O populismo, quando começa a infectar a sociedade, é como a gangrena a avançar por um organismo.
Acontece que, em Portugal, em vez de se tentar erradicar o populismo, não apenas a comunicação social anda com os populistas ao colo, promovendo-os em permanência, como alguns dos outros partidos pensam que, para não irem pelo ralo, têm que ombrear em populismo com os populistas.
- Assim, se o Ventura vai à Feira do Livro, sem motivo legítimo que se divise, a comunicação social vai atrás e é vê-lo, a fingir que é uma pessoa decente, a dar palpites, a fazer exigências, a ser demagogo e, no fundo, a mostrar-se como o troca-tintas que é, falando para as câmaras e para os microfones.
- A Iniciativa Liberal também resolveu que deveria guinar para o lado populista da política ao pôr de lado o Cotrim e ao escolher este que por aí anda a fazer barulho sem dizer uma que se aproveite. Mas as televisões e as rádios andam atrás dele e ele, tal como o Ventura, tem uma capacidade infinita para ser troca-tintas, demagogo e vendedor de banha da cobra.
- Montenegro, neste campeonato em que vale tudo, não sendo capaz de se afirmar como um líder decente e confiável, emula os outros dois e lança atoardas para o ar, não apresentando uma ideia, uma única, a que os portugueses reconheçam valor.
- Falta aqui o Bloco de Esquerda que, no meio da mudança de liderança, tem andado mais apagado. Senão seria a quarta força a poluir a democracia com atoardas e a atirar-nos areia para os olhos. Aliás, veja-se a miserável actuação de Pedro Filipe Soares na CPI, portando-se como uma espécie de agente pidesco.
A nuvem de poluição que esta gente lança sobre a vida política é uma vergonha. Mas, mais do que isso, é um perigo. E é um perigo que tem sido alimentado pela Comunicação Social.
Nenhum dos referidos partidos contribui com uma única ideia construtiva para o País e a comunicação social limita-se a dar-lhes palco e a ajudá-los na sua promoção, papagueando o que eles dizem, esquecidos da sua função de isenção, de exercício de contraditório ou de verificação da veracidade do que dizem.
No conjunto, limitam-se a portar-se como vulgares arruaceiros. E, daqui, pode vir um verdadeiro perigo para a democracia.
E, perante esta situação, lamento que Marcelo Rebelo de Sousa continue a andar pelas ruas a falar e comentar tudo e mais alguma coisa, a lançar confusão e a alimentar a praga de comentadeiros que polui em permanência o espaço de comunicação, e não faça nenhuma tentativa para esvaziar este balão populista que está a crescer a olhos vistos.
Os reais valores da democracia têm que ser enaltecidos, respeitados, ensinados -- e o Presidente da República deveria ter um papel relevante nessa pedagogia.
PS: O Valupi recomenda que se comece a semana a recordar Paulo Portas sobre Marcelo Rebelo de Sousa e a vichyssoise e, se calhar, não é mal lembrado.
Perante esta situação o Senhor PR tem sido tudo menos pedagógico!
ResponderEliminarUJM
ResponderEliminarOntem estive tentado a trazer o VALUPI, hoje a UJM foi buscá-lo . Muito bem.