Claro que não especificou pelo que há quem pense que ele se referia, em concreto, a uma que chora lágrimas de sangue.
Mas o Papa não especificou. E, de resto, como é sabido, há Virgens para todos os gostos e a fazerem habilidades de toda a espécie e feitio.
Agora uma coisa é certa: a sermos honestos e realistas, a bem da verdade, Francisco -- que parece ser uma pessoa de bem (tanto quanto possível naquela casa complicada) --, a vontade que deve ter é de dizer, alto e bom som, "Nenhuma aparição da Virgem Maria é real".
Mas isto já se sabe, parece que há muitos crentes que têm um grande olho para o negócio e, quando a coisa pega, é difícil desmantelar uma máquina que se transformou no ganha pão de muita gente e numa fonte de receitas para a Santa Madre Igreja que põe a caixa das esmolas na cova de um dente.
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Eu sei que a fé é uma coisa para a qual não há grandes explicações do domínio do racional. Ou se tem fé ou não se tem. E nada a dizer.
Mas, há coisas que eu, com as minhas características e limitações, não atinjo. É que se ainda posso conceber que algumas pessoas acreditem que há uma ordem superior, sobrenatural, intangível e inexplicável, que paira acima de tudo, já tenho grandes dificuldades em que acreditem que a mãe de Jesus Cristo, senhora falecida há milénios, apareça em cima de azinheiras ou noutros locais bizarros ou que encarne em estátuas ou estatuetas para se pôr a chorar lágrimas de sangue.
E o que me ocorre pensar é que quando essas pessoas acreditam em fantasias desse calibre em que mais coisas inenarráveis são capazes de acreditar...?
E uma dúvida muito grande que também tenho é a seguinte: o que leva pessoas que têm a obrigação de ser objectivas, racionais e pragmáticas (porque exercem funções que a tal obrigam) a andarem por aí em peregrinações para irem visitar locais desses onde, a pretexto dessas fantasiosas aparições, se mercadeja tudo e mais alguma coisa?
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Desejo-vos uma boa semana a começar já nesta segunda-feira
Saúde. Esperança. Paz.
Concordo consigo em quase tudo. Tenho reservas quanto à honestidade ou, numa interpretação bondosa, à clarividencia do Papa, nesta matéria. Senão, como explicar que há umas semanas, aquando da aprovação da lei da morte medicamente assistida, tenha vindo publicitar a sua tristeza por tal ter sucedido no " país em que apareceu nossa senhora " ?!
ResponderEliminarUJM, Viva.
ResponderEliminarSou convictamente ateu, ponto. Não sou casado pela igreja, os filhos não são batizados, e os netos por vontade dos pais, também não são batizados.
Agora, não dispenso uma visita a uma igreja ou catedral quando vou em turismo. Apreciar toda a beleza de uma catedral que ela contem desde o mais ínfimo pormenor, ao substancial, é uma satisfação que me dá, e até, já aconteceu por varias vezes, assistir a uma missa para perceber o envolvimento do crente a que é conduzido através da sublime " oratória" de que são grandes mestres no oficio da palavra as entidades de culto.
A propósito, deixo aqui, a celebração musical á Virgen del Rocío, em Huelva:
https://www.youtube.com/watch?v=AFpSJ2ozB2Q
Paula,
ResponderEliminarexatissimamente.
Um dos argumentos mais recorrente para convencer os descrentes era e ainda é questioná-los com esta certeza: então se há pessoas tão importantes, tão cultas, tão isto e tão aquilo, como é possível que duvides? Ou seja, adaptando ao quotidiano, se o teu presidente chupa o anel do bispo, quem és tu, ó plebeu, para não acreditares?
ResponderEliminarJoão, João, beija-me a mão; José, José, beija-me o pé; Simões, Simões … ande está tu Simões? Marcelo, Marcelo, ou vais buscar o Simões ou levas com o chinelo!