quinta-feira, setembro 15, 2022

Chamem o Milhazes para me ajudar aqui a dizer a 1ª palavra da interjeição:
C...., fui mordida por um jacaré!
[assim gritou a Muda Bella quando se banhava lá no Pantanal]

 

Do que vi na televisão, longas e longas e longas filas para chegarem perto do caixão real, tenho a dizer que me ocorre sempre a mesma prosaica dúvida: mas aquela gente não precisa de ir à casa de banho? Mas, na volta, ninguém precisa e a mais ninguém ocorre esta dúvida. Por isso, desde há muito interiorizei que sou a única mijona à superfície da terra.

Eu, com a minha tensão baixa, se estiver muito tempo de pé, ao fim de algum tempo começo a ver tudo a pôr-se branco. Disfarço, bebendo água. Só que se a água me ajuda a manter-me em pé, ao fim de algum tempo já deu a volta ao circuito e anuncia que está de saída. Agora imagine-se que estou no meio daquela gente toda, ali, horas e horas e horas. Haveria de ser bonito. Mas eles, bem os vejo, todos na boa, firmes e hirtos, frescos e fofos e sem vontade de ir à casa de banho. Juro. Não percebo.

Agora até me lembrei de uma secretária que havia quando fui trabalhar para um certo edifício. Reinava aquela mulher imponente, alta, forte, cabelos lisos compridos, muito louros, olhos muito azuis, voz poderosa. Toda a gente dizia que o administrador que ela secretariava era quem mais mandava no pedaço mas que quem mandava nele era ela. Falava como se, de facto, mandasse e impunha respeito a toda a empresa. Ninguém duvidava do seu poder e a ninguém ocorria desafiá-lo.

O gabinete dele era enorme, todo forrado a madeira, Num canto era a área da secretária, uma secretária enorme, e, no extremo oposto, perto da porta e rodeado de janelas, era o espaço da sala de reuniões, uma mesa comprida com dez cadeiras em volta. Entre um espaço e outro, tudo dentro do mesmo gabinete, era a zona dos sofás, uns belos sofás de pele. E havia grandes quadros a óleo, tapetes de lã, móveis de boa madeira. Outros tempos. Agora é tudo branco, liso, de vidro, uma monotonia. Bem. Para se chegar ao gabinete desse administrador tinha que se passar pelo gabinete dela, um gabinete que tinha também uma antecâmara onde ela deixava em banho maria os que chegavam antes de tempo ou sem estarem marcados. Havia ainda uma espécie de despensa cheia de estantes onde ela tinha o arquivo.

Até que ela achou que tinha muito trabalho e precisava de uma ajudante. As vontades dela eram ordens. Como o gabinete dela era grande, foi lá colocada uma outra secretária de madeira e outra de carne e osso. Claro que fez da outra gato sapato. E uma das primeiras instruções que deu à sua aprendiz foi que arranjasse um garrafa grande para que, quando tivesse vontade de fazer xixi, fosse à despensa fazer para a garrafa. A questão, segundo ela, é que uma secretária tinha que estar sempre disponível para quando o big chefão chamasse ou quisesse uma chamada ou para o que fosse. Claro que a outra, que também era de nariz empinado, se recusou -- disse que quando estivesse aflita iria à casa de banho e ponto. Claro também que não se aguentou muito tempo naquelas funções. E claro que também contou esta história e nunca ninguém mais se arriscou a entrar na despensa.

Mas, pronto, isto a propósito daquelas longas filas para se despedirem de Isabel II. 

Adiante.

Agora estou aqui a ver o Armário, um curioso programa com a Joana Barrios que se veste e maquilha a condizer com o seu fácies. Não se pode dizer que tenha uma beleza convencional mas a verdade é que a acho uma mulher interessante. É curiosa, carismática. E acho-a simpática. Gosto de vê-la quer aqui, quer nos programas de culinária. Tem sentido de humor, tem inteligência, tem graça.

Creio que o programa trata de marcas ou criadores portugueses ligados à moda ou à cosmética. Aproveito para ir vendo e escrevendo até dar o Pantanal. E, neste compasso de espera, aproveito também para dar uma circulada pelas notícias, pelos blogues (há com cada maluc@!) e pelo youtube.

E foi aqui que o meu amigo algoritmo tinha para me oferecer um videozinho mesmo divertido. O Porchat, esse ganda maluco, convida pessoas conhecidas para contarem cenas curiosas que lhes tenham acontecido. Aqui a convidada é Bella Campos, a Muda do Pantanal. 

