Ainda sobre o Hospital de Braga. Se agora está a enviar doentes para S. João, não sei. Desde há uns anos que já não há PPP, ou seja, o hospital de Braga está, tal como os outros, a ser gerido pelo SNS.
Enquanto foi gerido por uma PPP (concretamente, no caso, pela José de Mello Saúde) recebeu vários prémios pela excelência dos seus serviços, os inquéritos de satisfação feitos junto dos utentes revelavam uma satisfação considerável.
Contudo, por o SNS não querer pagar o que era suposto, a José de Mello Saúde perdia dinheiro com a gestão deste hospital. Não é, pois, verdade, tal como erradamente se diz em comentário ao post abaixo, que o Estado gastasse dinheiro e os 'Privados' ficassem com os lucros.
Ou seja, há por aí muita ideia errada, provavelmente alimentada por infundados preconceitos.
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Num hospital, em especial nos de média/grande dimensão, as Comissões Executivas (sejam quais forem os nomes que se deem aos órgãos de gestão), têm que dar resposta às seguintes vertentes:
- Compras (de consumíveis, de serviços, etc),
- Recursos Humanos (controlar presenças/assiduidades, escalas, trabalho extraordinário, pagar salários, contratar ou demitir trabalhadores, tratar da formação, comunicação interna, etc),
- Financeira (contabilidade, tesouraria, controlo de Orçamentos, etc),
- Sistemas de Informação (sistemas, equipamentos, segurança informática, etc),
- Serviços Gerais/Infraestruturas (gestão do edifício, limpezas, segurança do edifício, frota, arquivos, correspondência, etc),
- Operação/Direcção Clínica (óbvio),
- Jurídica (contratos, litígios, protecção de dados, etc).
- A coordenar estas vertentes, está o CEO (ou Presidente, ou Director-Geral -- chame-se o que se quiser)
De todas as valências, apenas a de Operação/Direcção Clínica requer conhecimentos na área da Saúde. Todas as demais requerem pessoas com conhecimentos específicos da área (economistas/gestores, advogados, engenheiros, informáticos, etc).
Achar que a equipa de gestão de um hospital deve ser constituída por médicos é querer que a sua gestão seja um desastre. Pelo menos, não conheço nenhum que pudesse ser director financeiro, director de informática, director jurídico, director de infraestruturas. E mesmo um CEO que tem que lidar com todas estar vertentes, se não tiver umas luzes de gestão, jurídicas, etc, vai ver-se à nora para gerir a equipa de gestão.
Um Centro de Saúde é uma realidade mais singela a nível de gestão, aliás, não tem nada a ver, mas, mesmo assim, diria que deveria ter à frente um Gestor e não um médico, deixando a vertente Clínica para os médicos e enfermeiros, que trabalho não lhes falta, e libertando-os de tarefas que têm a ver com gestão de contratos de limpezas, de contratos de manutenção de elevadores, de controle de assiduidade, etc.
Contudo, aquilo a que me referia no meu post de há dias é que é urgente que se faça uma análise a nível regional e nacional, uma análise macro, para analisar a procura (por exemplo, o brutal aumento de pessoas em algumas zonas que obriga forçosamente a que sejam necessários novas unidades e mais pessoal clínico) e que se tente encontrar a oferta optimizada, por especialidade e por local (e por altura do ano). Penso que o Ministério da Saúde (seja de que partido for) deveria formar um grupo de trabalho para fazer um trabalho nos moldes que sugeri. Neste grupo devem estar sobretudo matemáticos, mas também gente da gestão/economia, e, claro, também médicos e enfermeiros.
Ou seja, não estava a falar a nível 'micro', isto é, hospital a hospital (no SNS). No entanto, nos grandes hospitais públicos penso que a gestão deve ser profissional nos termos que acima referi (se calhar já é -- mas não faço ideia). Nos hospitais privados, é assim, isso sei.
Um esclarecimento ainda sobre a cobrança que os hospitais privados fazem aquando da admissão para internamentos e cirurgias. Trata-se de uma caução.
