Os balneários da piscina são todo um mundo. Em locais assim, mesmo sem querer, fico 'antenada'. As conversas são uma delícia. Muitas vezes acho que são altamente disparatadas, outras que são cúmplices e interessantes.
Há agora muito mais pessoas que antes. Hoje, quando cheguei já o meu cantinho estava ocupado, tive que ir para uma zona para onde nunca tinha ido, para junto de pessoas com quem nunca antes tinha falado.
A zona dos duches já não alberga todas ao mesmo tempo.
Continuo a não ser capaz de me pôr nua no meio das outras. Passo-me por água com o fato de banho vestido. Mas ao meu lado, a escassos centímetros e a toda a volta, as minhas companheiras ensaboam-se alegremente, lavam a cabeça, põem amaciador, viram-se e reviram-se. Algumas levam aquelas coisas que não sei como se chamam (não é esponja, mais parece uma espécie de rede plástica). Há uma senhora, diria que talvez mais velha que eu, que é relativamente baixa e muito gordinha, aliás bastante, bastante gordinha. Para lavar o rabo e os genitais faz uma ginástica extraordinária, baixa-se, curva-se toda, para conseguir chegar com aquela redinha cheia de espumada às partes baixas... E, enquanto está nestas acrobacias continua a conversar como se nada fosse. Fico espantada com o à vontade delas.
Hoje, já no balneário, uma mulher simpática, neste caso bem mais nova que eu, conversava comigo sobre o peso que já perdeu desde que faz hidroginástica e natação livre. Contava-me que todos os dias, à hora de almoço, vai para ali, dois dias de hidro e três de natação. Que gostava de fazer caminhada mas estava com excesso de peso, doíam-lhe os joelhos, deixou de caminhar, cada vez mais sedentária. Então resolver mudar de maneira de viver. Mudou a alimentação, começou com a piscina, ao fim de semana caminhada. E dez quilos já lá iam... E, enquanto conversava comigo, toda nua, aplicava hidratante em todo o corpo, na maior das calmas. E eu, com uma toalha gigante cobrindo a minha nudez e vestindo-me, por dentro da cortina do toalhão. Não sei porquê isto. Que pudor meu é este que não me deixa despir-me, lavar-me, hidratar o meu corpo em público?
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Hoje o meu dia foi mais tranquilo. Mas ando num estado em que parece que estou sempre em estado de alerta total, sempre à espera que as coisas descarrilem e que me veja, uma vez mais, em stresses. Por isso parece que não chego a desfrutar bem os instantes de tranquilidade. Até o meu sono anda inquieto, sempre com sonhos em que há situações de preocupação ou susto, acordando meio sobressaltada. Por isso, quando acordo, agora, volta e meia, estou com dor de cabeça.
Mas, enfim, hoje não foi mau de todo pelo que tenho é que aprender a conseguir desligar nos momentos tranquilos, nem que seja para recarregar baterias para quando tiver momentos intranquilos.
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Antes de terminar, conto o que cozinhei agora para o jantar, num instantinho e que ficou bom.
Tinha trazido lombos de atum congelados.
Descongelei. Numa tigela, coloquei cebola-doce cortadas às rodelas, os lombos de atum, mais rodelas de cebola, salta picada, um pouco de sal, um pouco de azeite e o sumo de duas limas. Ao fim de um bocado, se calhar aquilo estava ceviche e comer-se-ia bem assim. Mas não arrisquei.
Depois coloquei num tacho azeite e a cebola que estava a cobrir o atum e, em lume muito brando e com o tachinho tapado, deixei a cebola amolecer.
Entretanto, noutro tacho cozi batata com casca cortada em rodelas largas. Quando estavam cozidas, escorri, temperei com azeite e orégãos.
No tacho em que estava a cebola, coloquei os lombos de atum marinado, depois piquei um tomate grande, maduro e esguichei um pouquinho de ketchup. Em lume brando, tapado. Ao fim de uns minutos, não sei se chegou aos cinco, desliguei. Deixei ficar tapado, envolvendo tudo bem, umas coisas nas outras.
Digo-vos que estava mesmo bom. O atum mal passado, macio, a saber a lima e ao tempero bom, o tomate picado ainda com leve sabor a fresco, as batatinhas com todos os sabores absorvidos.
E foi num instante...
Ainda há bocado estiveram a tocar-nos à campainha. Devem ser os miúdos aqui do burgo. Ao fim da tarde, noite cerrada, vimos dois grupos de fantasminhas, serezinhos diabólicos, ruidosos mascarados.
Para descelebrar o dia, plantei aqui graffitis que talvez tenham alguma coisa a ver com o dia das bruxas, Creio que são da autoria de Plast (Buenos Aires).
Acompanha-nos Philip Glass com Musicbox.
No balneário ainda não encontrou por lá nenhuma " Modelo transgénero, não?!"
ResponderEliminarParece que anda aí uma polémica sobre uma conversa entre José Alberto Carvalho e Miguel Sousa Tavares no comentário semanal da tvi e a conversa foi esta:" que não casariam com a modelo transgénero, que venceu o concurso Miss Portugal.
Pois, eu também não!. Não casaria com tal homem transgénero. E acho de muito mau gosto, eleger uma Miss transgénero, porque de todo, não é uma mulher por mais operações que faça, nunca o será. Uma coisa é respeitar a orientação sexual de uma pessoa com total liberdade para o ser, e ninguém ter nada com isso, outra, é passar por mulher, que não o é de facto. Isto é enganar o pagode. Desde sempre na eleição de Miss, me indignou a exploração da mulher que em nada dignifica uma jovem elegante rapariga.
José Alberto Carvalho em meu entender, fez mal em pedir desculpa vergando-se a movimentos de um fanatismo gay que se instalou nos meios televisivos, e não só. Hoje ser heterossexual, parece que temos de pedir desculpa em o ser. A sociedade está pouco saudável e já não tenho idade e muito menos pachorra para imbecilidades.
Olá Ccastanho,
ResponderEliminarDo que sei, ser-se transgénero não é um capricho mas uma condição que pode ser medicamente ajustada. São pessoas cujos órgãos sexuais não correspondem ao género que a pessoa sente como seu.
Depois das cirurgias e dos tratamentos hormonais as pessoas ficam em equilíbrio físico e psicológico.
Não me choca que uma pessoa que já é, médica e legalmente, uma mulher concorra a um concurso de beleza. Aliás, acho que não devem ser discriminadas de qualquer maneira.
O que me choca é que as que concorrem, mulheres de nascença ou mulheres após tratamento, se modifiquem de alto a baixo para ficarem 'perfeitas' e ganharem os concursos. Mudam o nariz, o queixo, as maçãs do rosto, os lábios, as pálpebras, acrescentam os seios e as nádegas, adelgaçam a cintura, etc, etc... Tudo artificial e tudo em nome de um conceito de beleza que é absurdo, fútil.
Quanto à sexualidade, sou hetero. Mas sou-o não por opção mas porque nasci assim. Mas, se tivesse nascido homossexual, custar-me-ia que me discriminassem, desrespeitassem ou ridicularizassem.
A orientação sexual não é opção, é uma condição. Por isso, acho que ninguém deve discriminar ou desrespeitar ninguém em função da sua orientação sexual.
São pessoas como nós, nem mais nem menos.
Um dia feliz para si, Ccastanho.