Provavelmente foi esta incompetente e arruaceira ministra mais o anhuca que era o manda-chuva da Ordem dos Médicos e que agora é deputado do PSD que deram as dicas para os embustes que integraram o programa eleitoral da AD na área da Saúde.
Montenegro está agora a ser vítima do que é ter metido a bordo do Governo a indefensável Ana Paula Martins. Mas isto não o desculpa pois as escolhas definem quem as faz. Pelos antecedentes e por ouvi-la durante poucos minutos percebe-se logo de que é que a casa gasta. Se Montenegro acreditou que era possível resolver todos os problemas em 60 dias e acreditou nas capacidades da criatura não apenas revela que é um ingénuo (um ingénuo provinciano, segundo o seu amigo e padrinho Marcelo) como que é pouco intuitivo, o que é sinónimo de ser pouco inteligente.
Das decisões que conhecemos à Ministra podemos aferir que são todas erradas (excepto as que não são dela e que apresenta como se o fossem). Portanto, pela mais elementar lógica, será de temer pelas que não conhecemos.
Assim, por prudência, sugiro à Oposição, aos Senhores Jornalistas e aos organismos que têm por missão acompanhar, monitorizar ou auditar (chamem-lhe o que quiserem) as acções do Governo, que vão ver, uma por uma, todas as medidas que Ana Paula Martins tomou desde que tomou posse. Exemplos:
- Qual o valor das Horas Extraordinárias que já autorizou, local a local? Como compara isso com os anos anteriores? Se extrapolarmos, qual o montante anual expectável?
- Qual o valor horário que autorizou a pagar pelos honorários a médicos, tarefeiros ou não, onde os não havia? (e que a Oposição, que anda para aí a dizer que é preciso pagar mais aos médicos, não seja tola pois, se calhar, quando se virem os valores ainda vão ficar de cabelos em pé...)
- E que se verifique se não há médicos, por exemplo os das Urgências, que estão em sobrecarga enquanto os cirurgiões, que ganham balúrdios para estarem de chamada, estão na boa, a olharem para o tecto.
- etc. Etc.
Verifique-se. Antes que seja tarde de mais. Antes que ela rebente com o SNS. Antes que abra perigosos precedentes. Antes que desregule completamente o mercado dos médicos, enfermeiros e afins.
Desde há algum tempo que o venho dizendo: se o Governo de Montenegro é globalmente fraco, há alguns elementos que não são apenas fracos, são péssimos, são tóxicos.
Numa lógica eleitoral, poder-se-ia dizer que é bom para a oposição haver gente inqualificável no Governo. Mas a minha lógica é outra. No caso da Saúde, em particular, preocupo-me que:
1 - Haja casos graves, senão fatais, com isto de haver tantas urgências fechadas e, quando abertas, com tantas e tantas horas de espera nas Urgências
2 - Se rebente com o SNS (pois com a bagunça que a Ministra está a criar e com a nenhuma confiança que inspira é natural que doentes e profissionais fujam para o Privado)
3 - Se rebente com o equilíbrio do OE, acabando com as contas certas
4 - Que se desestabilize completamente o mercado de trabalho no sector clínico, tornando as soluções cada vez mais inexequíveis.
5 - Não só rebente com o SNS como rebente com os Privados, uma vez que lhes será absolutamente impossível pagar os valores que o SNS agora está a pagar. É que não apenas não resolve nada no SNS, porque o problema não é esse. Se fosse, seria um poço sem fundo (de greve em greve, vão tendo aumentos de 25%... e onde está o tecto?), como rebenta com os Privado que deixam de ter médicos e enfermeiros. E, portanto, pode não tardar a ser a bagunça total, nem alternativas de um lado nem do outro.
Isso é que é sanha contra o trambolho. Alguma antiga amiga entretanto avinagrada?
ResponderEliminarNá... Não tenho o desprazer de ter lidado com a senhora nem nenhuma pessoa que eu conheça a conheceu pessoalmente antes de ser ministra. É mesmo só lógica e prudência.
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