No SNS, gaste-se o que gastar, é o Estado que paga. Sejam gastos insignificantes ou da ordem dos milhares ou milhões de euros, o dinheiro sai dos cofres do Estado e é gerido via Orçamento de Estado. Se for preciso gastar mais, haja impostos que os cubram. É assim e ainda bem. Mas tratando-se de dinheiros públicos, diria eu que deveriam ser geridos com mão de ferro para evitar desperdícios, abusos (nomeadamente que pessoas se naturalizem de propósito para vir receber tratamentos milionários que no país deles não conseguem), etc.
Nos hospitais privados não há quem lá meta dinheiro de impostos. O dinheiro para pagar edifícios e equipamentos e respectiva manutenção, para pagar a médicos, enfermeiros, auxiliares, água, luz, comunicações, medicamentos, tratamentos, etc, etc, ... e impostos, só vem de um sítio: do que as pessoas ou as seguradoras lhes pagam.
Acontece que os seguros são limitados e nem sempre cobrem tudo. E, quando não há seguros, ainda mais arriscado há. Um problema grave que os hospitais enfrentam são as dívidas dos clientes. Quando são internados, pagam uma caução. Tenho ideia que, quando a minha mãe foi internada pela última vez, a verba da caução foi 2.500 euros. Tinha um seguro mas o plafond foi ultrapassado ao fim de umas semanas. No acerto de contas, descontando o plafond do seguro que foi esgotado e os 2.500 pagos de caução, ainda houve uma verba considerável a pagar. Paguei, claro. Mas, do que é sabido, há quem se queixe que não tem como pagar e, portanto, deixe uma dívida. Ou seja, a caução é uma forma de minimizar o risco de ser dívida total.
Quando ouço falar nos Privados, algumas pessoas falam como se fosse um bando de bandidos. No entanto são empresas que têm que pagar ordenados (nomeadamente a médicos, a enfermeiros, a auxiliares, a pessoal administrativo, a pessoa de limpeza e de segurança, rendas, empréstimos bancários, licenças software ou outras, enfim, pagar toda a espécie de despesas). Se um hospital privado não conseguir fazer face às suas despesas, não há quem lhe valha, não há orçamento rectificativo, não há nada. Portanto, responsavelmente, têm que ser bem geridos.
Os meus pais estiveram internados quer no SNS quer em hospitais privados. A nível de cirurgias e internamento, há algumas diferenças sobretudo a nível do apoio e da informação à família e a nível do conforto do doente. Mas, de qualquer forma, penso que o problema não está aí. O problema está em tudo o que está antes de se chegar à fase do internamento. A experiência que tenho nas Urgências é diametralmente oposta. No SNS passei horrores, horas e horas, noites inteiras sem saber o que se passava com eles, eles em macas nos corredores. Eu própria já passei uma noite e uma manhã num SO de um hospital público e foi uma experiência abaixo de terceiro-mundista, uma coisa indescritível, desumana. E a nível de ambulatório, é para esquecer (pelo menos nos grandes hospitais). E a nível de Centro de Saúde já ontem falei. Muito mau (pelo menos, nos caso que conheço).
Ou seja, há um problema dramático de gestão, de défice de oferta, de desorganização. Há regiões do país, talvez porque agora têm mais centenas de milhares de habitantes do que quando os hospitais existentes foram construídos, que não têm hospitais que cheguem.
Claro que não é suposto que haja hospitais ao pé de casa. Por isso, quando referi que num estudo há que definir objectivos, mencionei que uma dos parâmetros é a distância razoável a que deve situar-se um hospital. Falei em 50 km como distância máxima a título de exemplo mas é uma distância que me parece razoável. Mas se me disserem que pode ser outra distância, tudo bem, seja.
Quando, há algum tempo, os médicos acharam que eu estava a sofrer um enfarte agudo de miocárdio e activaram o protocolo respectivo, me meteram numa ambulância e me enviaram para um hospital, vi-me numa ambulância a 'abrir', com sirene e luzes a piscar e, à chegada, a ser posta em cadeira de rodas e levada para uma sala de reanimação. Se estivesse mesmo em vias de 'patinar', penso que andar mais do que 50 km seria um risco. Mas estes parâmetros, que serão a chave para desenhar o mapa de hospitais e centros de saúde e para identificas as necessidades das respectivas equipas, são a chave para se obter uma solução equilibrada.
