terça-feira, março 02, 2021

Depois de um dia banal, mais um, conselhos de decoração: os piores erros, o que é preciso parar de fazer

 


Bom. Dia nem sim nem sopas. Aliás: sopa, sim. Logo de manhã, antes do expediente, fiz uma suculenta sopa. Base que depois de cozida, moo: courgette, abóbora, cenoura, cebola, chuchu, nabo e, claro, como um certo crazy guy uma vez me ensinou, uma maçã. Confirmo: faz toda a diferença. Às vezes até ponho duas para que a diferença seja ainda maior. Com casca. Só lhe tiro o pé e as sementes. Depois retiro parte do caldo e nele, noutro tachinho,  cozo feijão verde aos bocadinhos e, quando estou quase a retirar, espinafres. No fim, antes de moer a base, junto generoso fio de azeite. A base moída, junto o feijão verde e os espinafres.

Depois desta obrigação, fui às restantes. 

Assustou-me um bocado começar a semana no dia 1 e logo um mês tão comprido. Gosto de meses que começam a uma sexta feira para, na segunda seguinte, o mês já ir com algum avanço. É absurdo, bem sei. Contraproducente. Despachar o mês para quê? Não faz sentido. Mas aconteceu-me pensar nisso com susto. Dei até por mim a contar os meses que faltam até ao verão. Tanta coisa para fazer em tão pouco tempo e eu a começar a semana a pensar em férias. Logo a seguir, ligou-me um jovem muito motivado, transbordante de energia. Tive que esconder o que me ia na alma para tentar estar à altura da sua garra.

Antes da caminhada do almoço, fui despejar as cascas dos legumes usados na sopa no lugar da compostagem na horta. Mas, porque mulher prevenida vale por duas, peguei na máquina e, de caminho, fui cheirar o jasmim e as rosas. E fotografar as rosas. Eram encarnadas, dantes. Sempre foram, diz a anterior proprietária que ainda não acredita em milagres. Agora são multicores. Uma loucura. Amarelas, lindas. Cor-de-rosa. Uma quase branca. E tão perfumadas que mal consigo deixar de cheirá-las. Um encantamento e, pelos vistos, um milagre.

Na horta uma flor branca, imaculada. E uma árvore toda em flor. Será macieira? Não sei. Mas umas florzinhas virgens e radiantes. Fotografei, maravilhada. Andavam abelhas em volta. Ainda consegui apanhar parte de uma. Cherchez l'abeille.

O almoço foi uma tigela de sopa e uma sandes com isca que tinham sobrado do outro dia. Pão quentinho, isca quentinha. E alface e rúcula dentro da sandes. De trás da orelha. No fim, laranja fresca e doce, a seiva ainda vibrante, viva. Para terminar ainda melhor, um little quadrado de chocolate preto.

A tarde foi de reuniões e telefonemas. 

Combinámos não arranjar compromisso para o fim da tarde. E cumprimos. Assim, mal nos despachámos, fomos ao supermercado. Dizia-me ele: despacha-te para ver se não apanhamos lá muita gente. Há algum tempo que não íamos. E o que tenho a dizer é que, uma vez mais, fiquei beige. Muita impressão me fez: muita gente. Tudo de máscara mas já sem que ninguém se desviasse de quem quer que fosse. Estava à procura de kefir e com uma pessoa a estibordo, outra a bombordo, mas mesmo a rasar. Só não fui abalroada porque sou velejadora atenta. Estava a escolher o pão e havia gente à ré e gente a querer pôr-se à proa. Tudo a poucos centímetros. Muita impressão. Não sei o que deu naquela gente toda. Já ninguém guarda distância. Tudo alegre, falando alto, chamando uns pelos outros. Já lá vai o tempo em que nos supermercados quase não havia ninguém, todos fugindo uns dos outros. Qualquer dia chego lá e já andam todos sem máscara, aos beijinhos e abraços. Será que acabou a covid e eu não sei?

Lá viemos com as nossas coisas. Aqui chegados, lavámos, limpámos, separámos, arrumámos. E, mal me vi livre dessa faena, peguei na máquina fotográfica e fui para a rua. Claro que o jardim já estava envolto em penumbra e frio. Ainda hesitei. Não quis reentrar para ir buscar um casaco senão ia perder tempo e quando voltasse já estaria noite-noite. Portanto, aguentei firme. Em momentos assim penso que o frio é psicológico.

Acabei por falar com a minha filha. A noite já pousada nas árvores, nos arbustos. Ainda pensei ligar, de seguida, à minha mãe. Mas impossível. Já estava a enrelejar. Até espirrei. Portanto, foi já em casa que falei com ela. O meu filho só ligou depois de jantar. Tudo de boa saúde, nas suas vidas. E isso é que é preciso. 
Não contei que, no sábado, tivemos calls com todos, os meninos crescidos, bem dispostos. E a minha mãe, milagre!, já a entrar à primeira. Agora as dúvidas concentram-se no telemóvel. É novo, mais sofisticado. Então, estranha tudo. O bisneto mais velho partilhou  a sessão e deu-lhe uma aula. Não sei se ela assimilou pois as tecnologias servem para a baralhar. Diz ela.

Foi assim este meu dia. 

Ah, já me esquecia. Quando tinha o cabelo molhado, de manhã, pensei que devia cortá-lo. Mas, com a preocupação de fazer a sopa, esqueci-me. Quando, mais tarde, passei em frente de um espelho desgostei-me: já estava seco e nitidamente comprido demais. Com a juba seca fica difícil mas não estive para me despir e voltar a molhar o cabelo. Fui buscar a tesoura grande da costura e foi assim mesmo, a olho, a eito. Talvez uns quatro dedos de altura. Custou: muito atrito. A tesoura não deve estar especialmente afiada e o cabelo seco apresenta um volume indomável. Mas nada que não se resolvesse em três tempos. Agora já me sinto mais leve. 

Se calhar estou a precisar de férias. No verão quase não tive férias. E se o ano passado foi dureza... Entre o natal e o ano novo não tive férias. Mas férias sem mudar de sítio serão férias? Penso que não. Portanto mais vale não pensar nisso.

Penso antes em pinturas e remodelações na casa in heaven. A minha filha tinha dito que o primeiro passo seria tirar a overdose de coisas que estão na zona da lareira. Há livros, há esculturinhas, velas. Sobretudo, livros. Se calhar terei que aliviar a concentração de livros que por ali há. Mas não sei onde colocá-los. Se calhar terei que trazer alguns para cá. 

Ah, ainda outra coisa: acho que o ninho das andorinhas ainda está vazio. Já o mostrei? Não me lembro. Quando será que elas vêm? E... se não vierem? Serão sempre as mesmas, ano após ano? Andorinhas já velhas voando por aí em busca de ninhos que ficam vazios durante meses, esperando que regressem. Será?

Bom. Voltando ao tema. Nisto de ver decorações, apareceu-me um vídeo que a-do-rei... A-do-rei!

A minha filha vai ficar cheia de prosa: é o que eu digo... é o que eu digo...

A palavra a Arvin Olano:


10 things you should stop doing to your house | the worst interior design mistakes



STOP THIS! 

1. Mirrors that look like windows
2. Matchy matchy accent colors
3. Copying showrooms
4. Too much texture
5. Painted arches
6. Over decorating
7. Themed rooms
8. Artificial scents
9. Crowded sofas
10. Wrong size rugs

Conselhos mais sábios. Muitos já estou a seguir. Outros estou quase.

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Desejo-vos um dia feliz

Saúde. Amor. 
Melhores dias virão.

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