Voltou a chover e a estar frio e isso maça-me. Não basta não ter tempo para me pôr ao sol de papo para o ar como, cúmulo dos cúmulos, nem sol há para eu poder ter raiva por não aproveitá-lo.
E tenho a dizer que, como não tive que fazer o almoço, almoçámos rapidamente. Quando vinha de lavar os dentes, passei pelo quarto e vi o meu marido estendido em cima da cama, de pernas e braços abertos. Conferi: 'Estás vivo?'. Respondeu: 'Se me deixares, estou a fazer meditação'. Achei boa ideia. Peguei numa mantinha e fui deitar-me no sofá a ver se também meditava. Por causa das coisas, pus o despertador para daí por vinte minutos. Quando o despertador tocou já ele estava a trabalhar. Disse-lhe: 'Acho que não cheguei a meditar'. Ele confirmou. 'Adormeceste instantaneamente'. Não tive como negar mas, se foi, não foi por muito tempo.
No resto do tempo já não surgiu oportunidade de dormir ou meditar. Mas falei com um filósofo o que também produziu em mim um efeito curioso. Como estava zen não exerci o contraditório.
Numa outra reunião, tentei falar o menos possível para ver se não atraía. Penso que consegui. Mas fiquei a roer-me pois um zelig escapou incólume quando deveria ter sido punido. Mas o efeito da meditação ainda perdurava pelo que relevei.
Depois disso, por entre os pingos da chuva ao cair do dia, fui dar uma circulada. Ao regressar a la maison li uma coisa que despertou la pasionaria que há em mim; e, vai daí, não foi tarde nem cedo, enviei um mail daqueles que não fica pedra sobre pedra. Depois, rosnando o ¡No Pasarán! que palpitava dentro de mim, peguei nesse mail e dei conhecimento dele a mais cinco pessoas e, não contente com isso, enviei um mail ao primeiro a informar que tinha dado conhecimento do mail que lhe tinha enviado a ele a cinco que não são de se assoar. ¡No Pasarán!, não senhor. Isso é que era bom.
A seguir, satisfeita por já ter feito a má acção do dia, fomos jantar. Arroz de bochechas. Belo.
E, estando a jornada concluída, vim informar-me sobre os sucedidos do dia. Do lido, apenas um vídeo prendeu a minha atenção. No Guardian, uma senhora explicava a importância das emoções positivas para reforçar o sistema imunitário e para fazer face à neura do confinamento. Sendo eu toda adepta da boa onda, coisa que me é natural e, logo, involuntária, a verdade é que encanito com tudo o que me pareça conversa de xaxa, do tudo em cima e conversa do pensamento positivo e enlatado. Portanto, ouvi a senhora à espera de pensar que melhor faria ela se fosse dar banho ao cão. Ao cão ou à Margarida Rebelo Pinto, que também é toda moderna e positiva. Ou ao Valtinho que eu nisso estou como o Diogo que parece que também não vai à bola com aquela pia alma que destila positividade e ternurinha pelas leitoras mas que a mim só me dá ânsias. No entanto, achei que, na volta, a senhora tem é razão e a gente andar na boa e fartar-se de rir também mal não faz. E vai daí, segui o conselho dela, e pus-me a ver cenas bem dispostas.
Com vossa licença -- e que me desculpem os tristes, melancólicos e ensimesmados militantes -- aqui estão algumas das macacadas que já me fizeram rir. Riam também, está bem?
E este foi o vídeo responsável por isto tudo:
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E uma terça-feira bem disposta para si que aí está desse lado.
Bem, como não estou triste, nem ensimesmado, nem preocupado e como já percebi que terá um assunto mal resolvido com gatos, coitados dos bichanos, aqui lhe deixo uma cena da vida quotidiana capturada em pleno confinamento. ;-) http://4.bp.blogspot.com/_i068-YRiX6U/RgjitOcNWzI/AAAAAAAAAHo/68ez9XogNJY/s1600-h/jimmythecat02.jpg
ResponderEliminarA banha da cobra até seria uma coisa com graça se não andasse aí meio mundo a fugir de si próprio, evitando assumir o óbvio das suas vidas e encetar labor para a sua resolução. Agora, fartar de rir não faz mal a ninguém, bem pelo contrário e as suas propostas são do melhor que há!
ResponderEliminarQuanto ao valter hugo mãe não tenho grandes dados para dizer se confirmo ou infirmo essas impressões.
Ai a tia Rebelo Pinto, lá teve de fazer um "downgrade" à sua vida social. Esse pessoal passa férias aqui por São Martinho, aliás no princípio de setembro há sempre uma almoçarada de família.
Bem, há um bocado caiu aqui uma trovoada valente.
Um abraço, la passionaria.
Olá LF,
ResponderEliminarQue carinha tão linda, tão fofa, tão inocente a desse gatinho. Que coisinha mais fofa... Mas será que faria sentido pegar nele ao colo e dar-lhe beijinhos? Nem sei se se dá beijinhos a gatos. Eu dava montes de beijinhos à minha cadelinha.
Bons dias de confinamento, LF. E boas fotos. Gostei muito dessa.
Olá Francisco,
ResponderEliminarEu acho que a boa onda que é espontânea e simples e é boa para o próprio e leve para os outros não chateia ninguém. Agora aquelas teorias de cão de caça, com muitos moralismos à mistura, são uma seca e cheiram a embuste.
E aquelas socialites, cheias de boquinhas, com muito palavrão à mistura e cuja conversa borbulha são outra seca.
Quanto ao Valter é um santinho, um sonsinho, uma coisa muito adocicada. Outra seca.
Por aqui choveu a valer e também uma valente trovoada. Que raio de tempo este. Mas, enfim, mais vale que chova do que haja seca. E o campo está verdinho, o musgo muito fofo, tudo florido, uma beleza.
Um belo dia para si, Francisco.