quarta-feira, janeiro 17, 2024

No dia em que a Irene soltou os cachorros, ia-nos acontecendo uma.
Portanto, para festejá-lo, vou ver uma casa fabulosa e convido-vos a virem também

 

O meu dia foi sobretudo disparatado. Uma peça do separador central da autoestrada, com a ventania, soltou-se e enfiou-se debaixo do nosso carro e, tal o estrondo, pareceu produzir o efeito de uma explosão. Depois, quando o meu marido abrandou e conseguiu fazer uma diagonal para levar o carro para a berma, aquilo fazia um ruído de tal forma excruciante que nos fez levar a pensar que o carro estava a despedaçar-se por baixo. 

Tivemos que chamar a Assistência porque a parte de ferro daquela coisa estava enganchada por baixo. O carro teve que ser levantado, claro, para desencravar e puxar aquilo. Depois, o senhor da Assistência chamou a polícia para registar a ocorrência. Com isto estivemos não sei quanto tempo ao frio e ao vento na autoestrada. Aparentemente o carro não ficou estragado mas já era de noite, não se conseguia ver nada, muito menos por baixo do carro. Tem que ir à oficina para ser inspeccionado por baixo. 

Mas, face ao que aconteceu e ao que poderia ter acontecido, tivemos muita sorte. E, sempre que apanho grandes sustos e vejo de perto acontecer qualquer coisa que pode acabar muito mal mas não acaba, sinto-me agradecida, agradecida pela boa sorte. 

A vida é sempre, queiramos ou não, um equilíbrio precário pois, pensando nós que o que está mal na nossa vida está noutro sítio (no meu caso, numa cama -- e refiro-me, obviamente, à minha mãe), do nada acontece-nos uma que, num ápice, sem termos tido tempo para reflectir ou para perceber o que nos estava a acontecer, nos poderia levar desta para melhor (bastava que aquilo tivesse entrado pelo vidro do carro ou que, no momento em que o carro pareceu explodir, o meu marido tivesse travado ou dado uma guinada que levasse os outros carros a virem para cima de nós, com as consequências que daí poderiam advir). Portanto, não tenho que lamentar o susto, o tempo perdido, o frio -- tenho é que estar agradecida por termos escapado ilesos.

Face a isto, penso que não vale a pena falar de mais nada. Só que cheguei a casa enregelada até aos ossos mas, depois de um banho quente, senti-me tão animada (ia dizer abençoada) que, sem pensar duas vezes, resolvi fazer uma tentativa junto de uma editora. Mas tão despassarada estava que, ao preencher o formulário de caracterização e envio, me esqueci talvez do mais importante. Quando dei por isso já o tinha enviado com essa estúpida omissão. E agora não vou enviar segunda vez, iria dar mau aspecto. Mas também não estou aborrecida. Há coisas piores. E tenho para mim que o que tem que acontecer acontece no momento certo, portanto não vou para aqui ficar a pensar no disparate que fiz.

E, para ser ainda melhor, ao abrir o YouTube, apareceu-me uma casa fabulosa. 

A arquitectura desta casa, a engenharia, a envolvência, a luz, a largueza e a harmonia dos espaços, os materiais, a intemporalidade, a decoração, tudo é fabuloso. É uma obra de Frank Lloyd Wright. Convido-vos a ver pois é uma maravilha. Quando me sair um super euromilhões hei-de descobrir um arquitecto deste calibre, um terreno deste género e hei-de pedir-lhe que desenhe a casa dos meus sonhos.

Inside One of Frank Lloyd Wright’s Final-Ever Designs | Unique Spaces | Architectural Digest

Today AD travels to Connecticut to tour Tirranna, one of legendary architect Frank Lloyd Wright’s final designs. Considered one of the greatest architects of all time, Frank Lloyd Wright produced over 1000 designs in a career spanning 70 years, revolutionizing architecture in the United States. A pioneer of organic architecture, Wright believed any building should exist in harmony with its inhabitants and surroundings–a concept that runs through the veins of Tirranna. Join Stuart Graff, president and CEO of the Frank Lloyd Wright Foundation, as he walks you through one of the final designs of Wright’s career.


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Uma boa quarta-feira
Saúde. Boa sorte. Paz.

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