O meu marido quis arrancar a hera que tinha trepado por duas paredes e que eu adorava ver. Tentou convencer-me, mostrando que é uma bicha invasiva (ele não disse isto assim, claro), alegando que vai para os algerozes, que atrai animais. Com o coração já sentindo o peso das decisões fatais, observei com atenção e acabei por concordar. Ele cortou mas ela continuou agarrada, teve que ser puxada. Tem patinhas com ventosas. Agarra-se à vida com vigor. Tive muita pena. Gosto de ver as paredes cobertas por hera. Aliás gosto de ver a natureza em toda a sua pujança.
Mas reconheço que a natureza, quando não impedida, absorve, devora, tudo. Há que tentar manê-la controlada.
Também foram cortados viçosos e ousados rebentos ladrões das buganvílias.
E é certo: há ratos a devorarem as romãs. De longe parecem inteiras, penduradas, a criar açúcar nos ramos. De perto, pode ver-se que algum animal lhes abriu um buraco e se banqueteou com os sumarentos bagos. Sinto-me revoltada. Não é tanto pensar que anda por ali um ou mais ratos pois até li que é um animal limpo, inteligente e que dão óptimos animais de estimação, é mais por pensar que, a continuar a este ritmo, não terei romãs para comer.
Não queremos pôr veneno e custa-me pensar em ratoeiras pois gostava era de os afugentar sem ter que lhes fazer mal. Mas não sabemos como fazer isso.
A árvore das limas, que se chama limeira mas que, por algum motivo que desconheço, não me dá jeito chamar assim, está tão carregada que vergou uma pernada. No outro dia, ao chegarmos a casa nem percebemos bem, parecia que a árvore estava caída no chão. Depois é que percebemos que era apenas uma pernada, a maior. O meu marido foi à horta buscar um tronco com um V na ponta e os dois conseguimos levantar o grande ramo carregado e ampará-lo por aquele tronco.
E fiz sopa de legumes, que já não fazia desde antes do verão. Soube-me mesmo bem.
Fiz ainda outras coisas mas não vou estar para aqui a maçar-vos mais com estas minudências.
Por isso, vou antes partilhar um vídeo de que gostei. Espero que também gostem.
Physics’ greatest mystery: Michio Kaku explains the God Equation | Big Think
"It's no exaggeration to say that the greatest minds of the entire human race have made proposals for this grand final theory of everything," says theoretical physicist Michio Kaku.This theory, also known as the God Equation, would unify all the basic concepts of physics into one. According to Kaku, the best, most "mathematically consistent" candidate so far is string theory, but there are objections.
"The biggest objection is you can't test it," Kaku explains, "but we're getting closer and closer."
[ Dr. Michio Kaku is the co-founder of string field theory, and is one of the most widely recognized scientists in the world today.]
A "vinha virgem" também é uma boa opção no revestimento de muros, até pelo seu nome ..
ResponderEliminarhttps://revistajardins.pt/hera-vs-vinha-virgem-qual-escolher/
A Teoria das Cordas já existe há 30 ou 40 anos, mas até agora ainda ninguém conseguiu provar que ela estava certa ou que estava errada. Por várias vezes se anunciou que ela estava errada, por esta ou por aquela razão, mas o que é facto é que até agora ninguém foi capaz de aparecer com uma teoria melhor.
ResponderEliminarA Teoria da Relatividade funciona. Há muito deveria ter passado a chamar-se Lei, porque nunca ninguém conseguiu demonstrar que Einstein estivesse errado. Nunca, ninguém, nem uma só vez. Ainda há poucos anos se descobriu a existência de ondas gravitacionais, tal como Einstein tinha previsto há mais de cem anos na Teoria da Relatividade Generalizada.
A Teoria Quântica funciona, por mais absurda e mais ilógica que ela nos pareça. Estamos todos rodeados de aparelhos e dispositivos que tiram partido da Mecânica Quântica, desde computadores e telemóveis até às lâmpadas LED e aos fornos de microondas. Todos eles funcionam de acordo com o previsto pela Mecânica Quântica. Sempre. Também a Teoria Quântica deveria passar a chamar-se Lei.
O problema é que a Relatividade e a Mecânica Quântica não encaixam bem uma na outra, como duas peças de um puzzle que não encaixam entre si, porque precisam de uma terceira peça que encaixe em ambas, faça a ponte entre elas e nos permita compôr um quadro mais completo. Esta terceira peça poderia ser a Teoria das Cordas (esta, sim, é uma teoria), mas também poderia ser uma outra teoria melhor do que ela, que até agora ainda ninguém inventou ou descobriu. Para já, a Teoria das Cordas é a melhor candidata a ser a peça que falta. Agora o que é preciso é demonstrar que ela está certa. Os físicos não se têm poupado a esforços, mas por enquanto ainda não chegaram a uma solução definitiva. Estamos neste pé.
Caro Fernando,
ResponderEliminarGostei de ler as suas palavras. Palavras entendidas sobre uma realidade, que é a nossa, mas que é, ao mesmo tempo tão fascinantemente misteriosa.
Para mim, tudo isto é tão belo e, ao mesmo tempo, tão intangível que quase o encaro como uma forma superior de poesia.
Muito obrigada.
Aproveito para dizer que admiro as suas escolhas no seu sempre muito interessante Matéria do Tempo.
Dias felizes.
Saúde.
Um bom domingo.