aqui me traz.

Se o tema fosse criminal, eu diria, como sempre digo, que o Montenegro seria inocente até prova em contrário. Os julgamentos fazem-se nos tribunais e não na rua.

Mas o tema a que me refiro é de confiança, respeito, dignidade, moral, ética. E aí, sim, a avaliação de um governante em exercício é feita, em primeiro lugar, na rua. Claro que, também, na Assembleia da República (mas, a primeira aproximação veio pela mão do Chega e chegou prematuramente, quando ainda não se sabia da missa a metade, pelo que a moção de censura foi chumbada).

Claro que há também a questão da (in)competência e, aí, a menos que se trate de casos deveras graves que requeiram a intervenção da Assembleia da República e do Presidente da República, a avaliação deve ser feita nas urnas, no tempo devido.

Mas, volto a dizer, não estou a falar nem da competência nem de questões criminais. Estou a falar da questão da 'percepção', tão cara ao Montenegro. E aí há que ajuizar qual a percepção que a 'malta', em geral, tem da sua idoneidade, da sua credibilidade, da sua honorabilidade. Se a malta em geral, de forma unânime (só o ouvi o Núncio a defendê-lo e isso não conta -- e, ainda assim, foi uma defesa mais abstracta do que dele), o vê como um chico-esperto, um videirinho que pensa que pode disfarçar as coisas que faz com conversa da treta, areia para os olhos ('um terreno com duas oliveiras', por exemplo), com habilidades jurídicas (ainda por cima mal feitas, nulas), então que condições tem Montenegro para se manter como Primeiro-Ministro?

Já antes tinha ouvido o Lobo Xavier dar-lhe um par de machadadas fatais. Mas este sábado vi o Miguel Morgado, um ferrenho militante e quase acéfalo defensor de tudo o que vem do PSD, enterrar de vez o Montenegro. O que ele disse deixou-me estupefacta. Se o Miguel Morgado se refere a Montenegro como um político medíocre ou diz que é impossível um primeiro-ministro pedir escusa seja do que for, não sei quem vai apoiá-lo caso ele queira manter-se em funções.

É uma chatice haver uma crise política numa altura destas. Claro que é. Ninguém a quer. Mas mais 'chato' é ter um primeiro-ministro sem credibilidade, em quem os portugueses não confiam.

3 comentários:

  1. Pois eu vou pela lei e há muito a dizer. Ou haveria...que o nosso Ministério Público é tão isento como o Truth Social do Donald.

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  2. Eu diria que não vai haver crise politica. O tal não quer, o Luís não quer, logo não vai. O que, julgo, vai acontecer é o Luís andar por aí e o gado dizer que o ladrão hoje vem cá.

    E o outro é o que é: um parvenu. Enfim, pelo menos tem ar de quem toma banho. A condição de filho de ministro do Estado Novo não faz dele filho d'algo. Não é. Ponto final.

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  3. Cara UJM:
    Olhe que não, olhe que não como diria o outro. Isso, a respeito do que pensa o povo sobre o Montecoise. Tem todo o apoio do maralhal que vota. A acefalia não deixa ver a dois cm do nariz. As chico-espertices são avaliadas positivamente pelo povo que vota. O gajo é um herói. Já ele era assim como vereador na Câmara de Espinho. E quem é esse tal de Morgado? Enquanto não for privatizado tudo o que mexe, desde o SNS até à empresa pública mais esconsa que existe, o tipo não sai .
    Américo Costa

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