quinta-feira, maio 25, 2023

Uma considerável esperança na erradicação do cancro

 

À medida que a esperança de vida vai aumentando maiores as probabilidades de que algum desenvolvimento celular descarrile.

Provavelmente toda a gente tem na família alguém que tem ou teve cancro ou em que o próprio o tem ou já teve. 

Na hidroginástica, uma das minhas companheiras teve cancro na mama e ostenta com orgulho a sua mama amputada que, entretanto, sofreu uma intervenção plástica. Dizia ela no outro dia, no balneário, que acha que quase toda a gente que vive até tarde tem grandes probabilidades de ter cancro mesmo que muitos o tenham sem o saberem. Claro que, quando ela disse isso, todas ficámos em silêncio. Eu senti-me encolher por dentro. Tive vontade de dizer: "Porra, vire essa boca para lá...". Mão não disse nada até porque provavelmente está certa.

No meu caso, já tive dois familiares próximos do lado do meu marido que morreram de cancro, sendo que num dos casos a grande quantidade de tabaco que consumiu durante toda a vida o pré-anunciaria. Do meu lado, tive um tio directo que também morreu do mesmo, embora nunca tivesse sido fumador, a minha tia por afinidade, mulher dele, também morreu de cancro, noutro sítio do corpo. E a minha mãe também o teve embora (noc-noc-noc, três vezes na madeira) tenha ficado bem. Na minha família alargada, a que veio pelo lado conjugal dos meus filhos, mais dois casos, um felizmente ultrapassado (noc-noc-noc, outra vez na madeira) e outro controlado. E a pessoa com quem mais directamente trabalhei nos últimos anos está a passar pelo calvário dos tratamentos depois de uma recidiva e de uma metastização.

Ninguém pode, pois, achar que é uma realidade que lhe é distante.

No outro dia, quando fui a uma consulta de rotina, estive numa sala de espera ao pé da ala de oncologia. Como estive bastante tempo à espera de ser chamada, ia vendo as pessoas que entravam ou que saíam. Todas as idades. 

Embora cada vez mais os cancros sejam tratáveis, saber que se tem um continua a ser uma daquelas notícias que ninguém quer receber pois, numa primeira reacção, é como se fosse uma sentença de morte.

Desde que me lembro de ser gente que tenho ideia que, de vez em quando, surgia uma notícia de que uma nova investigação parecia ser promissora no tratamento do cancro. Mas embora os progressos sejam notáveis, parece que o milagre ainda não aconteceu.

Contudo, de forma muito consistente, têm agora vindo a lume notícias muito animadoras. Dá ideia que não são apenas ideias e projectos mas já realidades. E, quando começa a haver experiência e historial clínico, penso que é caso para nos animarmos.

Tomara. Tomara. Tomara. E que a investigação receba sempre todos os apoios possíveis. 

A breakthrough in eradicating cancer | Eric Tran | TEDxPortland

--  Com legendagem em português   --

O Dr. Eric Tran e sua incrível equipe são pioneiros na imunoterapia contra o cancro - uma "primeira vez global" nos esforços de redução de tumores. O trabalho que está sendo feito usa uma infusão de 16 bilhões de células T reprogramadas para atingir as células cancerígenas e removê-las do corpo. Isso mostra que o nosso sistema imunológico é capaz de curar o cancro avançado. Embora o cancro seja formidável, nós também somos. Você achará esta palestra inspiradora e esclarecedora, pois encorajamos nossos esforços para erradicar esta doença.

Eric fez parte de uma experiência histórica de mais de 7.000 participantes numa experiência a 10 anos. 


Um dia bom
Saúde. Esperança. Paz.


2 comentários:

  1. UJM
    Infelizmente tenho um grande historial de cancros na família, da minha mulher, e do meu pai que teve (só), dois nas vias biliares.

    Sei portanto muito bem o que é estar sentado numa sala de oncologia a acompanhar familiares e, enquanto faziam radioterapia ou quimioterapia, assistia á chegada de todas as idades, mas aquelas que me atravessavam o coração, eram os jovens com idades das minhas filhas, isso, dilacerava-me a alma.

    Uma vez, fomos quatro amigos, dar sangue ao hospital de oncologia de Lisboa, porque esse nosso amigo tinha leucemia , combateu a primeira, na recidiva não aguentou. Quando entramos para visitar o incomunicável, mas visível amigo, depois de dar sangue, passamos por uma ala do hospital de crianças com cancro. Ainda hoje me assalta tais imagens, tal violência nos chocaram que, depois de sairmos e metermo-nos no carro para viajar para casa, só ao fim de perto de 200kms começamos a dizer algumas palavras uns aos outros. Foi violentíssimo o que vimos.

    Já agora, não desejo a ninguém receber a noticia fatídica e malvada, ( e eu ainda não o apanhei, penso eu) quando sabemos a verdade, o mundo todo, todo, todo cai-nos em cima, desaba literalmente.

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  2. Olá Ccastanho

    São momentos terríveis. Quando se sabe. Quando se vai fazer um exame para saber se está espalhado. Quando se opera. Quando se fazem os tratamentos. Quando se fazem exames para saber se não voltou. Quando se sabe que voltou. Quando se têm que fazer mais exames.

    É preciso coragem, esperança.

    Tomara que estas novas terapias, tão promissoras, venham mesmo a concretizar-se como tratamentos para a cura.

    Muito obrigada pelo seu tocante testemunho.

    Abraço, Ccastanho.

    Um dia feliz.

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