Anima-me a perspectiva de que esta semana vai ser mais curta. Semanas de quatro dias é que devia ser sempre. Com organização, era na boa.
Anima-me ainda já não estar na escola, sujeita a testes.
Volta e meia, embora já há algum tempo que não, ainda sonhava que descobria que ia ter teste e não tinha estudado nada, não sabia nada. E ainda me lembro do nervoso miudinho quando os professores distribuíam os 'pontos' ou, nos exames, o formalismo todo do enunciado do exame e das folhas que não me lembro se eram de 25 linhas. Ia sempre um bocado nervosa. Na intimidade do meu pensamento, pedia que me corresse bem. Mesmo que me sentisse conhecedora da matéria, ia nervosa com receio que saísse alguma coisa cujo alcance eu não atingisse ou que eu desconhecesse. Isso ficou um pouco em mim. Ficou também em mim uma outra coisa. Nunca gostei de estudar de mais. Nunca consegui decorar nada pois nunca consegui ter paciência para ficar a perder tempo a decorar. Mesmo em exames finais, não conseguia estudar tanto quanto devia. Ainda agora quando tenho reuniões que são decisivas, não consigo 'ensaiar' na íntegra ou saber a priori tudo o que vou dizer. E isso deixa-me, depois, no momento antes, com algum receio. Vejo colegas que imprimem as apresentações e que, antes de chegar a vez delas, estão a ver e rever cada slide. Nunca fiz isso. Mal vejo os slides, nunca os imprimo e vou para as reuniões a contar na minha capacidade de improviso e com o que me há-de ocorrer. Mas, no momento antes, vendo que toda a gente se preparou, bate o nervoso miudinho. Mas não o evito. Uma espécie de atracção pelo abismo.
Mas, dizia eu, que há coisas que me animam.
E o saber que estou a entrar numa semana curta que antecede uma ainda mais curta anima-me ainda mais. E estamos a entrar no verão e isso também é bom.
E estar em vias de pôr em prática, na empresa, uma little revolution que acho necessária também me anima. Tenho dificuldade em acomodar-me a situações que acho um atraso de vida. Portanto, ou vai ou racha. Uns vão adorar, outros vão odiar. Mas isso não me preocupa. Gosto de cortar a direito.
Bem. Sobre o dia também tenho a dizer que não vi nada do jubileu. Deve ter sido um misto de Santos Populares, Carnaval e Live Aid. Ou seja, uma festa pop, boa para todos. Mas não vi, andei por outras bandas.
Por milagres. A minha mãe hoje dizia que gostava de ir a Fátima, que há muitos anos que não ia. Que eu me lembre, deve ter ido quando eu teria uns dezasseis anos e fomos conhecer as grutas. Se foi depois, desconheço. Às tantas quer ir fazer pedidos. Ou agradecer.
O meu pai que sempre conheci agnóstico (isto para não dizer ateu), quando já estava acamado e, volta e meia, um pouco perdido das ideias, quando a minha mãe foi operada a um cancro, mostrava-se inquieto e dizia que rezava a Nossa Senhora de Fátima para ela se pôr boa. Nunca lhe dissemos o que ela tinha, nem pouco mais ou menos. Nem ele percebeu que ela esteve fora tanto tempo. Mas dizia isso. Quando contei à minha mãe, ela ficou admiradíssima: 'Essa é boa... Mas ele nunca acreditou em nada disso....'. Não ia a missas e acho que tinha embirração por padres e afins. Vá lá a gente perceber alguma coisa. Mas se calhar é isso que ela quer ir agradecer, ela ter atendido o pedido do meu pai. Mas não sei, não faço ideia, não me apeteceu perguntar-lhe.
Adiante. À falta de novidades, abri o youtube e vi um vídeo que achei o máximo. Já uma vez tinha visto um assim e depois quis revê-lo e não consegui. Agora, ao ver este foi como se tivesse reencontrado amigo de longa data. Acho o máximo. Acho de uma habilidade incrível, imaginação, força, determinação. Gostava de ser capaz de fazer coisas assim com as minhas próprias mãos. Até me fez lembrar aquela história que ilustra a motivação, aquela do homem que quando lhe perguntaram o que estava a fazer, disse que estava a construir uma catedral quando os outros, que faziam o mesmo, disseram que estavam a partir e a carregar pedra.
(not our merit , nor our fault)
ResponderEliminarBeing born human, it's not easy to relinquish one of the foremost - if not the foremost - human trait: to have prejudices.
Everything humans do is transient - I don't know why the things we do which are destructive leave a longer lasting impression than the constructive ones.
(Or maybe I do know: in general, the human brain has a yin slant.)
To spice things up, let me add that the human brain has been shifting: the masculine brain is turning increasingly yin, while the females' brains are becoming increasingly yang (the I Ching rules!)
(Please spare me: if you are a regular here then you do have a "negative" bias brain.)
And then you might ask, "so what?" To which my reply would be: have you ever considered why the slant, why the drift?
Fate? Who's behind that?
(The Everlasting Dissatisfaction)
Olá K.,
ResponderEliminarEntão os homens estão a ficar cada vez mais sensíveis e as mulheres casa vez mais fortes? Acha isso? Não sei. Talvez estejam, antes, a começar a cair as convenções (ou os preconceitos) que obrigavam as mulheres a ficar em casa, a curtir o tédio e a encherem-se de depressões e os homens a serem marialvas, brutamontes e boémios.
Um dia que toda a gente seja verdadeiramente livre de fazer o que quer, como seremos? Todo o mundo a correr de alegria? Ou, pelo contrário, titubeantes, tontos como se encandeados pela luz?
Não sei. Nem sei se lá chegaremos.
Do que lhe conheço, penso que tem bastantes preconceitos pelo que não sei se consegue imaginar-se livre, sendo yin ou yang na dosagem que for sem que se preocupe com isso, vivendo o dia sem preocupar-se se é destino ou deus que lhe traz essa incómoda e maçadora eterna insatisfação. Consegue imaginar-se livre? Despreocupado? Consegue imaginar o que faria com essa liberdade? Não gosta de sonhar com esses dias que talvez nunca aconteçam?