O António Costa fez a comunicação habitual de Natal e, como também é habitual, todos lhe caíram em cima.
Como agora é moda, tudo quanto é politico da oposição (não sei se alguma das chamadas Fontes de Belém também já comentou) vem dizer que o PM se esquece das dificuldades das pessoas, que vivemos pior que mal, que os portugueses não têm dinheiro nos bolsos e mais uma enorme quantidade de desonestidades intelectuais que, essas sim, têm uma fraca adesão à realidade.
Vamos a factos.
Se por acaso os políticos tivessem o cuidado de ler as estatísticas, tanto nacionais como estrangeiras, e fossem intelectualmente honestos verificarão que houve uma evolução muito positiva durante os anos de governação do António Costa que se reflete na evolução dos salários, no crescimento da economia, no aumento significativo da percentagem de exportações que contribuem para o PIB, na gratuitidade do pré-escolar, na baixa taxa de desemprego e tudo isto com as contas certas. Claro que isto causa um enorme embaraço à direita e uma não menor dor de cotovelo ao Cavaco e aos seus "descendentes". A inflação parece estar controlada. E isto aconteceu com uma pandemia e duas guerras pelo meio. Se por acaso os comentadores tivessem o cuidado de se documentarem e analisarem correctamente a informação existente ou se fossem isentos teriam um discurso diferente e consentâneo com a realidade do País. Mas geralmente são tão pouco conhecedores e tão pouco letrados nas matérias que comentam que a percentagem de disparates que dizem é enorme.
Esta ideia de penúria do País expressa nas televisões e nas rádios e escrita nos jornais quando confrontada com os factos que presenciamos no dia a dia também não tem pernas para andar.
Vejamos:
- Este ano os portugueses gastaram mais 10% no Natal do que o ano passado. Estamos em situação de penúria?
- Sempre que ouvimos anunciar um concerto referem na mesma notícia que o mesmo esgotou de imediato e que o artista teve que anunciar novas datas. Estamos em situação de penúria?
- Este ano fui várias vezes às compras a vários Centros Comercias e estavam todos a abarrotar. Estamos em situação de penúria?
- Os restaurantes estão cheios, os hotéis estão cheios, as viagens vendem-se muito bem, como nunca, o número de automóveis vendido disparou,... Estamos em situação de penúria?
Um pouco de honestidade intelectual não ficava mal aos políticos da oposição e aos comentadores. E os jornalistas melhor cumpririam o seu papel se soubessem, com lisura, competência e isenção, exercer algum contraditório.
Informem-se, leiam, estudem e transmitam a realidade e não as efabulações que congeminam. Para começar, posso sugerir, meramente a título de exemplo, a leitura de Assim vai a economia (4): Desmentindo o "ciclo do empobrecimento"
Subscrevo!
ResponderEliminar...mais pequenitos e ilustradores numeros poderão ser já conhecidos da "miséria e penúria" generalizada : Fim de ano no Brasil, entre outros destinos, : QUANTOS VOOS ? Passagens de Ano em Hoteis e estâncias de Férias QUANTAS? Só estes, onde faltam muitos mais. Ricardo Cordeiro (ricardo.alves.cordeiro@gmail.com)
ResponderEliminarMeu Caro.
ResponderEliminarA lengalenga da direita e bolha mediática, é a mesma , é igual á ultima campanha legislativa onde levaram uma patada do povo português.
A nova maioria absoluta do PS está em marcha rumo ao 10 de Março.
A direita está numa atarantação confrangedora. Já nem o Balsemão com o Moniz, e com a tralha conservadora da RTP por arrasto, salva a reacionária direita deste país de esperar sentada para se alapar ao poder.
Subscrevo o seu artigo.
No tempo de Salazar e Caetano os campos de Futebol também estavam cheios e os cinemas sempre esgotados e era a miséria que se sabe. É muito fácil fazer brilharetes quando o dinheiro vem da carga de impostos. Se tudo fosse um mar de Rosas o SNS não estava como está ou seja com 17 horas em espera, a justiça com os casos de corruptos paralisados ou dinheiro escondido em caixas de vinho , a Educação sem professores, a habitação pela ora da morte, o desemprego a aumentar , os sem abrigos pelas cidades cada vez em maior numero a dormir nos portais ou os reformados a discutir na farmácia qual o genérico mais barato para ainda tentar levar os medicamentos. Quem se contenta com o que tem merece a miséria que lhe oferecem.
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ResponderEliminarÓ Anónimo
No tempo da AD do Passos e Portas, depois de destruírem a economia e aumentar a divida é que era bom, não era? Mas que governantes de gabarito foram! Venderam o Aeroporto pela calada da noite depois de demitidos, venderam a ANA com o descaramento conhecido, arruinaram as famílias, começaram a destruição da escola publica com o pretexto do cheque ensino, e de caminho, tentaram desmantelar o SNS, venderam empresas de mais valia para o estado entre tantas outras tontices.
Então, propõe o voto em quem? Na cambada reacionária da AD de má memória? Ou no travestido BE para melhorar a sociedade portuguesa? É que, para além do PS, só na direita assumida, ou na travestida esquerda, que são a vossa cereja no topo do bolo?!
Tome o comprimido amanhã.
Caro Anónimo do tempo do Salazar
ResponderEliminarO meu marido não quis comentar, acha que não vale a pena. Comento eu. É por essa mentalidade de cegueira perante indicadores objectivos, estatísticas nacionais e internacionais, que cada vez se cultiva mais a maledicência.
Poderia rebater um por um, cada um dos aspectos que refere. Cinjo-me a um. Médicos. Havia uma altura em que não havia a limitação às entradas nos cursos de medicina que há hoje. Entrava imensa gente. O ano de 73/74 foi um desses anos. Chegaram agora à idade da reforma, uma quebra enorme no número de efectivos. Como entretanto a Ordem começou a cortar nos números de entrada nos cursos, nunca há médicos em número suficiente. Isto coincide com a extensão dos anos de vida: cada vez mais pessoas idosas, com múltiplas patologias. E, em cima disso, muita mais gente a usufruir dos cuidados de saúde, mormente os imigrantes. Portanto, sem ovos não há omoletas. Convença o Presidente a dar seguimento à legislação sobre as Ordens, corporativistas até mais não. Ou seja, o que está a acontecer tem a ver com múltiplos factores. Querer atirar as culpas para cima do PS é cegueira ou má fé.
Já agora sobre os sem-abrigo. Sabe certamente que a maioria dos novos casos tem a ver com imigrantes que vêm à aventura, sem casa, sem trabalho. Ou não sabe?
O desemprego? Consultou as estatísticas? Comparou-as com os tempos do PSD? Da AD?
Ou não consultou nada e gosta é de dizer mal por dizer? Pergunto.
(Só espero que o meu marido não fique a achar que eu devia ter rebatido mais e melhor o que escreveu....)