domingo, abril 03, 2022

Num sábado in heaven, depois de um certo susto à chegada, aparece-me agora o Putin e o fantasma dos Romanov...?

 



Quando chegámos, antes de abrirmos a porta de casa, o meu marido foi abrir o portão que dá para o lado de trás. E aí disse: 'Acho que temos aqui um pequeno problema...' e a voz não augurava nada de bom. Fui ver. As portadas da cozinha estavam abertas de par em par. Mau... E as janelas estavam abertas, basculantes. Ficámos os dois a olhar para aquilo. Somos cuidadosos ao sair. O meu marido, em especial, verifica sempre tudo antes de sairmos. Naquele momento pensei que nos dois últimos meses não tínhamos lá ido. Entre a última vez e este sábado aconteceu aquele episódio da lagarta do pinheiro que ia causando a morte do nosso ursinho felpudo. Não foi in heaven mas in heaven há imensos pinheiros e, em alguns, há daqueles ninhos delas e é normal, pela primavera, vermos procissões delas. Como não temos zonas delimitadas onde possamos reter a fera, resolvemos não arriscar. Até agora.

Fomos dar uma volta por fora da casa e constatámos que não estava mais nenhuma janela ou portada aberta. Menos mal. O meu marido inspeccionou a janela da cozinha por fora e não viu sinais de arrombamento. 

Ainda assim, abrimos a porta um pouco a medo. O meu marido foi inspeccionar a casa por dentro. Tudo bem.

Já mais tranquilos, constatámos: 'O alarme não disparou... E, além disso, como é que se põe uma janela a bascular pelo lado de fora...?'. E dentro de casa parecia que ninguém tinha entrado.

O meu marido, então, disse: 'Sabes uma coisa? Isto não abona nada a nosso favor...'. E eu pensei a mesma coisa: se calhar fomos mesmo nós que deixámos as janelas abertas...

Mas depois arranjei uma desculpa: a última vez tinha sido um dia dos diabos. Eu e o meu marido estávamos com reuniões. Pelo meio, foi lá o senhor que, tempos antes, tinha arranjado a salamandra e a tinha deixado no meio da casa porque, quando perguntou ao meu marido qual o lugar exacto onde ficava, ele tinha respondido que 'no mesmo sítio'. Isto foi num dia em que eu não fui. Ora, nesse dia, a salamandra estava praticamente no meio da sala pois tínhamo-la afastado para pintar a parede por trás. Portanto, o senhor, bem mandado, instalou-a ali mesmo. Quando lá cheguei fiquei passada. O meu marido, como sempre, disse que não achava que estivesse mal. Mesmo que estivesse pendurada no tecto de pernas para baixo ele diria a mesma coisa... Claro que liguei a pedir que fossem pô-la encostada à parede. Portanto, nesse dia, início de Fevereiro, o senhor voltou lá. Desinstalou-a. Mas, ao voltar a instalá-la, para a encostar à parede ou se achatava o tubo -- e não o recomendava -- ou tinha que se fazer outro buraco no tecto. Resultado: completamente desconsolada, pedi que a instalasse de novo onde estava, quase no meio da sala... Fazer o quê? Obras outra vez? Buracos no tecto...? Ná, nem pensar. Claro que o meu marido encarou isto como uma vitória... Mas, pronto, paciência.

Entretanto, nesse mesmo dia, chegou o técnico que ia instalar a nova central de alarme, com video-sensores, tendo que andar pela casa. 

Como se isso não fosse pouco, tivemos um problema maior: a pequena fera, cão de guarda de corpo e alma, ladrava freneticamente, querendo atirar-se aos estranhos. E, por isso, se era eu que estava com os senhores, o meu marido tinha que estar com ele, pela trela, noutro sítio. Ou vice-versa. Um desatino.

Pior: o técnico não atinava com a programação da central. Era tarde, de noite, estávamos com fome, o cão não parava de ladrar e o homem não se despachava.

Portanto, acredito que, no meio daquilo, já de noite, nem reparámos que a janela da cozinha estava aberta...

Com tantos roubos que volta e meia há lá pelos campos, tivemos sorte.

A verdade é que dois meses com as janelas da cozinha abertas foram boas para o ambiente interno da casa: não estava fria nem húmida nem cheirava a casa fechada. Estava mesmo agradável.

Agradável mas a precisar de limpeza. Andei a aspirar, a sacudir, a limpar. Estava um solzinho bom e a casa agora, com as portas, janelas, rodapés e tudo branquinho e com a decoração também toda em clarinho, fica ainda mais acolhedora, luminosa. Gosto tanto.

E o campo... lindo, florzinhas, cores delicadas, tudo tão bonito, tão sereno, tão bom. A natureza renasce a cada dia, haja o que houver. Lá andei, como sempre, a fotografar, a respirar o ar limpo, a passear devagar, a ouvir os passarinhos.

De regresso, fizemos o desvio do costume para eu matar saudades dos melhores gelados à superfície da terra: um cone com duas bolonas, uma de rum com passas e outra de chocolate com laranja. Tão bom. 

Ao regressar, depois do banho e do jantar, ainda estive a tratar de umas cenas. Depois pus a box para trás para ver o Tabu. Já disse que tenho gostado imenso de todos os episódios do programa? É uma aposta arriscada mas que o Bruno Nogueira está a superar com talento. Humor inteligente. Isso e a dignidade e carinho com que trata os convidados são a receita que garante o sucesso.

E agora estive a ver as notícias sobre as quais hoje não vou falar. Mas vou partilhar um vídeo muito interessante. Ele há coisas...

Putin's Russia and the ghost of the Romanovs | The Economist

Tsar Nicholas II of Russia and his family, the Romanovs, were murdered 100 years ago today by Marxist revolutionaries. What does this anniversary mean for Vladmir Putin?

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Desejo-vos um belo dia de domingo

Ânimo. Tolerância. Afecto. Paz.

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