Num estudo destes, que acho que deve ser feito (aliás, que acho quase impossível que não seja feito), devem também ser equacionadas as acessibilidades e a adaptação das actuais infraestruturas às novas exigências. Por exemplo, ter um grande hospital como o S. José encavalitado naquelas ruazinhas ali por cima do Martim Moniz onde os carros quase não cabem e onde basta que alguém deixe um carro mal estacionado para o trânsito bloquear, parece-me um tremendo risco. Isto já para não falar em que, às tantas, nem a construção é resistente a sismos de grande magnitude. Mas, enfim, é um mero exemplo do muito que acho que há a equacionar.
O que acho dramático é ver a barracada permanente de ver tantas Urgências fechadas, de não se saber a quantas se anda, de ver pessoas, nas Urgências, à espera de ser atendidas ao longo de horas infindáveis, de não se conseguir uma consulta num Centro de Saúde, de tanta gente não ter médico de família... e não se pegar no touro pelos cornos, não pôr uma equipa de gente competente a equacionar estes problemas (que, relembro, são problemas típicos que se aprendem a resolver nos cursos de Matemática, nomeadamente no ramo das Aplicadas - Investigação Operacional e etc.).
E, sim, resolver estes problemas (de adaptar a oferta à procura e de optimizar a solução, garantindo o cumprimento de objectivos pré-definidos) tanto se faz na Saúde, nas Redes Logísticas (centros de Produção, Armazenagem e Expedição seja do que for, seja de medicamentos, seja de petróleo, de cimento, de adubo, de mantimentos, etc), nas Redes de Transportes Públicos (nomeadamente na definição de números de 'carreiras', nos locais das Paragens, na definição dos horários, na identificação da localização e número de Postos de Carregamentos Eléctricos, etc, etc. A Matemática, os algoritmos, os modelos, a estatística e as probabilidades têm isto de maravilhoso: aplicam-se a tudo nesta vida.
De qualquer forma, definir os locais ideais para ter unidades clínicas, a respectiva dimensão, as respectivas especialidades, etc, não requer conhecimentos clínicos. Os conhecimentos clínicos são, si, indispensáveis para traçar planos de saúde, para tratar e acompanhar doentes, para prevenir doenças, etc. A medicina é uma arte? Talvez, não digo que não... (embora nem todos os médicos sejam artistas... e embora haja outros que são uns verdadeiros artistas...).
Mas a Inteligência Artificial já faz maravilhas e, em algumas áreas, já suplanta largamente a capacidade de análise humana. O diagnóstico precoce de algumas maleitas (por exemplo, neoplasias) através da imagiologia, por exemplo, parece estar a demonstrar que o facto de a brutal capacidade de computação permitir detectar desvios ao padrão com grande rapidez e precisão parece não ter paralelo com a 'visão humana'.
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Todos os vossos comentários são bem vindos e muito agradeço a vossa generosidade por partilharem as vossas opiniões.
A todos os que não costumam ler os comentários, sugiro que visitem os do último post bem como os do post anterior pois tal como eu aprendo e fico pensar talvez também os considerem importantes.
E venham mais.
Cara UJM:
ResponderEliminar1. O parágrafo que inicia "Num Hospital", se substituir por "Numa Empresa de Calçado", ou "Numa Empresa de Queijos Frescos", ou "Numa Empresa de Fardos de Trigo Seco", não mudaria nada até ao final.
2. A nossa grande divergência situa-se nas pessoas que vêm ao Hospital/CS: para si são clientes; eu provavelmente por defeito considero-os doentes, mesmo aqueles que nada têm e pensam que têm (a Hipocondria é uma doença).
3. Um Diretor Clínico deve ser um médico desde que não seja capacho da administração ou da tutela. Caso contrário e se tiver escrúpulos, não aguenta no cargo muito tempo. No primeiro caso, pode ser substituído por um Engenheiro, Matemático, Presidente da CAP ou Tenista, que não se vê diferença nenhuma.
