terça-feira, janeiro 25, 2022

Too funky: a sensualidade feérica de Thierry Mugler e de George Michael

 

Apesar de não ser utilizadora nem grande conhecedora de alta costura, aprecio a arte seja sob que forma ela se manifeste. 

Na moda há os perfeccionistas, os impecáveis. Armani é um desses. O tecido, o corte, a confecção. Tudo perfeito. O meu fato de calças e blaser Armani tem vários anos e mantém-se perfeito. É intemporal, elegante e não passa de moda. Qualquer mulher fica bem com um fato Armani.

Mas depois há os outros, os que arriscam, os que não seguem padrões, os que desenham à mão livre, os que materializam sonhos ou loucuras. Também não passam de moda, também são belos para sempre. Mas não ficam bem a todas as mulheres. Provavelmente só podem ser vestidos por algumas mulheres, por poucas mulheres.

Thierry Mugler, que morreu esta segunda-feira aos 73 anos, foi dessas criaturas tocadas pelo génio. Talvez por isso tenha colaborado nos magníficos figurinos do Cirque du Soleil. Talvez também por isso pessoas como David Bowie, Diana Ross, Beyoncé, Demi Moore, Lady Gaga, George Michael ou Madonna gostavam de ser vestidas por ele. 

São icónicas as imagens de  Jerry Hall, Eva Herzigova, Nadja Auermann, Claudia Schiffer, Gisele Bündchen, Linda Evangelista, Tyra Banks e outras desfilando ou fazendo-se fotografar com as suas belíssimas criações. 

Também entrou no mercado dos perfumes e aí já não sou tão apreciadora. Angel e Alien são bons perfumes mas, para o meu gosto, ao fim de algum tempo na pele parece que lhes noto um toque algo doce, algo oriental e isso não combina comigo. Em mim, o perfume tem que ser íntimo, floral, cítrico, fresco. Nem quente, nem doce.

Estava agora afastado da moda. Devido a acidentes, ficou com o rosto desfigurado que as cirurgias não retocaram completamente. Na verdade, parecia uma tosca caricatura do que tinha sido. Mas continuou a cuidar do corpo que queria esculpido. 

E deixou de usar o segundo nome, Thierry, e passou a usar o primeiro, Manfred. Não faço ideia qual a vida que agora levava tal como não faço ideia de que morreu. Segundo a informação divulgada, morreu de causas naturais. Não sei o que seja isso mas, para o caso, também não interessa. 

Não faz sentido dizer que é uma perda irreparável ou que não haverá outro igual pois, de uma maneira ou de outra, mais depressa ou mais devagar, tudo e todos somos perecíveis. Haverá sempre alguém que aparece e que também é genial e que deslumbrará os seus contemporâneos e os que um dia conheceram os que em tempos foram magníficos também irão desaparecendo. Os melhores dos melhores deixarão de ser uma memória para passarem a ser um nome, uma marca e ficarão algumas das suas criações. É sabido: vão-se os criadores, ficam as criações. Algumas ganham honras de peças de colecção com direito a exposição como a retrospectiva  Thierry Mugler - Couturissime que está no Musée des Arts Décoratifs de Paris, de 30 de Setembro de 2021 até 24 de Abril deste ano.


O vídeo que aqui partilho tem muitos anos e junta Thierry Mugler e George Michael (que morreu há já 6 anos). É um vídeo feérico, sedutor, sensual. Sendo ambos assumidamente gay, é fascinante a forma como souberam amar, compreender e louvar as mulheres.

I gotta get inside of you
And I'll show you heaven if you let me
I'd love to see you naked baby
I'd like to think that sometime maybe
Tonight, if that's alright. Yeah!

I'm gonna be the kind of lover that you never had)
Hey you're just too funky
(You're never gonna have another lover in your bed)
You're just too funky for me

(Would you like me to seduce you, is that what you're trying to tell me?)
(Everybody wants a lover like that)
Baby



Would you like me to seduce you?
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E, enquanto há vida, 
que viva a criatividade, a beleza, a exuberância da aventura e da descoberta e o amor pela vida 

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Uma terça-feira muito feliz

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