Hoje estava a dar-me para falar de felicidade. Acontece que o meu marido me disse que vai escrever uma coisa e, por isso, arrepio caminho e limito-me a pouco mais fazer do que partilhar convosco um vídeo interessante. Não sou estudiosa sobre a matéria mas, numa perspectiva meramente pessoal, concordo com o que Laurie Santos aqui diz.
Tenho para mim, isto é, na minha ignorância, que isto de se ser feliz tem também muito a ver com a carga genética. Deve haver quem tenha propensão para ser feliz, independentemente das circunstâncias, tal como quem a tenha para a infelicidade, também independentemente das circunstâncias.
Mas, independentemente disso, há também algumas regras que devem ser atendidas em especial para quem isso não seja intuitivo ou óbvio.
São coisas simples e muito eficazes.
Observa-se muito em grandes organizações que, perante as mesmas circunstâncias profissionais, há quem tenha reacções diametralmente opostas.
Vou dar um exemplo. Consoante os resultados e o atingimento dos objectivos anteriormente fixados, era costume haver atribuição de bónus. Para mim, receber um bónus sempre foi uma coisa boa. Fosse quanto fosse.
Contudo, para muitos dos meus colegas, era um momento de stress. Ou achavam que era menos do que estavam à espera ou proporcionalmente não era tão bom quanto os de outros colegas ou sei lá.
Pois eu nunca tinha quaisquer expectativas. Por isso, tudo o que viesse à rede era peixe.
Depois não fazia ideia nem queria saber o que é que os outros tinham recebido. E, note-se, pelas minhas funções, tinha acesso a saber tudo o que cada um recebia. E, no entanto, nunca -- e nunca é mesmo nunca -- fui ver. E não fui ver porque não tinha qualquer curiosidade. Além disso, sabia que, se visse, iria ficar incomodada pois iria ver coisas que não perceberia ou não concordaria. Ora sempre quis estar feliz. Nunca procurei situações que tivessem algum potencial de me aborrecerem sem que eu tivesse qualquer contrapartida positiva para isso.
As comparações são geralmente uma fonte de chatice, especialmente para quem se acha sempre em défice de qualquer coisa. Para pessoas que acham sempre que deviam ter mais do que têm (seja dinheiro, atenção, amor, roupas, beleza, etc), a comparação com os outros só serve para acumular frustrações.
Depois há aquilo da pessoa se comprazer na maledicência e na vitimização, achar que tudo lhe acontece, que aos outros as flores crescem depressa, aos outros saem-lhes os maridos apaixonados, aos outros aparecem sempre oportunidades para grandes viagens ou para ir a belos restaurantes, que a quem menos merece é que tudo de bom acontece. Ser assim é corrosivo para o próprio.
Se nos abstrairmos desse maneira de ver as coisas e nos sentirmos agradecidos por podermos andar ao sol sem haver risco de sermos atingidos por um míssil ou se podemos comer normalmente sem termos que ser alimentados por sonda nasogástrica ou se temos casa e dinheiro para viver condignamente, vamos andar sempre leves e felizes.
Ou se em vez de passarmos os dias inteiros a ver, nas redes sociais, o que fazem os nossos amigos ou familiares, nos juntarmos com eles e conversarmos despretensiosamente, despreocupadamente, também vai ser bem melhor.
O vídeo não tem legendas em português mas como a dicção de Laurie é perfeita e como acredito que muitos de vós não tenham dificuldade, partilho na mesma.
How to be happier in 5 steps with zero weird tricks | Laurie Santos
Às vezes, é muito difícil ser feliz. E há uma razão para isso: o cérebro humano não é programado para a felicidade. Por quê? Porque a felicidade não é essencial para a sobrevivência. Para piorar a situação, a nossa mente pode enganar-nos quando se trata de felicidade, levando-nos a perseguir coisas que não nos farão felizes a longo prazo.
Para resolver isso, a professora de psicologia de Yale, Laurie Santos, recomenda um conjunto de práticas, apelidadas de “religações”. Essas práticas incluem priorizarmos a conexão social, sermos orientado para o outro, focarmo-nos na gratidão e nas bênçãos e incorporarmos exercícios na nossa rotina diária.
Ao entendermos as armadilhas comuns de nosso pensamento e adotarmos novos comportamentos, podemos alcançar a verdadeira felicidade e fazê-la durar. Para Laurie Santos, a felicidade não é apenas um estado; é uma prática contínua.
Caríssima UJM.
ResponderEliminarQuanto mais velhos, mas sensíveis, ou mais predispostos, a falar de felicidade.
O que é a felicidade para uma pessoa? Eu não sei. Nem me atrevo a falar dela. Na palete de cores, há tantas matizes que leva a tantos degradês.
A minha felicidade, por exemplo neste momento de débil saúde "óssea", é ter a certeza absoluta que a dor das minhas costelas, é a mesma dor sentida pelos meus queridos netos; das minhas filhas e da minha mulher companheira de estrada de uma vida.
Neste momento também, felicidade, para além do que referi, é deleitar-me a ouvir por exemplo : " Gabriel FAURE': Pavane, Op. 50, ou, " Chopin - Nocturne No 20, entre tantos e tantas obras de arte como estas.
https://www.youtube.com/watch?v=mpgyTl8yqbw
https://www.youtube.com/watch?v=LhkTEZj5xAc