terça-feira, agosto 08, 2023

A ciência do amor

 

Termos planos matinais e aparecer-nos uma pessoa que nos boicota completamente os planos. Depois. apanharmos temperaturas acima dos quarenta e não apenas não conseguirmos estar na rua como termos uma tremenda falta de energia. Acresce o céu toldado de fumo. E acresce ainda uma vontade de não fazer nada. Acresce que, mesmo que quiséssemos fazer alguma coisa, tal o calor, não o conseguiríamos.

Poderia ter lido, e tenho o livro aqui ao meu lado, mas pus-me a ver o Task-Master e a chorar de tanto rir, que não me ocorreu sequer abrir o livro. Mas também não sei se o calor não derreteu as letras.

Antes do Task Master, para fazer tempo para ver se a minha cabeça entrava nos eixos, estive a ver vídeos sobre o cérebro. Intriga-me o que se passa dentro da minha caixa preta pois desconheço os mecanismos do seu funcionamento, não apenas no que se prende com a sua capacidade de processamento como com a sua memória e com os mecanismos de aquisição de sinais enviados pelos sensores externos. E, por mais que tente aprender, mais convicta fico que é um universo infinito que me transcende.

Não vou aqui, agora, em pleno e quente Agosto, pôr-me a partilhar coisas que terei que ver e ouvir com mais cabeça para ver se melhor as compreendo antes de as partilhar.

Mas vou partilhar um interessante sobre a ciência do amor. 

É um tema interessante, cheio de enigmas. O que leva a que alguns relacionamentos funcionem e outros não?

Apesar de apenas me ter casado uma vez e de o casamento durar até hoje, não consigo construir teorias.

O que posso é dizer que assentou em amor à primeira vista, ou seja, apaixonei-me antes de conhecê-lo. Achava-o bonito e queria que ele fosse meu, queria cair nos seus braços e tê-lo nos meus. Queria beijá-lo, queria mexer-lhe. Isto sem saber se era boa ou má rês, sem saber sequer quem era. Mas não tinha dúvida: ele era aquele. E ele a mesma coisa embora não expresso por este tipo de palavras (quando mais tarde me disse em que pensava quando me olhava daquela maneira, a resposta foi muito mais prosaica e minimalista). Depois, quando nos conhecemos, ou seja, quando começámos a falar, aprofundámos bastante esse conhecimento pois estávamos juntos todo o tempo que conseguíamos. Andámos nisto, em namoro pegado, pegadíssimo, quase um ano e meio. Quando casámos, já nos conhecíamos muito bem, já conhecíamos as famílias um do outro, já conhecíamos amigos, já tínhamos passeado, partilhado, experimentado, ido ao cinema, ao teatro, à praia, a museus e etc. Como já disse muitas vezes, casámo-nos pois, na altura. não nos ocorreu viver juntos sem casarmos. Se fosse hoje, provavelmente viveríamos juntos e apenas mais tarde, se calhar quando viessem os filhos ou se houvesse condições financeiras ou fiscais mais vantajosas por algum motivo que não bulisse com as nossas convicções, nos casaríamos.

Seja como for, porque nunca fomos de promessas de amor eterno ou compromissos absurdos, o casamento também não tem estorvado.

Agora uma coisa é certa: eu e ele somos muito compatíveis a nível de visão da vida, temos gostos afins, investimos os dois por igual no relacionamento, na família, na profissão. E não temos queixas um do outro. Aliás: temos queixas, sim. Mas insignificâncias ou, então, coisas que têm a ver com a nossa maneira de ser que ambos mutuamente respeitamos. Marimbamo-nos e desvalorizamos as diferenças (que, por acaso, nos habituámos a aceitar pois são mesmo pouco importantes) e festejamos aquilo em que nos encontramos. Volta e meia discutimos. Discutimos ou, sobretudo, desentendemo-nos. Mas é sempre sol de pouca dura. Ajuda eu ser distraída e primária: esqueço-me de que me zanguei ou, se me lembro, esqueço-me do que causou a zanga.

Mas, mais interessante do que o meu insignificante caso, é o que a Helen Fisher explica, o funcionamento do cérebro no andamento das relações.

Está legendado.

The science of love | Dr. Helen Fisher

Todos nós queremos ter um relacionamento bom e estável com alguém, diz a Dra. Helen Fisher. Portanto, é importante entender como o amor romântico intenso afeta nossos objetivos de longo prazo.

Sentimentos intensos de amor desligam as partes do nosso cérebro envolvidas na tomada de decisões. É por isso que, de acordo com a Dra. Helen Fisher, você deve passar muito tempo com alguém antes de se casar.

O Dr. Fisher acredita que casos de uma noite, "amigos com benefícios" e coabitação de longo prazo antes do casamento são sinais de uma mudança saudável na atitude em relação ao amor. As pessoas têm tanto medo do divórcio que querem experimentar antes de se estabelecerem.

Enquanto o casamento já foi o início de um relacionamento de longo prazo, hoje é o final.


Desejo-vos uma boa terça-feira
Saúde. Amor. Paz.

2 comentários:

  1. "O rosto e a voz são os espelhos da alma?

    Amigo ou inimigo? Numa fração de segundo, o nosso cérebro forma uma opinião sobre uma pessoa com base nas expressões faciais e na voz.
    O documentário de Dorothee Kaden revela o impacto do rosto e da voz na perceção dos outros e relata experiências surpreendentes sobre a psique. ... "

    https://www.rtp.pt/programa/tv/p44283

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  2. Muito obrigada. Já estive a saltitar para perceber de que se trata e vou ver na íntegra. Parece-me bastante interessante.

    Abraço.

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