quarta-feira, fevereiro 14, 2024

Legislativas 2024 -- os debates
E eu...? Não posso ser comentadora...? Ora essa...

 

Posso não ser ilustrada ou bem-falante, posso não ter canudo de Relações Internacionais ou de Ciências da Comunicação. Mas posso dizer o que me vai na alma, ou não posso?

Portanto, com vossa licencíssima, aqui vai.

Vi um bocado de Paulo Raimundo e Rui Tavares.

Se eu fosse comentadora diria que o Paulo Raimundo é um fofo. Parece que anda sempre um bocado ao lado mas isso ainda aumenta mais a sua fofura. Perguntam-lhe se aquela posição fofa sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia não estará a contribuir para o afastamento dos eleitores do PCP. E ele, com aquele seu narizinho arrebitado de menino que se quer atrevido, diz que há uma questão central que é a legislação laboral.

O Rui Tavares de vez em quando inclinava um bocado a cabeça, certamente preocupado, a pensar que o Raimundo não tinha percebido a pergunta. O moderador também a fazer um ar apreensivo sem ver onde é que o raciocínio do Raimundo o ia levar, ensarilhado que parecia estar com a conversa da legislação laboral. 

Finalmente lá voltou ao tema. Com ar valentão, disse que não queria fugir a ele. E lá veio outra vez com a das forças da paz. O Putin invade a Ucrânia e, para o PCP, a solução é a malta querer paz. Só isso. Coisa simples. Quiçá a Ucrânia pôr-se à janela com um lencinho branco na mão. Uma pombinha fofa, o Raimundo.

No outro dia, num outro debate, parecia que ia virar a mesa, mudar o rumo da conversa. Lançou, imagine-se, que ia dizer uma coisa a talhe de foice, uma coisa de que ninguém falava: a cultura. Mas, em vez de desenvolver o tema, não senhor, disse que era para ver se alguém lhe pegava. Uma coisa inédita, a dar tópicos para outros brilharem. E fez aquele seu sorrisinho que pretende ser ladino mas que é apenas muito fofo.

Hoje o Rui Tavares disse que ia agarrar o tópico lançado pelo Raimundo: a cultura. E desenvolveu. O Raimundo, coisa mais fofa, fez um sorriso todo contente. Afinal alguém estava a agarrar o tema que ele tinha lançado. 

Mas lançou só por lançar pois, a bem dizer, que se tivesse percebido, o tema da cultura para ele, e desenvolveu só para não ficar atrás do Rui Tavares, tem sobretudo a ver com os precários da cultura. É que, não esqueçamos, seja qual for o assunto, guerra ou cultura ou whatever, para o Raimundo a malta não deve desviar-se do tema central que é um e só um: a legislação laboral.

Uma palavra para a elegância de Rui Tavares ao referir o que tinha em comum com o PCP quanto à política internacional (União Europeia, Nato, etc). Disse que o PCP é um partido coerente: ao menos sabe-se o que pensam e, como pensam sempre o mesmo, não há que enganar.

O Raimundo sorriu com ar agradecido, pensou que o outro estava a fazer um elogio. De uma enternecedora naïveté, o Raimundo. Uma fofura. 

Sem ofensa e com toda a consideração, acho que, quando ele fala, as televisões deveriam aplicar-lhe um filtro daqueles que põem asinhas nas pessoas, asinhas com penas fofas e branquinhas, um anjinho mimoso com uma aura a pairar-lhe sobre aquela cabecinha ovalada, e coraçõezinhos a palpitar-lhe na carinha laroca. Depois de um bailarino simpático --  Jerónimo, o último moicano -- temos agora o símbolo perfeito para o Dia dos Namorados, o fofíssimo Raimundo.

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Também vi a Mortágua com o Ventura. Se fosse comentadora teria dificuldade em comentar. Como resumiu o Paixão Martins, foi uma peixeirada. Ora, como se comenta uma peixeirada: quem é que atirou mais peixes à cara do outro? Não sei. Sei é que o Ventura é execrável. A todos os títulos. Portanto, nem consigo comentar.

A Mortágua é de um outro campeonato. É gente educada e que sabe estar à mesa da democracia. O trauliteiro-mor não, é gente que nunca deveria ter conseguido pôr o pé no Parlamento. Que não haja confusão. Mas, verdade seja dita, o BE tem sido um partido a quem o chinelo puxa muito para o populismo e para a facada nas costas dos supostos aliados e, claro, o que tem feito mina o terreno que pisa. Portanto, ao estar frente a frente com um arruaceiro, ela teria sempre dificuldade. E teve. 

Provavelmente, quer um, quer outro, conseguem extrair dali sound bites para as suas redes sociais. Como é meio que não frequento, passo à frente.

Só um aparte relativamente à Mortágua: aquele seu sorriso que afixa e congela não lhe é natural. Mais vale que se apresente com aquele seu ar de castigadora e deixe o papel de fofinho para o Raimundo

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Desejo-vos um bom dia

Saúde. Cabeça fria (mas coração quentinho). Paz.

6 comentários:

  1. Tão bom este post!!!

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  2. «O Putin invade a Ucrânia e, para o PCP, a solução é a malta querer paz». O quê, a Senhora UJM continua a apostar na vitória da NATO sobre a Rússia?!! Tá-se mesmo a ver!! Não chegaram 2 anos para abrir os olhos? Tá bem, pronto, enviem mais armas. Os americanos esfregam as mãos. O negócio interessa-lhes. Ainda há muita gente pra morrer, de parte a parte. E siga a dança. Não pensem em conversações de paz. Qual quê?! Já agora, quando é que a Sr.ª UJM pensa alistar-se para ir à Ucrânia dar uns tirinhos, matar 20 ou 30 russos e vir embora? Um pouco de coerência precisa-se. Vá lá, faça-se à estrada!! Ah, outra coisa: há pouco vi ali à esquina um russo a espreitar! Que perigo!!! E viva o PS.

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  3. Cara UJM

    A RTP, nos debates, dá prolongamento á direita. Acham que o Faria estava desatento, não?!Era o que faltava...

    Também espreitei a RTP3. E vi um lamaçal tal, entre dois parceiros de igual odor politico pestilento... de imediato, vade-retro zarpei, para não ter que tomar banho.

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  4. Olh'ó Segis,

    Sempre que a conversa mete PCP e Putin, o nosso amigo Segis sai de trás da moita e vem aqui largar umas larachas.

    Tudo bem consigo, Caro Segismundo? Conte coisas. E deixe pr'a lá o Putin e o PCP que aí Vosselência espalha-se sempre ao comprido. Conte da sua saúde, da sua vida. O que tem feito? Conte.

    E não esteja tanto tempo no defeso, ouviu?

    Pode falar sobre outros assuntos, não precisa de aqui aparecer só quando falo do Putin e dos seus amigos do PCP, ouviu?

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  5. Olá Ccastanho,

    Andei fora, regressei já não muito cedo e, como tantas vezes me acontece, tendo a bater a pestana. Um sono...

    Mas tento ouvir o Paixão Martins. Tem uma graça...

    De resto... Assim de repente, que esteja a lembrar-me, uma pobreza.

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