É que uma coisa era haver um entendimento tacitamente aceite entre a AD e o PS (como houve no tempo da geringonça, entre o PS, o PCP e o BE) e o Orçamento resultava do alinhamento de algumas linhas de convergência, e outra, bem diferente, é a que se verificou, com o PSD (apesar da raquítica maioria que não lhe dá para nada) a andar para aí a cantar de galo, desafiador, rufia, sarrafeiro, armado em todo-poderoso, fazendo o orçamento sozinho, agora querer à viva força que o PS o aprove.
Claro que Pedro Nuno Santos não esteve bem ao reduzir o tema da aprovação a duas linhas vermelhas, dois aspectos específicos. Entre mil tópicos, reduziu o tema a dois. A partir daí ou o Governo ajoelhava e rezava ou a coisa tinha tudo para infectar.
Um orçamento contempla decisões em todas as áreas da governação e nem todas podem ser pacíficas. O Governo pode ter posto no OE toda a espécie de cavaladas. Veja-se qual a ideia do Governo para a RTP, uma canalhice pura e dura. E quantas mais medidas do género podem estar subjacentes ao orçamento?
Por isso, ou o Orçamento, no seu todo, tinha sido mais ou menos alinhavado entre a AD e o PS, ou a única decisão inteligente, em meu entender, seria esperar para ver: analisar cuidadosamente todas as medidas, todas as contas, e, então, com perfeito conhecimento de causa, tomar uma decisão.
O comentador Marcel e o seu amigo Mendes, a Madame Avillez, as comentadeiras a granel que, quais térmitas, saem de debaixo dos balcões para corroerem a opinião pública, podem não gostar. Azarinho. Já a comentadeira, mini-fonte-de-belém, Ângela Silva tinha escrito 'Despachem o Orçamento que Marcelo quer despachar o Almirante'. E agora, com esta decisão do Pedro Nuno Santos, ainda não sabem como é que isto vai acabar e isso maça-os.
Claro que o desaventureiro Ventura, que num dia veste a pele de baderneiro, noutro de taberneiro e, nos intervalos, ensaia o papel de estadista, prepara-se para se mostrar muito responsável. Estará a AD bem entregue se o OE passar com os votos do Ventura...
Enfim, está a cegadinha armada. Mas outra coisa não seria de esperar com a mais do que anémica vitória obtida pela AD e pela falta de noção de Montenegro que gosta de se armar em campeão, esquecendo-se que tem uma maioria menos do que relativa e não mais do que absoluta.
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Para quem goste de ouvir pessoas inteligentes, sugiro que se veja Mariana Vieira da Silva no NOW.
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De qualquer forma, penso que a sugestão que fiz no post abaixo se mantém válida. Ponha-se essa maltosa a dançar em vez de nos maçarem com conversa fiada:
Russell Bruner - Eccentric Dance
Como é que retirar anúncios da tv pública é canalhice? Corresponde às melhores práticas. o preço certo, os programas de festas da manhã e da tarde iguais aos dos concorrentes privados etc são porcaria que o contribuinte não devia ter de pagar. Os privados que façam programas sem valor cultural nenhum só para ter audiências e vender anúncios, mas a tv pública não deve ser isso.
ResponderEliminarSem o financiamento que vem da publicidade, a RTP vai ficar estrangulada, não vai conseguir fixar bons profissionais, logo vai perder audiências, logo vai ficar cada vez mais descapitalizada, logo, a seguir, será preciso tomar medidas (privatizar, por exemplo). Não concorda?
EliminarSem orçamento os contribuintes vão pagar um custo muito grande, mas, isso para os adeptos do clube socialista não interessa nada, haja pachorra
ResponderEliminarNão sei porquê. Essa mania de agitar papões tem que se lhe diga. Mas concordo que Marcelo deveria ter pensado nisso quando andou a dissolver o parlamento, sem necessidade nenhuma.
EliminarÀ rapaziada das televisões: já lá vão uns anos desde que pus à porta o caixote da tv para os homens do lixo levarem. Nunca lhe senti a falta.
ResponderEliminarAs televisões generalistas são insuportáveis. A publicidade é interminável, os telejornais de duas horas uma especialidade nossa, como o pastel de nata mas vomitivos. Pior, no entanto, são os canais de notícias. Repetem, repetem, e para piorar lá vem "e agora o comentário de...".
Foi das melhores limpezas que fiz lá em casa. Graças a Deus, ou à tecnologia, que a AI lhes vai tirar o emprego. Fazem tanta falta como os panfletários do século XVII.
Essa foi radical. Cá por casa não se vê muito, só um pouco à noite, mas, reconheço, frequentemente debaixo de grandes protestos...
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