sexta-feira, outubro 16, 2020

Escolher entre um homem de carácter e um sem carácter
(e escuso de dizer que o último é o Commander In Chief)

 

Enquanto jantávamos, vimos na televisão o Trump completamente encharcado em esteróides, gritando como um tresloucado, implorando pelo voto mas implorando de uma forma doentiamente histriónica e descabelada. Pretende fazer-se passar por macho man, por macho alfa, por invencível, por super-homem, por semi-deus. Mas é tudo tão estupidamente caricato que só dá vontade que os americanos atinem e percebam que, para o mundo, melhor fora que nem um único voto a besta quadrada tivesse.

Não há pessoas perfeitas e, se houver quem quase o seja, é de fugir a sete pés pois devem ser uns chatos que não se aguenta. Ao que consta, Joe Biden não é perfeito, parece que tem alguns esqueletos no armário, coisa de plágios na universidade e em discursos em início de carreira onde terá usado citações sem dizer que estava a parafrasear. Pediu desculpa, renunciou. E recomeçou. 

A campanha e as reportagens mostram-no agora na sua sofrida dimensão humana. Não sabia. Apenas sabia da dependência de drogas do filho mais velho. Não sabia que já lhe tinham morrido outros dois, uma menina, no mesmo acidente em que morreu também a primeira mulher, tendo sido ele a criar sozinho os dois meninos sobreviventes do acidente, e, mais recente, um dos filhos. Pensar que tem estado sujeito a tentativas de humilhação por parte de Trump a propósito do único filho sobrevivente revela bem o pulha que Trump é. Nada de novo mas, ao saber o trajecto de sofrimento pessoal que Biden tem percorrido, ainda mais aquele anormal cor-de-laranja da boquinha de rosa me enoja.

Razão tem Demi Lovato para dizer o que diz no seu Commander In Chief. Alguma coisa na sua voz (bem como alguma coisa no seu actual look -- e sabemos bem também o caminho torturado que ela tem percorrido) torna tocante o seu manifesto contra o que se passa nas ruas do seu país.

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