domingo, novembro 24, 2024

Já existe o verbo tar?

 

Há uma questão que ainda não sei como ultrapassar. Ou melhor, duas. Isto é, pensando melhor, três.

1ª - Se alguém aqui escreve comentários com erros ortográficos ou gramaticais, devo publicá-los e fazer de conta que não dei por nada?

Eu acho que sim. Chamar a atenção à pessoa, seria envergonhá-la publicamente. Não o faço. Contudo, uma vez uma pessoa que, em tempos, tinha um blog, por sinal professora com livros publicados, criticou-me, dizendo que eu estava a expor a pessoa ao vexame de ficar patente perante o mundo que a pessoa não sabia escrever. Só que não tenho como chamar a atenção em privado. Portanto, publico e paciência. Mas é um tema que não tenho bem resolvido. O que penso é que se foi um lapso, a pessoa, ela própria, dará por isso e fará um novo comentário com uma errata. 

E, de qualquer forma, há que compreender que, mesmo que a pessoa escreva habitualmente bem, um dia, por escrever à pressa, por distração, por erro de digitação ou porque escrever no telemóvel torna tudo mais complicado, os deslizes acontecem. Sou tolerante quanto a isso.

2º - Se alguém, conversando comigo, dá pontapés na gramática e usa expressões incorrectas (exemplo: usando quaisqueres em vez de quaisquer, dizendo houveram situações desconhecendo que o verbo haver, neste âmbito, não usa plural e que, portanto, se deveria dizer houve situações, dizendo há-des em vez de hás-de, ou há-dem em vez de hão-de, etc), como devo proceder? Uso as expressões correctas deixando a pessoa a pensar que não sei falar? Ou 'ajeito-me' e dou também pontapés na gramática?

Claro que falo sempre bem. Pelo menos, tento. Seria incapaz de dizer quaisqueres ou há-dem. Incapaz. Aliás, gostaria de ter coragem para dizer à pessoa que está a falar mal e explicar-lhe quais as regras. Mas obviamente não o faço. Receio passar por convencida ou inconveniente. Mas, limitando-me a falar bem, fico sempre com receio que os outros achem que eu é que sou a analfabruta do grupo.

3ª Quando nas mensagens, sejam sms ou whatsapps, se recebem frases que incluem tou, tão, tava, tá bem, etc, o que deverei fazer? Deixar estar, achar que é inevitável, ou chamar a atenção?

Se são os meus netos, claro que mando uma correcção de volta. Invariavelmente dizem-me que, nas mensagens, se escreve sempre assim, à pressa, de forma abreviada. Creio que até receariam escrever 'estar' e não 'tar' não fossem os amigos gozar e achar que, escrevendo o 'es' que incorpora a palavra, estivessem a parecer uns bonequinhos, apertadinhos, esquisitinhos, pondo-se a jeito para serem gozados.

Mas é um tema. Aliás, três temas.

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E, um pouco a propósito, sobre o uso da língua portuguesa, aqui vai uma compilação de momentos da Porta dos Fundos

COMPILADO | EH LINDO O IDIOMA PORTUGUÊS

Ah, as bonitezas do idioma português… mas também tem as incongruências, afinal, passamos anos chamando esquetes de “as esquetes” e pelo visto “esquete” é substantivo masculino e agora temos que falar “os esquetes”. É feio, a sonoridade é estranha, nem prazeroso de falar… mas isso foge da nossa ossada. Ops… alçada! 

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