4. A medicina é uma arte, não tenha dúvidas. Que há muito aldrabões nela, isso é uma realidade.
5. Sabe porque nunca fiz privada? É capaz de me dar um valor para uma dor de cabeça (cefaleia) frontal? É diferente de unha encravada? E o valor de Parestesias do M.Inferior? E daquele que vem só para conversar e está comigo durante uma hora? Que valor cobro? O mesmo que a Cefaleia que descobri ser de uma patologia maligna das meninges? Pois. Não fale no valor hora. Todo o tempo do mundo é escasso e não tem valor quando temos pessoas doentes pela frente.
Um abraço e bom fim de semana.
Américo Costa
Caro Américo Costa,
ResponderEliminar1 - De acordo. Exactamente o mesmo. A diferença será que se for uma empresa/organização/instituição de menor dimensão, algumas pessoas podem acumular funções.
2 - Eu chamo-lhes Utentes pois quem utiliza um hospital são 'pessoas que utilizam', sejam eles doentes, estejam eles bem de saúde e estejam a prevenir doenças, sejam ex-doentes em controlo, sejam, em alguns casos, as famílias.
3 - De acordo. Foi exactamente isso que eu disse. Um director clínico ou director operacional de um hospital deve ser um médico.
4 - Não contesto. A Medicina é uma Arte no sentido em que conhecimento e intuição e inteligência na utilização são fundamentais. Tal e qual como na Matemática.
5 - A questão que coloca não tem razão. Esteja no Privado ou no Público, cada acto médico tem um custo. Outra coisa é o valor da venda. No Público vende a zero. No Privado, se não quiser levar o hospital à falência tem que cobrar. E tudo está tabelado. Preço de consulta (leve o que tempo que levar) custa x. Seja cefaleia trivial, seja devida a patologia maligna, unha encravada ou simples desabafar, e demora 10 minutos ou 1 hora, o valor cobrado é o mesmo. Portanto, quem lá vai já sabe o que vai pagar. Ou seja, isso não é tema.
Abraço e bom fim de semana, também.
PS: Foi pena não saber isso da Prevenar antes, teria falado nisso ao médico, escusava de levar em 2 vezes.
UJM.
ResponderEliminarNão quero incomodar com este assunto da PPP de Braga. Venho só clarificar esta situação de Maio de 2011 e pôr a verdade.
"Em declarações à agência Lusa, a directora clínica do S. João, Margarida Tavares, garantiu que no último ano o Hospital de Braga transferiu indevidamente cerca de 700 doentes para aquela unidade.
“Estamos disponíveis para colaborar com todos os hospitais, incluindo com o de Braga, desde que este assuma as suas responsabilidades e não haja necessidade de o Estado pagar duas vezes pelo mesmo tratamento”, disse a diretora clínica do Hospital de S. João."
Caro Anónimo,
ResponderEliminarNão conheço essa situação em particular mas admito que estejamos a falar que se estivesse a falar de alguma situação dúbia que provavelmente depois foi corrigida. Isso foi no início da PPP e aquando da construção do novo hospital pelo que alguns aspectos poderiam não estar claros, nomeadamente em que se situação se poderia transferir doentes. De qualquer forma é um número completamente marginal face ao total de actos médicos praticados por ano.
Contudo, o balanço, que pode ser constatado na imprensa é que, no cômputo geral, tendo sido realizadas várias centenas de milhares de consultas e várias dezenas de milhar de cirurgias por ano: "Durante a vigência da PPP, e ainda de acordo com os dados hoje revelados, as consultas no Hospital de Braga cresceram 75%, as cirurgias 101%, as urgências 100% e os exames e análises 313%."
Leio também que: "o hospital nunca colocou “qualquer limitação” à prestação dos cuidados de saúde, mesmo com o “constante aumento da procura, muito acima do caderno de encargos da PPP, contratualizado com o Estado".
E ainda: "A parceria público-privada (PPP) para a gestão do Hospital de Braga significou, nos últimos 10 anos, uma poupança para o Estado de entre 300 a 400 milhões de euros"
Mas se isso é verdade para o Estado que poupou em dinheiro e beneficiou na dimensão e qualidade de atendimento, não é verdade para a sociedade gestora que, como é público, perdeu milhões de euros.
