Para os mais distraídos poder-se-ia arranjar um exercício simples: descobrirem as diferenças entre o 'antes' e o 'agora'. Poderíamos ainda pedir que se entretivessem a identificar o que aconteceu. E, num esforço ainda atento, que identificassem as consequências do que aconteceu.
Imensas valas cavadas em torno das zonas massacradas por sucessivos bombardeamentos. Para que servirão? Para enterrar corpos? Quantos? Quantos milhares? Quantas pessoas restaram para chorar os seus familiares que agora são apenas 'corpos' à espera de ser enterrados para que não se decomponham à vista dos vivos?
E os campos antes plantados com cereais que, uma vez colhidos, eram armazenados em grandes silos quando voltarão a produzir? E onde serão armazenados os grãos se toda a infraestrutura foi arrasada? Porque foram destruídos os silos de cereais e as instalações de carga e distribuição? Para empobrecer os agricultores? O país? Para matar outros tantos milhares à fome, sabendo-se como são críticos os cereais para as populações mais pobres de todo o mundo?
E as fábricas agora destruídas? Quanto tempo demorará a reconstruir um complexo como este?
Digo-vos sem sombra de dúvida: anos. Primeiro há que remover os escombros, voltar a preparar os terrenos. E há que fazer os projectos para todas as novas estruturas. Depois encomendar os novos materiais para construir e equipar as novas fábricas. Com a escassez de matérias primas, será outra dor de cabeça. Montar, testar, pôr em produção. Anos. E até lá? Toda a produção de aço que ali havia será colmatada como? Não será. Não há sobrecapacidade noutros locais que possa colmatar estas falhas. Haverá carência. Uma carência que se somará às outras carências. E não afecta apenas a Ucrânia: afecta todo o mundo.
Os crimes que estão a ser cometidos pela Rússia não podem ser esquecidos nem perdoados. Não são apenas desumanos. São vastos, complexos, profundos.
E não nos esqueçamos. É a Rússia que está em território alheio, a destrui-lo. Não há outro culpado.
E que não venham dizer que foi a Ucrânia que o pediu ao não aceitar ceder território à Rússia desde que esta começou a invadi-la. Crimeia? Acordos de Minsk? Que conversa é essa? Os ucranianos não querem ser russos. Demonstram-nos por palavras, por actos, pelos votos, dando o seu sangue por isso. E têm todo o direito a defender a sua vontade. A vontade dos povos é soberana. Essa á a base do direito internacional.
Se um ladrão vier aqui roubar a minha casa, querendo passar a ser o seu dono e que eu seja sua serva, tenho todo o direito a defender-me. A casa é minha, as coisas que aqui estão são minhas e eu sou dona e senhora de mim. Se o ladrão a seguir desatar a torturar-me, a destruir a minha casa até que eu ceda, haverá gente de bem que defenda o ladrão, dizendo que eu é que me deveria ter rendido?
Sei que sim, que há quem o defenda. Sempre haverá gente que defenda os agressores, gente que acha que os agressoras têm direito imperial sobre aqueles que querem subjugar. Não nos esqueçamos que houve quem defendesse, em tempos, a invasão da Checoslováquia, tal como houve quem se manifestasse a favor da 'paz' defendendo que se deixasse Hitler tomar os países que quisesse e matar quem quisesse.
O vídeo abaixo mostra imagens por satélite. E são estas imagens, tal como as imagens colhidas por drones, tal como as comunicações móveis omnipresentes que desmontam qualquer argumento negacionista.
E, depois de ler as palavras da UJM - que subscrevo inteiramente - e ver as imagens - que não mentem - quem, ainda em seu perfeito juízo, pode comparar Zelenski a Putin? Claro, só os fanáticos seguidores do PCP. E mais, alguns pobres de espírito - felizmente poucos - que seguem os seguidores...
ResponderEliminarBom Domingo e um abraço.
Nesta guerra há a intenção de destruir totalmente a Ucrânia para que esta não se possa reerguer. Tudo o que é infraestrutura ou marca cultural é arrasado neste massacre desumano.
ResponderEliminarE, lembre-se, quanto ao sofrimento dos ucranianos, o que não falta por lá são Catarinas Eufêmias ..
Olá Janita
ResponderEliminarPenso que quem tem coração e consegue imaginar-se no papel dos outros não pode deixar de sentir solidariedade para quem vive num país destroçado, em caves a ouvir bombardeamentos, quem fugiu deixando tudo para trás.
Quem não tem coração, põe-se do lado do invasor/agressor.
Saúde. Um dia feliz. E um abraço.
Olá Anónimo/a
ResponderEliminarTem razão: massacre, destruição. Escolas destruídas. Pessoas assassinadas à queima roupa. Intimidação. Uma barbaridade sem explicação. Querem destruir para, a seguir, ocuparem terras-queimadas.
E, no meio da chacina, a coragem dos ucranianos. Gente de todas as idades, homens, mulheres. Gente que arrisca a vida para lutar pela sua liberdade.
Uma boa semana.
Será justa a analogia com a paz pretendida por Chamberlain com Hitler? Obteve o tempo de que necessitava para preparar a máquina de guerra, que os alemães tinham superado nos anos de expansão pré-guerra.
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