quarta-feira, janeiro 18, 2023

Agora que tenho que ter o meu spot caseiro para a vida nova que se avizinha, deixa lá ver se me inspiro...

 

Comecei a pensar nisso. A questão logística sempre foi muito relevante para mim. Tenho que ter à minha beira tudo o que precise e tenho que me sentir confortável e tenho que ter concentração e tenho que sentir que posso ter algum isolamento sem me sentir sozinha e tenho que ter boa luz mas não o sol de frente.

No verão já o tinha descoberto: a mesa de madeira debaixo do dossel de jasmim amarelo no terraço ao pé da sala. Lugar maravilhoso. Levava o computador e o telemóvel, um copo de água. E estava nas minhas sete quintas. O problema é que mal tinha tempo para desfrutar.

Dentro em pouco penso que o terei mas não está tempo para estar na rua.

No escritório que tem sido o meu e que é também a so-called biblioteca de língua portuguesa há pouca luz no inverno e é um espaço um pouco frio. Portanto, não. Já pensei em usar o que era suposto ser o escritório do meu marido e que foi o espaço que, quando vi a casa pela primeira vez, me fez sentir que tinha encontrado o lugar que há tanto procurado. Mas afinal acho que é um lugar um pouco de passagem, com pouca privacidade. E ele também não o adoptou. Tem as suas estantes com os livros de história ou de política mas nunca o vi lá sentado.

No inverno só consigo pensar na mesa redonda onde tomamos as refeições. É chegadinha à lareira e está-se lá tão bem quando o fogo crepita... Mas é no open space da sala, é tudo menos lugar de sossego.

Pensei na sala do primeiro andar, o lugar que os meninos preferem. A fera (agora, de novo, quase cabeluda) também o adoptou. Agora deve lá estar a dormir. Quando andamos muito de um lado para o outro e ele está com sono, sobe as escadas e aí vi ele. Ou quando saímos e não o levamos. Dizemos-lhe: 'Ficas a tomar conta da casa, está bem? Os donos vêm já' e ele percebe que não vem connosco. Fica deitado, encostado à parede do hall, a olhar par nós. Mas, quando chegamos ao portão e olhamos para cima, para a janela da sala do primeiro andar que dá para a frente, já ele lá está a olhar para baixo, para nós.

Nessa sala há uma mesa ampla e há também uma secretária grande, a que era do quarto da minha filha quando adolescente. Prefiro usar a secretária pois está perto das janelas que dão para o jardim dos vizinhos. Ou seja, tem boa luz e a visão de árvores e de flores.

E há o cadeirão reclinável onde gosto de ler e há um sofá, caso me dê o sono. Parece, pois, o lugar ideal.

No fim de semana, quando a minha filha me disse que eu deveria ter o meu spot, falei que estava a pensar que fosse ali. Ela disse que achava que a secretária estava nua demais, que não estava bem a minha onda. Fiquei a pensar nisso e já sei o que lá vou pôr: uma coisa pequenina que vi no fim de semana quando andava a passear com a minha mãe. Quero pouca coisa, não quero nada que me distraia.

Talvez por isso agora ande mais motivada para ver casas, decorações. 

Ou então é um escape para fugir às misérias do dia a dia, cá ou por todo o lado. 

3 Designers de Interiores transformam o mesmo espaço de escritório 
| Space Savers | Architectural Digest


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Um dia bom
Saúde. Ânimo. Paz.

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