Portanto, não vale a pena querer contrariar os factos.
Cara U
EliminarTenho pela senhora a maior estima e consideração, admiro a sua maneira inteligente que aborda as questões, sei que o seu contributo é para melhorar este tempo muito cinzento que paira nas nossas vidas (isto vai acabar mal). Quanto ao acordo da PPP de Braga, a ministra Belém Roseira não esteve bem. Agora não vou comentar trajetória desta ministra...
Mais uma vez reconheço em si contributos para melhorar este pais
fiquei a ver braga por um canudo.
ResponderEliminarcontrariar os factos ou o escrito?, é fácil registar esses porcentos todos e depois recambiá-los aos centos para o sns, conforme disse a directora clínica do S. João nunca foram negados cuidados de saúde aos doentes que lá receberam idos de braga.
Olá Anónimo
ResponderEliminarOlhe que não, olhe que não. As PPPss sempre foram objecto de apertadíssimo escrutínio (indicadores de toda a espécie e feitio auditados por entidades independentes). Não havia margem para habilidades.
Pode querer agora mudar a estatística ou ir buscar uns casos (qualquer coisa da ordem das milésimas a nível percentual) para forçar um qualquer ponto de vista mas não há como mudar a realidade.
E por acaso gostava de perceber que sanha é essa contra a iniciativa privada. Acha que são belzebus? Diga-me lá uma coisa: quando vai a um restaurante não quer pagar? Acha que se pagar o que come é para o dono ter lucro? E se um dia uma batata frita estiver mais mole do que era suposto vai agarrar-se a isso para desacreditar o restaurante apesar de ao longo de anos toda a gente reconhecer a sua qualidade?
Não percebe que está a ser tendencioso?
olhe que sim, olhe que sim.quando uma miuda um dia me chamou batatinha eu até que gostei tudo se complicou quando ela me quis passar pelo azeite quente para ficar mais apetitoso.
ResponderEliminarapesar de a alimentação e os cuidados de saúde serem necessidades básicas é totalmente diferente como e aonde se adquirem e se consomem. a alimentação gosto mais de a preparar e consumir em casa a saúde também gostava de poder fazer assim, além de tudo o resto que é necessário a todo o envolvimento ainda temos o grau de dependencia do (im)paciente. é tão bom estando de boa saúde preparar uma boa salada com bom tomate e uns pimentos assados e logo ali ao lado ter um assador com umas belas sardinhas e com família ou até mesmo só, regalar-se, deliciar-se com o manjar, se a saúde estiver em baixo nada disto nos anima.
A UJM quando é confrontada com argumentos consistentes (de quem tem mais conhecimento de causa do que você) que desmontam os seus rebuscados e longos raciocínios, recorre à estafada crítica de quem a contradiz estar presa de “preconceitos políticos” (o que significa, já o sabemos, ser uma crítica eivada de esquerdismo, na sua visão liberal).
ResponderEliminarNa minha vida pessoal tenho amigos e familiares, comungando da mesma perspectiva política que a sua, liberal (ou melhor, neoliberal) que por tudo e por nada criticam o SNS e fazem de umas poucas árvores uma floresta.
Falando por mim, os meus pais, ambos tiveram de ser, em mais de uma ocasião, tratados no Hospital de Coimbra (ULS) e sempre foram bem tratados, graças à dedicação dos seus profissionais de saúde, médicos e enfermeiras. O mesmo com um nosso filho, que tendo sofrido um acidente foi quer no S. Francisco Xavier e depois no Egas Moniz, muito bem tratado. Eu próprio, no hospital de Cascais, numa ou noutra ocasião, fui exemplarmente tratado e cuidado. E tudo isto a custo zero. Por isso se pagam impostos e existe um SNS. Todavia há quem despreze o SNS. Tenho familiares e amigos que o desprezam, nunca a ele recorrendo, preferindo as Empresas Privadas que vendem saúde, vulgo hospitais privados. Ainda tenho memória da forma como os privados se comportaram durante a Pandemia. Graça Temido soube gerir bem essa situação, julgo eu, mas não sou médico. Quanto à designação de Utente, há uma diferença substancial entre sê-lo no âmbito do SNS e numa empresa privada que vende cuidados de saúde, é que uns são tão só utentes, enquanto que outros são em simultâneo utentes e clientes. Já pensou o que seria se o programa para a Saúde proposta pela IL vingasse? Que acesso teriam os muitos milhares de utentes/doentes à saúde, com os seus parcos recursos económicos? Sem poderem pagar um seguro? E nenhum governo, ao contrário do que umas tantas luminárias liberais pensam e defendem, pode obrigar um cidadão a ter um seguro de saúde. Era mesmo o que faltava!
