No outro dia, no supermercado, fui ver se encontrava uma cadeira levezinha e confortável para facilmente deslocá-la. As que tínhamos eram grandes, pesadas, pouco práticas apesar de terem rodinhas à frente.
Estava já capaz de me vir embora a achar que não havia nenhuma que servisse quando o meu marido sugeriu uma que talvez não fosse má. Fiquei na dúvida, parecia que, em a gente se distraindo, a cadeira balouçaria para trás e facilmente iríamos com a cabeça ao chão. O meu marido sossegou-me, um ferro nas costas da dita, travaria. Não percebi lá muito bem mas talvez. Depois, numa lógica de investimento, custava trinta euros. Ou seja, mesmo que não fosse exactamente o que eu queria, também não seria prejuízo por aí além.
Pois bem. Não quero outra coisa.
Se lhe der o dito balanço, ela tomba para trás, os pés levantam-se. E o dito ferro trava-a mesmo.
Tenho lido que me tenho fartado só com a preguiça de me levantar dela. Melhor que a chaise-longue do Mies Van Der Rohe. E estou a falar a sério.
Mas a chaise é de tal ordem que fiquei a imaginar que, quando cá estiver o resto do pessoal, ao experimentarem a cadeira já não a vão largar. E eu? Ficava como? Por exemplo, já estou a ver a minha filha também a não querer sair de lá. Ou os netos, a darem balanço a ver se caem ou não. E eu, pelos filhos e netos, abnego. Claro que abnego.
Mas... para quê abnegar...?
Portanto, teve que ser. Voltámos ao supermercado para trazer outra. Se calhar, até devia ter trazido mais. Mas, como pouco param sentados, acredito que a coisa vai ser gerível. Desta vez, o meu marido compreendeu a necessidade e a pertinência. Portanto, uma fica minha, só minha. E os demais que se revezem na segunda. Não quero saber, entendam-se. Só não mostro a fotografia da Der Rohe e não digo onde se compra para não parecer que estou armada em influencer. Mas posso dizer que, ainda por cima, é lindinha, verde-água, subtil. Um achado.
Tirando isso, tenho varrido, regado, cozinhado.
Além disso, no supermercado, lembrei-me de procurar outra coisa. Vi-me grega para a achar. Ninguém sabia o que era nem ninguém fazia ideia de onde pudesse estar. Escusado será dizer que andar nestas expedições com o meu marido que, mal entra no supermercado, já fica deserto para de lá se pôr a milhas, é obra. Mas sou persistente. Dei com a coisa.
Nunca tinha bebido, e gosto. Kombucha. Fresquinha, bem fresquinha. Faz lembrar cidra embora seja um bocado doce. Mas bebe-se bem. O meu marido também gostou.
No outro dia o meu filho também me levou uma novidade, um kefir de fruta. Não é de leite com fruta ou com sabor a fruta. Não, é mesmo uma bebida de fruta, como se fosse um sumo assim a modos que aguado. Quando bebi, ia dando um salto até ao tecto. Um gasoso fininho, daqueles que trepam, trepam e sobem que nem um foguete direito ao cérebro. E um sabor inexplicável. Fiquei assim: 'caraças, o que é isto!?'
Mas o curioso é que, a cada dia que bebia, ia ficando a gostar mais. Portanto, também fiquei fã.
A vida está cheia de novidades. A gente tem é que ser curiosa, estar receptiva ao que parece estranho, ousar, dar tempo.
Uma alegria.
Á sombra com uma " canestra-di-frutta ".
ResponderEliminarCaravaggio
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