sexta-feira, março 03, 2023

A beleza e a serenidade que se respira no Palazzo Doria Pamphilj, um palácio italiano do Sec XVI, e a tranquila modernidade de Isabella Ducrot



 

As belas cores italianas feitas de sol, de terra, de mar, de sinais do tempo nas coisas estão ali muito  presentes. Há uma harmonia antiga que nos cativa.

Muitas pessoas associam as coisas antigas a mausoléus, a móveis 'de estilo', escuros, sofás de pele escura ou veludos soturnos, tapetes em tons bordeaux escuros, pinturas sombrias com molduras de madeira escura, casas mal iluminadas em que o sol, se entrar, não tem onde se reflectir. 

Há ainda quem preencha todo o espaço com móveis, sofás e traquitanas de toda a espécie não deixando espaço de circulação. Ou quem, em contrapartida, deixe espaços vazios, não como um espaço de luz e respiração mas como prova acabada de abandono ou de falta de inspiração.

Em qualquer dos casos, os espaços serão inóspitos, pouco acolhedores, pouco felizes.

Claro que, falando assim, tenho que pensar nas pessoas que têm casas pequenas porque não conseguem pagar maiores e que, portanto, não têm como pensar em decoração quando as primeiras necessidades são as que falam mais alto. Ou nas que mobilaram a casa de uma maneira e agora não têm meios para a renovar. Ou, ainda mais, claro, as pessoas que não têm casa.

Mas sempre haverá quem passe por situações que não lhes permita fazer aquilo que tanto gostaria de fazer. 

E, aliás, estou em crer que mesmo para pessoas que gostavam mas não têm como viver em casas organizadas e decoradas de outra maneira, ver casas bonitas pode ser um bálsamo, uma escape, uma porta para o sonho, um pretexto para imaginar outros voos.

O que Isabella Ducrot (nascida em 1931 em Nápoles e agora a viver e trabalhar em Roma) aqui nos mostra é, a meus olhos, extraordinário. Há conforto, há luz, há modernidade, há antiguidade, há uma sã convivência entre tudo, talvez favorecida pela luz clara e serena que a envolve.

E a maneira como ela trabalha, o despojamento, a leveza e harmonia das formas e das cores, o prazer das texturas, do toque, a dimensão arrojada, tudo nela é surpreendente e, ao mesmo tempo, reconfortante (digamos assim). 

E já nem falo nos seus 92 anos. Noventa e dois. Senhores, como é bela e jovem e serena esta mulher.

De novo, lamento que o vídeo não tenha legendas em português. Mas o italiano de Isabella é pausado e aberto, percebe-se bem e é muito saboroso. E, para quem não perceba, lá estão a legendas em inglês.

Touring A 16th-Century Italian Palace: Isabella Ducrot’s Private Art Collection | Visitors’ Book

The World of Interiors presents Visitors’ Book with Isabella Ducrot at Palazzo Doria Pamphilj in Rome, Italy. Step inside Isabella’s beautiful 16th-century apartment situated above the prestigious Doria-Pamphilj gallery, as we explore her private art collection.

Together with her late husband, Vittorio Ducrot, Isabella has collected an array of art that reflects their intimate travels — from Giaquinto’s Madonna to a number of Indian miniature paintings. “Our collection of Indian miniatures is the fruit of our travels to India, where we went every year for sixty years.” Watch the full episode of Visitors’ Book as we explore Isabella Ducrot’s slice of the Palazzo Doria Pamphilj in Rome. 


Um dia bom
Saúde. Serenidade. Paz.

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