sábado, outubro 15, 2022

A farra no enterro do pai dela.
A barracada no aeroporto por conta da mãe do 'veado'.
E o embaraçoso pum no elevador

 

Toda a gente sabe que se há situação em que a malta cá fora se diverte e conta umas piadas das boas é nos velórios. Claro que há sempre alguém que, sussurradamente, apela à contenção. Mas costuma ser sol de pouca dura. Depois das palavras de circunstâncias -- é a lei da vida e o escambau --, a malta gosta de se rever, de relembrar ocasiões divertidas e contar umas larachas.

Tirando isso, assim de repente, comigo, situações macacas em velórios lembro-me de duas mas tenho que ser sincera, não foram macacas, foram macaquinhas, mini-mini-macaquinhas. 

A primeira foi no velório do marido de uma grande amiga. Foi uma morte inesperada, ele estava bem no dia anterior, ficámos todos muito abalados, eu sabia que a minha amiga estaria de rastos pois era apaixonada e agarradíssima ao marido e, por isso, eu própria ia enervadíssima temendo não estar à altura do imenso desgosto em que ela estaria. Fui com o meu marido pois era incapaz de ir sozinha. Fomos para a São João de Deus, ali à da Avenida de Roma. Lá chegados, não vi ninguém conhecido. O meu marido também não reconheceu ninguém mas isso era normal pois eu é que era amiga dela. Ele bem queria que eu lá fosse cumprimentá-la mas eu não quis, tive esperança que ela viesse cá fora. Nunca gosto de entrar na capela mortuária, tenho medo que o caixão esteja aberto. Não consigo ver mortos. É coisa que vem de criança. Não sei se tenho medo que o morto me puxe pela camisola quando me apanhar de costas ou me pisque o olho se eu encarar com ele. Não sei. Fiquei cá fora, no meio de desconhecidos. Pensei que seria a família, gente que eu nunca tinha visto. Estranhei não ver colegas mas isto foi a um fim de semana. As pessoas têm a sua vida. Às tantas, desconfiei mesmo. Pedi ao meu marido que fosse confirmar se não estávamos no velório errado. Lá foi e veio a dizer um nome que não era o dele. Bolas. Então era isso. Percebemos depois que ali havia outra capela. Portanto, lá fomos. A mesma situação: nenhum conhecido. Com isto tinha-se feito tarde, tínhamos que nos ir embora. Não me lembro se os meus filhos teriam ficado com os meus pais ou se já seriam adolescentes e teriam ficado por sua conta e tínhamos que ir jantar. 

No dia seguinte era o enterro, uma segunda-feira. Pedi para ir de boleia com outro amigo pois não gosto de ir sozinha. Qual o meu espanto quando fomos para a São João de Brito, lá mais acima, ali à Av. da Igreja... 

Não tem graça, claro, pois ela deve ter achado estranho eu não ter aparecido na véspera, tão amiga que era.

A outra situação mini-macaquinha foi no velório do meu sogro. Muita família, muita gente. Às tantas um dos irmãos da minha cunhada com a mulher. Cumprimentei-os, claro, estivemos a conversar, falei da última vez que tínhamos estado juntos, não me lembro exactamente. Ela sempre gira, muito elegante, mini-saia, pernas bem torneadas, cabelos louros compridos. A primeira vez que a vi foi no dia do casamento da minha cunhada. Não apenas ela mas a outra cunhada, jovens mulheres muito bonitas, muito elegantes, de vestidos curtos, cabelos louros compridos e chapéus giríssimos. Nas festas de anos ou nessas ocasiões festivas ou no verão, na quinta da família, encontrávamo-nos todos. Todos eles desataram a reproduzir-se e, portanto, não eram apenas os meus filhos mas também os primos e as primas. Quando, nessa noite, me cruzei com a minha cunhada e comentei que tinha estado com um dos irmãos dela e com a mulher dele (referi-os pelos nomes, claro; e para facilitar a conversa suponhamos que se chamava Filipa), disse 'Achei a Filipa um bocado calada...'. Aí ela, que é de falar alto, exclamou: 'A Filipa? Mas tás-te a passar? Qual Filipa? Ó mulher... mas onde é que a Filipa já vai?'. Não percebi. Aí ela desatou-se a rir: 'Tamém achaste atão o mesmo que toda a gente acha? Que esta é igual à outra?'. Eu estava mesmo passada: 'Mas não era a Filipa?'. E ela, rindo de gosto: 'Oh pá, atão não soubeste que se deixaram? Agora vive com esta.' Imagino o constrangimento da dita outra sem me conhecer e eu a falar com ela como se a conhecesse. 

Nada de especial, portanto. 

Pelo menos nada que se compare com a descrição que a fantástica Evelyn Castro da Porta dos Fundos faz do enterro do pai. Um espectáculo. Imperdível. Risota da boa.

Evelyn Castro relembra uma situação curiosa no enterro de seu pai |

Que História é essa, Porchat?


Outra história divertida e bem contada é esta aqui abaixo em que um dia que começou azul e lindo, cheio de surpresas e alegrias, acabou na esquadra da polícia. Um barraco dos antigos.

Miguel Falabella e o barraco no aeroporto 
| Que História É Essa, Porchat?


Gosto muito do Rômulo Estrela, acho-o um giraço, acho que tem pinta, acho que é mais um daqueles que também é todo bom. Não o sabia tão divertido... e isso só vem fazer com que ainda suba mais uns pontos na minha escala. 

Aqui, conta uma história mesmo embaraçosa. Credo, nem quero pensar... Imagino a atrapalhação. Aliás, se fosse comigo (e vira essa boca pr'a lá), não fora a dor de barriga, imagino que haveria de desatar a rir sem parar.

O pum no elevador | Rômulo Estrela |
| Que História É Essa, Porchat?

_________________________________________

E é isto. Thank's dog it was friday.
Bom sábado
Saúde. Risota. Paz

Sem comentários:

Enviar um comentário