domingo, fevereiro 27, 2022

Contra Putin, o perigoso ditador
[E veja aqui um vídeo que inequivocamente evidencia a forma ditatorial como ele trata até os que lhe são próximos]
.
Força, Ucrânia!

 

Quando um lunático está no poder e quando, ainda por cima, é um lunático com apetência imperialista e sem qualquer respeito pela dignidade de quem não se verga à sua vontade, quando está aos comandos de uma potência poderosa, armada até aos dentes, então, estamos perante uma situação deveras perigosa.

Para quem, como eu, achava que os tempos já não estão para malucos e que as guerras mais recentes teriam provado que já ninguém aceita tão absurdas e criminosas situações, o que está a passar-se é impensável. 

Vejo as imagens e fico chocada. Não vejo uma realidade longínqua. Vejo uma realidade próxima. Vejo tantas mães, iguais a todas as mães dos nossos pacíficos países, com os filhos ao colo, a despedirem-se dos maridos que ficam nas cidades a defender o país. Vejo estradas cheias, subterrâneos cheios. Gente como nós. Sobretudo mulheres, crianças... e alguns cães. Fugindo da guerra, e deixando maridos, pais, irmãos para trás, quem fica, tenta manter unido o núcleo familiar. 

Há pouco, um homem andava no meio de escombros e vidros partidos com o cão ao colo. Comovi-me. Quando, no meio de ameaças brutais, ainda subsiste a generosidade suficiente para continuar a proteger os animais de estimação a gente constata como é infinita a nossa capacidade de compaixão.

Enquanto isso, há um maluco à solta a determinar o assalto a um país, cause isso as mortes que causar.

Como pôde a realidade tornar-se um pesadelo assim?


Li a crónica de Miguel Sousa Tavares dizendo que isto poderia ter sido evitado. Segundo ele, dever-se-ia ter levado Putin a sério, dever-se-ia ter-lhe garantido que a Ucrânia não entraria para a Nato, que o país se manteria neutro.

Percebo o que diz. Mas quem poderia supor uma loucura destas? E devem os países formatar as suas decisões em função das ameaças de doidos?

Ouço mil explicações. 

Não quero saber de conversas com laivos de desculpabilização. Não quero saber se nos Estados Unidos não são todos umas virgens, não quero saber se o regime ucraniano estava muito dependente das boas graças americanas ou o que for. O que sei é que um país é um país é um país. Um país não se invade.

Quem viva num país invadido deve defender-se com unhas e dentes e toda a gente deve apoiar quem lá vive e corajosamente se defende contra os invasores. 

Putin não gosta da União Europeia, não gosta dos Estados Unidos. Pior: Putin não gosta de democracia, não gosta de liberdade. E, por isso, eu não perdoo a Putin. O mundo inteiro civilizado não deve perdoar Putin.

Vejo que a Ucrânia está a distribuir armas à população e a apelar a que defendam o país. Não sei como pode defender-se um país com armas de mão e cocktails molotov contra a força bélica da Rússia... mas admiro a coragem de todos quantos não se importam de sacrificar a vida. Vejo entrevistas: toda a gente diz que vai defender o país. Comovo-me. 

Os abrigos estão cheios. Quem fica para defender o país sabe que pode não voltar a ver os que se abrigam. Mas estão determinados. Comovo-me.

Emociono-me ao ver estas imagens. Dou por mim com lágrimas nos olhos. Por várias vezes, ao longo da noite, os meus olhos encheram-se de lágrimas.

Custa-me perceber como é possível, nos dias de hoje, acontecer uma coisa destas. 

É impensável. 

Isto não poderia estar a acontecer. Isto não pode acontecer. 

Acredito que a Rússia não seja Putin. Tenho esperança que a Rússia apeie Putin. Gostava que fosse a Rússia a apear Putin.

Não quero saber de chavões ou de grandes conversas sobre motivos ancestrais, equilíbrios estratégicos, o que for. O que sei é que não pode haver justificação humana para o que está a passar-se. Quem decide invadir um país pela força das armas é um assassino. Mas o grave é que um assassino vulgar mata e supostamente fica saciado ou vingado. Mas se estamos em presença de um assassino que é um mitómano, um psicopata, e se tem as rédeas do poder na mão, o perigo é muito maior. Nem consigo imaginar até onde Putin pode ir.

Espero que alguém consiga pôr cobro a esta loucura. Espero que a solução nasça dentro da própria Rússia. Espero que a China dê uma ajuda.

Enquanto isso não acontece, só me resta esperar que a Ucrânia resista. Apesar das explosões, dos tanques, das tropas na rua, apesar do medo, apesar de tudo, espero que a Ucrânia resista.

A bravura dos ucranianos comove-me. O seu sofrimento também. A sua determinação também.

E só espero que todo o mundo civilizado apoie a Ucrânia. De todas as formas, em todos os lugares, até quando for necessário. Nas ruas, nas redes sociais, na comunicação social, onde quer que se possa influenciar os governos de todo o mundo a apoiar a Ucrânia e a apear Putin e toda a infame e infecta oligarquia que o apoia. 


______________________________________

Putin
Para quem ainda tem alguma dúvida -- isto é um ditador

[Com sorte, Sergei Naryshkin terá a coragem, o engenho e a arte para reagir a uma humilhação destas]


You’ve all seen it now. The small, mean, vicious yet weirdly blank eyes. The stubby stabbing fingers that jab as he humiliates his underlings, making them shake with fear. The joy he takes in sadism. It’s almost comedy villain stuff. But cliches exist for a reason. And we need to stop kidding ourselves about Putin – and start taking steps to deal with him. (...)
Quem é Putin?


___________________________________________________________

Este é  o presidente da Ucrânia: 

era um comediante, aparentemente um populista pouco preparado para altos voos. 

Tem-se mostrado estranhamente corajoso, fazendo frente a Putin

_______________________________________________________________

Voluntários chegam-se à frente para defender a independência da Ucrânia

_______________________________________________

Uma mãe agradece a quem trouxe os seus filhos até si


__________________________________________________

Imagens provenientes daqui e daqui

_________________________________________________

Força, Ucrânia!

5 comentários:

  1. Obrigada pelo seu texto e ilustrações.

    ResponderEliminar
  2. A culpa nunca é só de um lado:
    https://youtu.be/7r6CeeLBjJg

    ResponderEliminar
  3. ...E o que é que está ( estamos ) disposta a fazer, individualmente, no seu dia a dia ?
    Grandes tiradas proclamatórias são fáceis...

    ResponderEliminar
  4. Caro Anónimo,

    A nível pessoal faço o que acho que devo fazer e faço-o em privado.

    Mas dado que este blog é visto ultimamente cerca de 3.000 vezes por dia (num destes dias passou as 4.000), das quais algumas centenas chegam dos Estados Unidos ou da Rússia, aproveito para juntar a minha voz a todos quantos no mundo inteiro condenam o crime russo.

    Se todas as pessoas fizerem o que está ao seu alcance, a opinião pública far-se-á ouvir (tal como já está a acontecer).

    Na medida do que podemos, devemos ajudar nem que seja manifestando-nos seja sob que forma for. O que acho que não podemos fazer é calar-nos.





    ResponderEliminar
  5. Não se pique tanto... é apenas uma forma de reflectirmos sobre os ( muitos ) nossos activismos de sofá...

    ResponderEliminar