As empresas andam um bocado desnorteadas. Querem ser amigas do ambiente, querem ser sustentáveis, querem ser seguras, querem ser rentáveis, querem ser familiarmente responsáveis, querem ser socialmente responsáveis, querem ser inovadoras, querem ser fiáveis, querem ser atractivas para atrair e reter talentos. E vários etc's. As prioridades atropelam-se e a sua missão e valores têm que ser reinventadas a toda a hora.
Mas, no meio disto, continua a fazer valer-se a ditadura da eficiência. Quando a malta anda assoberbada com mil assuntos, aparece a turma da eficiência a fazer levantamentos a ver onde se pode ser mais eficiente. Leia-se poupar. Leia-se reduzir pessoas. Uma praga. A malta já responde de qualquer maneira para lhes dar a volta e conquistar alguma paz. Mas não largam. E, quando a malta pensa que já os alimentou com muita palha, ei-los que voltam para revisitar os kpi's. Não deslargam.
Curiosamente, chego a casa, abro a caixa de correio pessoal e dou com um mail no qual Leitor, a quem desde já agradeço, me faz chegar esta história:
Um administrador de uma empresa recebeu um convite para assistir a um concerto e ouvir a "Sinfonia Incompleta" de Franz Schubert.
Estando impossibilitado de comparecer, deu o convite ao seu colaborador, responsável pela Organização, Sistemas e Métodos.
Na manhã seguinte o administrador perguntou-lhe se tinha gostado do concerto. Ao invés de comentários sobre o que ouvira e vira, recebeu o seguinte relatório:
R. nº 13/04
De: Organização, Sistemas e Métodos
Para: Administração
Ref: Schubert - Sinfonia Incompleta
1- Por um período considerável de tempo, os músicos com oboé não tinham nada para fazer. O seu número deveria ser reduzido e o seu trabalho redistribuído pelos restantes membros da orquestra, evitando-se assim estes picos de inactividade;
2- Todos os violinos da primeira secção, doze ao todo, tocavam notas idênticas. Isso parece ser uma duplicação desnecessária de esforços e o número de violinos nessa secção deveria ser drasticamente reduzido. Se for necessário um volume de som alto, isso poderia ser obtido através do uso de um amplificador;
3- Muito esforço foi despendido ao tocarem semitons. Isto parece ser um preciosismo desnecessário e seria recomendável que as notas fossem executadas no tom mais próximo. Se isso fosse feito, poder-se-iam utilizar estagiários em vez de profissionais;
4- Não há utilidade prática em repetir com os metais a mesma passagem já tocada pelas cordas. Se toda esta redundância fosse eliminada, o concerto poderia ser reduzido de duas horas para apenas vinte minutos;
5- Enfim, resumindo as observações dos pontos anteriores, podemos concluir que se o Sr. Schubert tivesse dado um pouco de atenção a estes pontos, talvez tivesse tido tempo para terminar a sua sinfonia.
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Pinturas de Wolfgang Lettl
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https://www.lettl.de/b0715.html
ResponderEliminarWolfgang Lettl: Opus 88 incompleta (2007)
Liebe Grüße
Florian
Devem ser uns obsessivos duma figa!
ResponderEliminarO que lhes falta sei eu!
Um abraço.
Com 230 deputados, não foi possível fiscalizar e controlar os desmandos dos ministros (MDN), conforme diálogo visto hoje, de análise de há tempos na AR:
ResponderEliminarCecília Meireles versus Ana Gomes, debitando sobre
Paulo Portas versus Rui Pena
Negócios sobre os joelhos, consultoras & luvas no Partido (aumento de depósitos no PS, citado pela CM)
Okt 23, 2014
Ora ponderando a inutilidade da presença de 230 deputados, todos com assessores e gabinetes de apoio, a existência da Comissão Parlamentar de Defesa,
a sua inutilidade nas questões abordadas entre Cecília Meireles a Ana Gomes, dos submarinos ás aeronaves, e alusões a consultores, luvas & cofres partidários;
a sua inutilidade perante ministros e generais que levaram a situações como a dos paióis de Tancos 2017, outras como a dos 130 milhões para helicópteros que nunca vieram,
para quê 230 mandarins em S. Bento e mais de uma dezena na CPDN?
Na CPD, não seria suficiente um por cada Partido?
A bem do Regime.
BM
Hi Florian
ResponderEliminarThanks a lot. There are some curious coincidences. I couldn't suppose that choosing Wolfgang Lettl to enter the post I was choosing a painter that had a painting referring precisely to the subject of the story. A strange and happy coincidence. And how did you discover this? I'm astonished with it.
I already inserted the Opus 88 in the post.
Thanks.
As you see, Florian, if I hardly write in english, german no way. But you're portuguese, aren't you?
Liebe Grüße
Olá Francisco,
ResponderEliminarNessa matéria, tenho que confessar que eu sou um deles, um desses 'obsessivos duma figa'. Para se estar no mercado, para os clientes escolherem as nossas empresas, temos que ser competitivos, temos que andar sempre a ver onde podemos melhorar. É uma obrigação que temos. É uma chatice, lá isso é, mas é assim mesmo. É matéria em que estou nos dois lados: no que quer melhorar e ser mais eficiente e no que já não tem pachorra para esta luta insana e inclemente. Mas há alternativa?
Abraço, Francisco.
Olá Bmonteiro.
ResponderEliminarSe não passasse das três e meia da manhã eu talvez conseguisse dizer de minha justiça sobre o que escreveu. Mas é pano que daria para tantas mangas e eu estou com tanto sono que, não leve a mal, terei que dizer apenas que concordo com muito do que diz mas acho que não com a conclusão.
Um bom domingo!