E a história é do caraças: fora das filmagens, no período de descanso, estava a banhar-se no rio quando sentiu uma pressão na perna. Com a mão deu uma estalada no atrevido e foi então que percebeu que o atrevido era um grande jacaré. Nem imagino... 

Mas o melhor é vê-la e ouvi-la a falar sobre o sucedido.

Bella Campos foi mordida por jacaré durante banho de rio no Pantanal | 

Que História é essa, Porchat?

No Que História é essa da semana, Fábio Porchat recebe Bella Campos, Raí e Rodriguinho. Bella conta a história de quando foi mordida por um jacaré no Pantanal. A atriz deu detalhes do seu resgate e cuidados após o acidente.

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Desejo-vos um dia bom

Saúde. Curiosidade e alegria. Paz.


6 comentários:

  1. Quem é que diz que os ingleses não são pacientes e pobrezinhos de horizontes?!
    Tirando o régio Carlos com as canetas gotejantes.

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  2. Ola UJM,

    Obrigada pela companhia e pelo seu humor.

    Por toda a admiração e respeito que tenho por Isabel II, seria incapaz de tal homenagem. Esforço-me por compreender, como aquele povo pára a sua vida por dois dias e faz algum sacrificio fisico para olhar um minuto para uma urna fechada.

    Serei, eu que com a idade, deixei de ser normal?

    Todas aquelas pessoas homenagearam assim os familiares e amigos que já partiram?

    Por mim, já o disse, no dia em que me cremarem queria que os que me acompanharam até lá, almocem todos juntos e celebrem a vida que lhes reste.

    Haja paciencia!

    Beijinho.

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  3. Caro Anónimo cujo comentário não publico pelas razões que há dias divulguei,

    Explique-me uma coisa: porque é que este meu blog atrai tantos amigos do Putin, tantos devotos do PCP e tanta gente que vem aqui dar-me lições, remeter-me para links onde se faz a apologia da vitória da Rússia e se defende a rendição da Rússia e, como se não bastasse, tanta gente agressiva, desagradável e mal educada?

    Poderia dar-lhe uma resposta à maneira, a réplica que merece por ter escrito o que escreveu, mas limito-me a dizer que lhe recomendo que crie um blog seu onde faça a divulgação dos seus bélicos, ditatoriais, fora-de-lei, agressivos, malcriados e impositivos princípios. Aí poderá defender Putin, defender o PCP, defender a invasão de outros países, defender a chacina de populações e a destruição de escolas, prédios de habitação, teatros e hospitais, a razia completa de campos, fábricas e cidades. E poderá levar a hipocrisia ao limite ilustrando o blog com uma bandeira branca e dando-lhe o seguinte título 'Aqui defende-se a paz'.

    Estamos conversados?

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  4. Caro Anónimo cujo novo comentário também não vou publicar,

    Pelos vistos não ficámos conversados já que voltou a deixar um comentário desagradável.

    Faça o seguinte: vá para o espelho e fale como se estivesse a falar comigo, diga aquilo que me escreve, use o palavreado que usa ao escrever-me, desabafe, ouça-se a si próprio.

    É que aqui, como pode constatar, a sua audiência não é extraordinária...

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  5. APS, olá,

    Sobre os ingleses eu ando cheia de dúvidas... Não seremos nós ingleses? Estou tentada a pensar que sim. É que, se não, a que se deve a cobertura televisiva que as nossas televisões estão a fazer? Será que Elizabeth II também era nossa Rainha?

    Quanto ao Rei Carlos III, se calhar também nosso Rei, tenho cá para mim que agora, de cada vez que o forem pôr a assinar qualquer coisa, haverá antes um batalhão de gente a testá-las não vá alguma gotejar e Sua Majestade ter outro chilique.

    Aguardaremos por cenas dos próximos capítulos.

    Dias felizes!

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  6. Olá Pôr do Sol,

    Também não entendo. É o que diz: horas e horas na rua, em fila, tudo para circularem durante uns momentos em volta da urna fechada. São coisas que me transcendem. E acho que a Rainha era uma fofa, uma simpatia. Nada contra ela.

    Eu sou também assim como diz de si. Também já avisei aqui por casa. Se a minha morte for pressentida ou anunciada que façam o favor de não vir chorar para o pé de mim ou despedirem-se cheios de dramas. Contem anedotas, digam disparates, vejam se me põem a rir. E depois, quando eu abalar desta para melhor, é rirem-se das minhas maluquices e festejar, aproveitar a vida.

    E coração ao alto!

    Beijinhos e saúde, Sol Nascente.

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