sexta-feira, julho 31, 2020

Ora vamos lá a ver: como é que se come melancia?



Não sou de dress codes, de etiquetas protocolares, de minhoquices que atormentam o espírito a troco de pouca coisa. Melhor: para ser completamente honesta, ser até sou mas tudo numa levezinha, como quem não quer a coisa para não parecer que estou a impor regras aos outros ou a dar lições a quem não está nem aí.

Mas há coisas que a gente, por muito que saiba como se portar em público, deve evitar. Coisas traiçoeiras, cheias de complicação, propícias a deslize. O meu pai falava que uma vez, casado de fresco, foi convidado com a minha mãe para um jantar em casa de um outro casal, gente que, para o local e para a época, representava a society. Pois bem, às tantas, sem medir consequências, espetou uma azeitona com o garfo. E, pimbas, a azeitona voou. E ele, desportista completo, com ela em pleno voo e na total discrição, apanhou-a e, como quem não quer a coisa, guardou-a no bolso. E toda a vida ele contou, sorrindo, o vexame que ia sendo. 

Por isso, eu digo: azeitona, pelo sim, pelo não, se não queremos falhar, a gente segura com a ponta dos dedos e come à mão mesmo.

Mas há outras coisas em que, por muita ensinação e treinamento, mais vale não arriscar. Ou o bicho vem tratado e destratado para a mesa, sem casca, sem espinha ou osso, sem pele ou caroço, ou o melhor é passar ao largo, fazer de conta que acha que é mais bonito se for decorativo.


Melancia, por exemplo. Ou é servidinha aos cubinhos ou bolinhas, sem sementinha preta, sem nada que atrapalhe, ou mais vale dizer que é linda, encarnadinha, molhadinha.

Mas há truques. Este, do vídeo, eu não sabia. Vivendo e aprendendo. Ora façam a gentileza de pôr aqui os olhos.



Mais: atenção ao sítio onde se escafundem os talheres. Que não se corra o risco de correr tudo bem e, no fim, quando foi tudo aprovado até à quinta derivada, passar-se pela vergonha de caírem os talheres ao chão. Quem vos avisa vossa amiga é.

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