Não me apetece falar do meu dia. Não que tenha sido mau e, à tarde, até tive uma experiência interessante sobre a qual aqui poderia falar e, em especial, fazer comparações com uma realidade antagónica que é que a que melhor conheço.
Mas não está a apetecer-me.
Talvez esteja preguiçosa. Cheguei tarde a casa. Acabámos de jantar já passava um bom bocado das dez e meia da noite. Depois ainda estive a trocar uns dedos de prosa com alguns amigos. E ainda estive a fazer, aqui no google e chatgpt, algumas pesquisas. Por isso agora estou um pouco off. Não respondi ontem aos comentários e acho que hoje vou pelo mesmo caminho. Li-os, claro que sim, e agradeço-os mas acho que as minhas pilhas se vão extinguir no fim deste post. As minhas desculpas. Tentarei responder amanhã.
Mas também acontece que está muito vento. E eu gosto de ouvir o vento, gosto mesmo. Apetece-me estar sem fazer nada, a cabeça encostada ao sofá, a ouvir o vento. Mais nada. Tenho o estore corrido mas a janela de vidro está a bascular. Gosto de sentir o ar fresco da noite. Por isso, ouço tão bem o vento. E quando há árvores por perto, como é aqui o meu caso, ouve-se como que uma espessa valsa, um sopro forte como se mil tigres soprassem ao mesmo tempo.
Mas isto é o lado poético do vento. Há o outro lado. Há sempre outro lado. Há pouco, começámos a ouvir barulhos não identificados. Depois percebemos que vinham do outro lado da casa. O meu marido foi ver lá fora. O estendal de pé tinha caído e um regador andava a rebolar pelo chão.
Gosto de ouvir o vento mas sinto sempre algum temor perante os mais indefesos (sejam pessoas, animais ou árvores). Lembro-me de quando um pinheiro grande, in heaven, ajoelhou. E um cipreste caiu. E um cedro enorme tombou e, quando se quis endireitá-lo, as raízes desenterraram-se. Dias de susto para as minhas árvores.
Mas pior é para as pessoas que não têm boas casas em que possam estar abrigadas.
E, de tudo o que fui conseguindo ler, aos poucos, ao longo do dia, o que mais despertou a minha atenção foi o último post do Steve McCurry. Moments of Devotion.
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