Na volta, a chuva desfaz as ondas espaciais e o que aqui chega já vem deslassado, uma rede desmanchada. Mal consigo fazer alguma coisa no blog. Esta lentidão também me deslassa a vontade e o pensamento. Chove que deus a dá. Todo o santo dia. Escuro chuvoso, frio. A net, que é móvel, está empanada, sem mexer.
Há bocado, depois de um dia de trabalho e estando a janta despachada, sentei-me no sofá a ver se via as notícias, o meu marido ao meu lado. Ao fim de cinco minutos estava perdida de sono. Encostei a cabeça e foi tiro e queda. Passados uns minutos, ouvi os meninos e a minha filha a rirem. Admirados, como é que consigo dormir assim, sentada, a cabeça para trás. Elucido: quando me sinto cansada, basta encostar a cabeça, adormeço instantaneamente. Dormi uns dez ou quinze minutos e foi pena que fossem tão poucos. Mas soube-me bem.
Agora aqui, passa da meia noite e nada aqui mexe. O blogger está mudado e, até para escrever um post, me vejo à nora sem descobrir onde foi parar o lugar disso. Tenho que arranjar um turn around. Temo que um dia também desapareça esse subterfúgio e que fique sem ter como continuar a escrever. Coisas esquisitas que acontecem. Em cima disso, volta e meia fica tudo branco, a bolinha pensadora a andar è roda. Impaciento-me com isto tudo.
Chove com força. Sei que houve para aí cena armada em volta do Centeno mas nada disso me assiste. Apanhei as parangonas mas com desinteresse. Cá em casa ninguém liga a nada disso. Frioleiras, vizinhices, futileiras, cagadinhas em três actos. Não sei de que se trata mas entre o Centeno, com o seu ar de bom algarvio, com mil provas mais do que dadas, e a Mortágua com ar de dominatrix, a Drago, histérica a cansativa, ou outras que tais dou o meu voto ao Centeno. E isto sem saber de razões. A competência a e honorabilidade de um homem (ou de uma mulher) está muito acima do mediatismo, do imediatismo, do populismo, das cegadas que animam os media e pagam avenças a comentadeiros a metro mas pouco esclarecem. Nisto do BES ou Novo Banco quem fez porcaria, e porcaria da grossa, quem agiu levianamente (e, cá para mim, até ilegítima e a ver se não criminosaente) foi aquela maltosa dos PàFs com o beneplácito dessa alforreca que dá pelo nome de Carlos Costa. Tirando isso pouco mais tenho a dizer. Que Rios, Louçãs e demais acólitos se catem.
Tenho ainda a dizer outra coisa: não há pingo de pachorra para o ar e tom do rodrigo Guedes de Carvalho. Deu em pastor evangélico do reino de são covid. Sermões por tudo e por nada. Mal se percebe que vai começar com o sermão, fugimos a sete pés. Não sei o que lhe deu mas é insuportável. Beato, sentimentalista, padrecas, catequista, mestre escola do tempo da outra senhora. Nem sei. Não consigo aturar mais do que um minuto.
De resto, tenho a dizer que, a nível profissional, se prepara o regresso mas tudo na base do devagar-devagarinho, da prudência. Não consigo imaginar bem como vai ser a nossa vida. Nem quero pensar bem nisso.
Nesta vida protegida, consolo-me a ver como os meninos andam felizes, rosadinhos, bem dispostos. Vejo-os nas aulas, vejo-os brincalhões, queridos. E recebo fotografias de desenhos do bebé e encho-me de saudades dos que não estão aqui comigo. Essa é que é essa.
O meu marido foi ao supermercado à hora de almoço. Não trouxe metade do que pedi e, do que trouxe, trouxe em dose dupla. Pedi uma pá de porco, por exemplo. Trouxe duas, ambas gigantes. Para quê? Para andarmos a comer coisas repetidas? Não faz sentido. Fiz logo uma para o jantar. Assei no forno com batatas normais e doces, também assadinhas. Ficou um tabuleirozão quase a deitar por fora. Quando apareceu na mesa, cheiroso e dourado, despertou a gula. Mas acharam um exagero de muito. Pensei o de sempre, na minha inocência: a ver se dá para o almocinho de amanhã. Mas comeram de dar gosto. Sobrou mas não que dê para todos. Só depois me lembrei que eu devia era ter jantado chá. Por isso, amanhã ao almoço não digo que chá mas talvez kefir com fruta fresca e frutos secos. Se bem que os frutos secos também me insuflem. Se, ao menos, eu pudesse fazer big caminhadas sempre ia derretendo. Mas, com esta chuva, nem isso. Como é possível que este ano chova tanto...? A nossa terra vai ficar limpinha, despoluída, lavadinha. Está coberta de um musgo dourado, macio e bonito. As árvores e os muros têm líquenes. Os pássaros cantam de dar gosto. Só não é bom o frio e que fique tudo tão escuro. Faz-me muita falta o sol, a luz, o calor.
Tenho muito trabalho. O meu marido e a minha filha dizem que não faz sentido eu trabalhar tanto. Talvez. O meu filho também acha que não deveríamos trabalhar tanto, há tanto tempo. E, por vezes, sinto-me exausta, sem tempo para mim. Repito-me, não é? Passo a vida a dizer o mesmo. Mas a minha vida agora é isto e pouco mais tenho para dizer. Acho que mal me apanhe mais à solta e com bom tempo vou ter muita dificuldade em não mandar o corona à fava.
Isto está tudo desconexo. Uma mantinha de retalhos. Mas não dá para mais. Duas e tal da manhã. A net mais do que a pedal, quase não consigo mexer nisto. O editor do blogger todo desaparafusado. Uma lástima.
Vou mas é preparar-me para ter um sonho bom, a dream within a dream do Edgar Allan Poe. Rodeei-me do azul do Klein e, por causa das coisas, do Room with a view do menino Yiruma. Bem acompanhada estive.
E um bom dia.
Bom dia
ResponderEliminarSobre o blogger: pode ter atualizado inadvertidamente para a nova versão, que realmente é pouco intuitiva. No seu dashboard, faça scroll down e por baixo da coluna da esquerda, mesmo ao fim, está um botão que diz reverter para o blogger clássico. Espero ter ajudado.
Olá Lúcio!
ResponderEliminarSalvou-me a vida! Bolas. Que tormentos passei. A rede móvel péssima, a pedal, sem atar nem desatar, sempre a pensar, o computador em valsa lenta, tudo em branco, e o blogger virado do avesso...
Como é que a coisa virou para aquela versão não sei. Às tantas numa daquelas de martelar as teclas, em desespero, quando o computador veio a ele, percebeu que eu queria mudar de look.
Segui as suas instruções e lá está, virei para o clássico e já aqui estou, a ser capaz de encontrar as coisas no seu devido lugar. Gracias so much.
E tenho-o lido e visto. Tempos de mudança... e para quem está ligado a um dos sectores mais afectados por isto imagino as dúvidas sobre o que fazer. Mas às vezes as ideias nascem quando menos se espera. E num lugar tão arejado deve ser possível convencer o pessoal que não há corona que lá entre. Força.
E obrigada outra vez!