Pergunto porque, na realidade, não sei nem faço a mínima. Ontem, vinha no carro, ouvi a notícia e fiquei espantada com o facto de, aparentemente de repente, ao fim de tantos e tantos anos, todas as decisões terem sido tomadas.
À noite, ainda pensei escrever sobre o tema mas parecia-me um coisa tão inesperada, tão insólita, que achei que era melhor deixar pousar para ver no que dava.
Devo dizer que não tenho conhecimentos para me poder pronunciar sobre o tema em si. Uma decisão sobre a localização de um grande aeroporto internacional é uma decisão complexa que envolve muitas restrições e inúmeras variáveis. Diria que é daqueles casos típicos em que a investigação operacional se aplica como uma luva.
Portanto, a única coisa sobre a qual me posso pronunciar é sobre a demora ridícula que a decisão tem levado a ser tomada. Ora é a Ota, ora é Montijo, ora é Alcochete, ora é Beja, ora é sei lá o quê. A Portela vai ficando saturada e nós, feitos totós, continuamos alegremente a discutir a mesma never ending story.
Em abstracto, diria que o aeroporto em Alcochete me pareceria bem situado e diria também, em abstracto, que intermediamente, ou seja, até que esteja concluído, se aproveitem outros já prontos a usar. Mas isto em abstracto -- e as abstracções, neste caso, não servem de nada.
Agora o que leva um ministro a avançar com uma decisão, fazê-la publicar e divulgá-la aos sete ventos sem a discutir e fazer aprovar antes pelo Primeiro-Ministro e sem terem a oportunidade de o discutir com o Presidente da República, é coisa que me parece do além...
O que deu na cabeça de Pedro Nuno Santos? Fartou-se de mé-mé-més? Já está sem saco para tanta hesitação? Fartou-se de tanto entendimento com o líder que foi, com o que há-de ser, com o autarca que quer dar nas vistas, com a Catarina que não percebe que já ninguém a leva a sério, com os ambientalistas que parece que só querem moer a paciência? Fartou-se de ter que se dizer tudo ao Marcelo? Ou estava capaz era de ir já de férias e quis despachar serviço, sem medir bem o que fazia?
Alguma foi.
De qualquer forma não é grave. Aeronavegações precoces são coisas que acontecem.
Por isso, adiante e siga o baile.
Passing blame is the easy way out - the toughest thing is to dismiss blame altogether.
ResponderEliminar23 - 26 - 27
Spare words; nature's way. Violent winds do not blow all morning. Sudden rain cannot pour all day.
What causes these things? Heaven and Earth. If Heaven and Earth do not blow and pour for long, How much less should humans? [...]
Gravity is the root of lightness, Stillness the master of passion. [...]
When a lord of ten thousand chariots Behaves lightly in this world, Lightness loses its root, Passion loses its master.
Good travelers leave no tracks. Good words leave no trace. Good counting needs no markers. [...] [T]he good person is the bad person's teacher, And the bad person Is the good person's resource.
Not to value the teacher, Not to love the resource, Causes great confusion even for the intelligent. This is called the vital secret.
Tao Te Ching by Lao Tzu (Stephen Addiss & Stanley Lombardo - English version, 1993)
Neither improving nor debasing - part & parcel of change, we all are.
Let go of your passions (from Church Latin passiō suffering) if you can, carry on with them if you must.
No redemption - no damnation - only acceptance
Olá K.,
ResponderEliminarEste é sem dúvida o melhor comentário ao sucedido neste extraordinário caso do aeroporto precoce do Pedro Nuno. Muito à frente. Acha então que esse é o segredo vital que os une?
Ou tenho que descodificar mais em profundidade o taoismo para alcançar a coisa?
Gracias so much, K.