Dizia o embusteiro com o seu sorriso escarninho que o crescimento económico previsto pelo PS era 'poucochinho', modesto, pouco ambicioso. Em contrapartida, dizia ele, a AD previa um boom, um crescimento que ninguém percebia bem de onde aparecia. Respondia o embusteiro que, com o choque fiscal e o boost aplicado à economia, o PIB cresceria como se não houvesse amanhã.
Afinal, uma semana depois, já aí andam, pé ante pé, como se não houvesse contradição, a dizer que isto e aquilo, re-beu-béu, pardais ao ninho, a revisão é em baixa e a folga orçamental já não permitirá acomodar as promessas. Pelos vistos nenhumas promessas.
Claro. E o que se constata é que não podem agora nem puderam nunca. Era tudo um embuste.
Provavelmente, abrem uma excepção para dar uma borla fiscal, em sede de baixa de IRC, às grandes empresas (EDP, Operadores, Petrolíferas, Grande Distribuição).
E parece que, uma vez mais, no Programa de Estabilidade estão a ser imprecisos, vagos, omissos e entregando um documento que não inclui as medidas que vão tomar.
Ouço isto não sei como interpretá-lo. Impostores? Incompetentes? Amadores? Palermas que não sabem ao que andam? Não faço ideia. Mas que é muito preocupante, lá isso é.
E eu, que não sou de leis, pergunto se não é crime levar milhões de pessoas ao engano com base em propaganda falaciosa? De facto, como provar que os votos que receberam não se deveram ao engodo do leite e mel que prometiam derramar sobre os portugueses?
Seria interessante que os juristas se debruçassem sobre o tema. Eu, na minha ignorância sobre matérias legais, diria que estamos perante um crime público.
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Um aparte. Soube hoje de mais uma nomeação para lugar de relevo nas equipas ministeriais. Um zero, zero dos mais redondos e inequívocos que há. Quem conhece a pessoa não consegue fechar a boca. Os crentes não param de se benzer.
Quando Maria João Avillez dizia, convencida que estava a falar para mentecaptos, que tinha tido a agradável surpresa de descobrir que tanta gente tinha querido ir para o Governo e adjacências, saberia que alguns estavam desempregados, despedidos por incompetência dos empregos anteriores, e que irem para o governo era a sua tábua de salvação? Saberia que são nulidades sem conhecimentos académicos ou profissionais na matéria pela qual vão ser responsáveis? Saberia que está a ser feita pesca de arrasto entre os que não têm nada a perder?
Ou isso não interessa para nada?
Aldrabice por aldrabice, nada é para levar a sério pelo que pouca coisa tem relevância...? É isso....?
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Aproveito para recomendar a leitura integral de Assim não vale (9): Um "programa de estabilidade" politicamente "ajeitado", por Vital Moreira, de onde extraio os dois últimos parágrafos:
Sendo óbvio que os dados de partida dos dois documentos, tão próximos, não podem ser diferentes, o Governo resolveu claramente "ajeitar" os números, de modo a tentar reduzir antecipadamente o impacto orçamental negativo das medidas do seu programa político. Impõe-se que o Governo justifique devidamente estas convenientes alterações do quadro macroeconómico.
Depois da fraude da pseudodescida do IRS, não é admissível que o Governo "brinque" mais uma vez com os números em matéria de finanças públicas.
Pois eu só espero pela próxima taxinha. Pode ser bio, eco, ict, o que quiser, mas espero a dentadinha. Para nosso bem, pois claro, o futuro assim o exige.
ResponderEliminarBom dia
ResponderEliminarFiquei curioso, quem é o zero à esquerda?
Desde já agradeço.
Não vou dizer, peço desculpa. Já aqui referi três que são bem conhecidos por pessoas cujas opiniões valorizo como se minhas. Mas provavelmente não são os únicos. Se não há critérios de competência e experiência ou conhecimentos na área ou capacidade para levar a cabo tarefas complexas (ou, mesmo, banais...) é de admitir que o mal seja quase generalizado. Por isso, não faz sentido, chamar a atenção sobre estes três.
ResponderEliminarAliás, vendo o CV de outros, concluo que devem ser idênticas desgraças...