Ontem o Mário Centeno, numa intervenção que fez na conferência do Banco de Portugal dedicada à educação e qualificações, proferiu afirmações que, pela sua relevância, espero que sejam devidamente apreendidas e comentadas: afinal, a percentagem de retenção de jovens portugueses licenciados em Portugal é superior à que se verifica em vários outros países europeus.
Deu o exemplo de uns quantos países na Europa em que a taxa de retenção é inferior ao que acontece em Portugal e recordo-me que referiu que a taxa de retenção em Portugal era mais do dobro do que na Alemanha, na Dinamarca ou nos Países Baixos. Também a taxa de atração de jovens estrangeiros licenciados é bastante grande. Afirmou ainda Portugal tem conseguido ser um receptor líquido de diplomados com o ensino superior.
Referiu concretamente que o país vive focado numa realidade que é descrita com números enganadores.
Assim sendo, neste contexto, uma das grandes bandeiras eleitorais da AD e agora do Governo prende-se com políticas públicas baseadas em dados incorretos. Logo, são políticas públicas que não se justificam.
Tendo a direita, em conluio com a comunicação social, feito uma lavagem ao cérebro à malta com a, afinal, pseudodesgraça que era a saída de jovens licenciados do País, conclui-se que, mais uma vez, se enganaram.
Assim se esfuma um dos pilares da campanha eleitoral da AD e da politica do governo. Se a primeira formulação do IRS Jovem apresentada pelo Governo AD não tinha ponta por onde se pegasse também a nova versão do mesmo não se justifica. Por isso, não deve ser aprovada no debate na especialidade do orçamento.
Como não é provável que o Mentenegro & Companhia assumam o logro em que suportam as medidas do IRS Jovem, espera-se que os deputados da oposição atentem na realidade do País e chumbem a proposta do governo.
Aliás, as políticas do governo para os jovens, nomeadamente, para a habitação têm atingido os "objetivos" a que se propunham: o preço das casas aumentou, os empreendedores têm mais lucro e os jovens com mais rendimentos compram casas mais caras, isentos das contribuições, enquanto os que têm mais idade têm que pagá-las. Tudo ao lado. É aquilo que se chama equidade de direita!
O Leitor Américo Costa escreveu um comentário que agradeço e com o qual estou inteiramente de acordo. As responsabilidades da ministra da saúde centram-se em dar cabo do SNS e ela vai tentar cumprir estas responsabilidades integralmente, custe o que custar. Naturalmente, os meus agradecimentos são extensíveis a todos os leitores que fazem comentários sobre os textos publicados. Obrigado.
Falta saber quem anda a enganar quem. No mínimo, qual ou quais as publicações do Banco de Portugal sobre o assunto para que as possamos consultar e analisar?
ResponderEliminarÉ que fica a suspeita de que é um governador candidato a PR, como o foi um antigo presidente da Assembleia da República e como o é um ventríloquo dominical.
Para desgraça dessa gente vão ter pela frente um Dom Sebastião naval.
Em tempo: precisamente a Reuters publica hoje um artigo sobre o assunto assinado por Sérgio Gonçalves, Giselda Vagnoni, Gergely Szakacs e Charles Devereux.
ResponderEliminar...About 2.3 million people born in Portugal, or 23% of its population, currently live abroad, according to Portugal's Emigration Observatory. That includes 850,000 Portuguese nationals aged 15-39, or about 30% of young Portuguese and 12.6% of its working population.
More concerning still is that about 40% of 50,000 people who graduate from universities or technical colleges emigrate each year, according to a study by Business Roundtable Portugal and Deloitte based on officual statistics, costing Portugal billions of euros in lost income rax revenue and social security contributions.
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A single person in Portugal without children earned an average of 16.943 euros after tax in 2023 compared to 45,429 euros in the Netherlans, according to Eurostat.