O que aconteceu deixa-me doente. Ouvi na televisão que felizmente a Justiça está a funcionar já que o Juiz de Instrução praticamente deitou por terra a macacada que o Ministério Público tinha feito. Não concordo. Tudo estaria bem se as coisas fossem rápidas e se os danos não tivessem sido tão dramáticos, danos para as vítimas da infâmia e danos para todo o País.
Quanto tempo vai passar primeiro que aquelas cinco almas mais as outras que foram salpicadas pela porcaria que o Ministério Público fez se vejam totalmente livres de chatices? E quem lhes vai pagar os advogados? E a interrupção nas suas vidas? Os prejuízos de toda a ordem, nomeadamente os reputacionais e os morais?
E tudo porque quiseram agilizar projectos estratégicos para o país. Não há corrupção nem prevaricação. Nada. Apenas preocupação para que os projectos andem para a frente.
Os portugueses, há cerca de ano e meio, deram a maioria absoluta ao PS.
E o Ministério Público, que parece que tem uma agenda política própria, parece ter resolvido fazer a vontade ao Chega e a uns quantos jornalistas-comentadeiros (e, como se tem visto, também ao Presidente da República), arranjando maneira de lançar o opróbio sobre António Costa que, face à infâmia lançada pelo vil comunicado, não teve outro caminho senão o da demissão.
Estamos onde estamos e ainda não vi a Lucília Gago demitir-se, não vi Marcelo vir a terreiro para correr com ela, não vi que os Procuradores que fizeram a porcaria que fizeram tivessem sido suspensos.
Nem vi que se tivesse apurado quem passou as escutas ou os resultados das buscas para a comunicação social e se tivesse movido um processo contra esses criminosos.
Nem vi Marcelo vir também a terreiro explicar ao País o que António Costa disse no sábado: que governar um país é, dentro da legalidade, mover todos os esforços, pressionar quem tiver que ser pressionado, articular os intervenientes para que os projectos e os serviços funcionem bem e rapidamente, atrair e reter investimento, criar postos de trabalho interessantes, dinamizar a economia e o país.
Também não vi Marcelo vir a terreiro explicar que há linhas vermelhas em democracia que jamais devem ser pisadas... e que o foram. Nem o vi vir dizer à Comunicação Social que não é suposto que se porte como oposição, ainda por cima uma oposição populista pois isso mina a confiança nas instituições democráticas.
E o não ter vindo fazer isso, abre espaço a que campeiem as acusações vãs, as confusões, o descrédito nos políticos, nos governantes. Abre espaço a que ninguém com uma vida estabelecida se arrisque a ir para a política ou aceite lugares de responsabilidade governativa.
Faria bem, Marcelo, se fizesse uma comunicação ao País em que mostrasse que é o Presidente de todos os portugueses e que quer, acima de tudo, o bem do País, o seu funcionamento normal, inteligente, coerente, democrático.
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Votarei PS nas próximas eleições, seja qual for o líder. Não morro de amores por nenhum dos que já se chegaram à frente. Mas, seja qual for, estou como António Costa: são muito mais competentes do que qualquer dos líderes da oposição. E como penso, acima de tudo, no progresso, no desenvolvimento, na democracia saudável, na modernidade, no sentido de Estado, e porque quero um País bom para os meus filhos e netos, não tenho qualquer dúvida em votar como votarei.
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Tirando isso, estou um pouco cansada. Por razões que não vêm ao caso, os meus dias não têm sido especialmente fáceis. E o que ainda me tem deitado mais por terra é ver a estupidez do que aconteceu. Tudo evitável. Tudo absurdo demais. Caraças.
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A fotografia que fiz no outro dia à noite vem na companhia de Bach sobre o filme Nostalghia de Tarkovsky
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Em nome do meu marido, agradeço todos os comentários
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Uma boa quarta-feira.
Saúde. Força. Paz.
Também votarei no Partido Socialista. José Ferreira Marques cumprimentos.
ResponderEliminarApoiado!!!!
ResponderEliminarPelo que me parece, temos por um lado o PR a afirmar alto e bom som que não perdoará atrasos na execução dos Fundos Europeus, chegando mesmo a ser grosseiro com uma ministra. Dizia então que “…verdadeiramente super infeliz para si será o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que eu acho que deve ser …”
ResponderEliminarhttps://zap.aeiou.pt/marcelo-nao-perdoa-a-ministra-da-coesao-506490
Por outro, temos esse mesmo PR calado que nem um rato perante esta tentativa de criminalização por se agilizar a execução desses mesmos Fundos (cometendo o crime de almoçar com).
Plenamente em acordo consigo, UJM. Expressou nestes parágrafos tudo aquilo que penso.
ResponderEliminarEspero que se desanuviem os motivos pessoais que lhe estão a pesar nestes últimos tempos.
Nesta trapalhada toda , o Sócrates(esse irascível, e mal amado pela direita), já deu nome ás coisas, como homem sem medo e com frontalidade dá o peito ás balas.
ResponderEliminarUm dia, os portugueses que votaram Marcelo, vão perceber que votaram no politico de direita mais perigoso para a esquerda, na historia da democracia do burgo.
Marcelo para mim, foi sempre um politico previsível por detrás do nevoeiro de democrata com que se cobre. nunca considerei Marcelo com estatuto para PR, por isso mesmo, nunca votei nesta pessoa. E que orgulho tenho em não ter votado. Há coisas demasiadamente óbvias que não enganam.
Como leitor assíduo deste blog, conforta-me ler alguém (casal) com ideias políticas semelhantes às minhas, pelo apelo que continuem a denunciar os atropelos antidemocráticos de forças obscurantistas da dita troika!... Triste por ver alguém decidir do meu voto sem a minha procuração. Tempos conturbados e inquietantes !?...
ResponderEliminarConcordo inteiramente com esta reflexão
ResponderEliminarO tempo escolhido pelo MP não podia ser o pior para destabilizar o país...
E o melhor para a direita (que bem enganada pode estar, apesar de lhe estarem a estender a passadeira )
O que aconteceu parece uma espécie de "golpe de estado" com o aval do PR.
Mena
maiordesessenta
Olá UJM.
ResponderEliminarOnde assino?
Abraço e passe bem.