Anónimo Batatinha,
ResponderEliminarGosto. A sua escrita é surrealista... e o que eu gosto de surrealistas... Continue. Divirta-me que eu adoro rir-me.
Dias felizes também para si.
Rufino,
ResponderEliminarOu ponha uns óculos novos ou concentre-se e leia de novo tudo o que escrevi. Ou, então, acalme-se, respire fundo e pense melhor antes de escrever coisas qu enão têm nada a ver com o que escrevi.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor. ´
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Está claro ou devo continuar a repetir?
Quanto aos Privados durante a pandemia, sugiro que se informe. Estiveram ao lado do SNS, sempre. Aliás, Marta Temido bem atacada foi por pôr o SNS a recorrer aos privados. (Penso que era a ela que se referia quando lhe chamou Graça)
De qualquer forma, para o caso de ainda ter dúvidas, repito:
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor. ´
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.´
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor. ´
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Sou totalmente a favor do SNS e por isso quero que funcione melhor.
Não sei se ainda tem dúvidas. Se tiver, esteja à vontade, P. Rufino, diga que eu escrevo mais 100 vezes. Ou 1.000. As que forem precisas.
Ok?
Não resisto a lançar uma bojarda (com a esperança de que seja útil, mas na consciência de que não percebo nada de Saúde). Há o público (ainda bem! tendencialmente gratuito) e há o privado (com fins lucrativos, ainda bem mas menos pois serve a menos - não é universal). Mas talvez seja uma dicotomia enganadora.
ResponderEliminarA bojarda é esta. Poder-se-ia pensar em termos dos comuns - na forma de hospitais dirigidos por associações/cooperativas/... de médicos (e de cidadãos?) e ** sem fins lucrativos **. (Escusado será escrever que não é para darem prejuízo, pois nesse caso teriam de fechar as portas.) Mas nada de distribuir dividendos pelos associados ou por accionistas. Cobrava-se o preçø mínimo em função de critérios de solvência. Acresce que me parece que um modelo deste tipo teria prioridade na « cooperação »/parcerias com o público pois, por construção, e sendo tudo o resto igual, seria mais barato que o privado. Mais competitivo que o privado, diria eu se tivesse lata para isso. E assim pôr-se-ia termo a muitas negociatas das quais não se discernem benefícios para o Bem Comum. Creio que já há coisas organizadas neste sentido em vários domínios, que poderiam talvez servir de inspiração para adaptar o modelo à Saúde (e ao Ensino, por exemplo). A vantagem seria tentar fazer com que estes domínios se tornassem menos pesados e menos dependentes de uma tutela distante, e mais próximos dos cidadãos (e até onde estes interviessem, talvez; em todo o caso, seria desejável que os cidadãos se implicassem em algo que é tão importante para as suas vidas, ou não?) e que contrariamente aos privados, fossem acessíveis a toda a população.
Desculpando-me desde já pela ousadia de me aventurar por trilhos para os quais não tenho qualquer competência, pelas eventuais asneiras e inevitáveis imprecisões, desejo a todos um óptimo fim de semana.
Finalmente, a UJM começa a sentir o pulsar de gente anónima. Sem ironia, o problema original reside nos pressupostos assumidos na entrada dos pressupostos. COMO matemática (quiçá admita), e tanto vale para o tema do SNS... Educação é tantos outros. Muita da informação dos média não passa senão de opiniões, malévola umas, interesseiras, outras. Ou o quê?
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