terça-feira, março 01, 2022

Contra os crimes de Putin, o mitómano cobarde, ao invadir a Ucrânia, levanta-se o povo ucraniano e todo o mundo civilizado.
Força, Ucrânia. Resistam.

FCKPTN

Український народ і весь цивілізований світ повстають проти злочинів Путіна, боягузливого міфомана, вторгнувшись в Україну.
Форс, Україна. вдарити у відповідь

 


Acabei de ver na televisão uma mulher que estava a chegar de outro país, de regresso à Ucrânia. Dizia que é ali que está a família e que é ali que ela quer estar. E que irá lutar. Pedia ajuda aos outros países para que os ucranianos consigam resistir. Sorria enquanto falava. 

Comovo-me com esta coragem.

Vi um rapaz muito alto, ar desempoeirado (leia-se: não formatado) que vive em Portugal e que estava a caminho da Ucrânia. Dizia-se jovem e saudável e que o seu país precisa dele. Tal como todos os outros que parecem tranquilos, muito seguros e absolutamente determinados, também ele se mostra pronto para pegar em armas e, dando o peito às balas, lutar pelo seu País. Comovo-me.

Comovo-me também ao ver homens com alguma idade a dirigirem-se para as cidades para se alistarem, dizendo que não têm medo, que quem deve ter medo são os russos. Comovo-me perante a coragem destas pessoas.

Também me comovo quando vejo tanta gente com os filhos, muitas vezes filhos muito pequenos, totalmente dependentes, e apenas uma pequena mala ou com um saco de plástico, a saírem para onde possam estar a salvo. Ou quando vejo vários berços com bebés a dormirem em refúgios. Ou quando ouço a bravura das pessoas, nestas situações precárias, sem saberem se vão perder as suas casas, os seus pertences, os seus empregos, a sua família, e dispostas a aguentar na esperança que o seu país se mantenha livre. 

Comovo-me ao ver um rapazinho, a chorar, a dizer que o pai vai vender coisas e que se calhar também vai lutar.

Tal como me comovo quando vejo o pequeno comediante a dizer aos russos que quando chegarem verão as caras e não as costas dos ucranianos. Ou quando prescinde de sair do país dizendo que precisa de munições e não de uma boleia. 

Volodymyr Zelenskyy tem 44 anos e, apesar de formado em Direito, tornou-se conhecido pela sua ocupação como comediante -- e, afinal, foi ele que, inesperadamente, na rua, nas redes sociais e ao telefone, tem conseguido, através do seu exemplo, mobilizar a resistência do povo ucraniano e o apoio do mundo civilizado. 

Ninguém dava nada por ele, parecia um populista inconsequente, alguém que tinha sido eleito sem se perceber bem como, e, afinal, tem sido um símbolo da coragem e da resistência perante um criminoso poderoso como Putin. 

Volto a confessar o que tantas vezes já confessei: pouco sei de geopolítica pelo que certamente me escapa muito do que é relevante na interpretação profunda de fenómenos como estes. Também não conheço os meandros diplomáticos ou processos complexos para adesão à UE ou à Nato. Mas, mandasse eu, arranjaria maneira de garantir já a adesão da Ucrânia à UE e/ou à Nato já que é essa a sua vontade. 

Mesmo que não fosse já a adesão de pleno direito pois acredito que isso exija muitos estudos, muitos cálculos, muitos business cases, muitos cenários, muita coisa. Mas garantiria já a pré-adesão para que, de forma mais efectiva, se lhes possa assegurar melhor protecção.

Numa situação como esta -- com um mitómano, mentiroso descarado, narcisista, prepotente, que até aos seus colaboradores mais directos humilha publicamente, aos comandos de uma superpotência como a Rússia onde os opositores ao regime aparecem envenenados ou simplesmente desaparecem -- eu acho que o mundo civilizado tem que se unir e, sem perder tempo a limpar armas, deve mostrar a Putin que não temos medo dele e que a sua única solução é recuar.

Se a guerra escalar para o desvario nuclear, com um desvairado como Putin aos comandos, nenhuma parte do mundo estará a salvo. E, no entanto, em consciência o digo: perante a dimensão da ameaça, só há uma coisa a fazer: derrotá-lo. Sem medo.

Acredito (ou quero acreditar) que Putin cairá dentro da Rússia pois acredito que muita da sua entourage está contrariada nesta deriva e acabará por apeá-lo. Acredito e desejo, pois nenhuma derrota é mais humilhante do que a que é infligida dentro de portas. 

Acredito também que quer Putin quer a sua entourage vão rapidamente perceber que não apenas o mundo civilizado como uma larga camada da própria população russa como ainda também a China e outros que países de quem a Rússia esperaria algum apoio vão retirar-lhe o tapete. Acredito e desejo.

Bem podem lembrar-me atrocidades anteriores para justificar ou atenuar aquela a que assistimos. Não quero saber. Atrocidades sempre aconteceram mas a nossa permissividade perante elas tem que acabar.

Nascemos não sei para quê nem sou dada a questões existenciais mas, seja lá para o que for, uma coisa eu sei: se renunciarmos à nossa felicidade, nada disto vale a pena. Tenhamos nós vindo a este mundo por um qualquer insignificante acaso ou por algum misterioso propósito lutemos para que, enquanto vivermos, sejamos felizes.

E façamos frente a quem quer destruir a felicidade alheia. 

Pode parecer simplista e, certamente, o é. Mas as coisas simples são as mais importantes. E defendermos a nossa felicidade e a alheia não é coisa pouca. E defendermos, por isso, a liberdade, a democracia, o direito a podermos exprimir a nossa vontade é causa maior da nossa vida.

Não sei qual o desfecho deste crime mas tenho para mim que quanto mais nos mantivermos coesos e firmes na defesa intransigente da independência da Ucrânia e na exigência da paz mais depressa este pesadelo terá fim.






E, depois, há o sentido de humor

Anonymous trolls Putin by renaming yacht ‘FCKPTN’ and sending it to ‘Hell’ by hacking maritime data

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Fotografias do The Guardian e do Bored Panda

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Força, Ucrânia

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