Diz Heraclito de Éfeso:
"Não compreendem que o que se opõe se reúne em si mesmo: harmonia de tensões opostas, como a do arco e da lira"
Esta "harmonia de tensões opostas", bela como a do arco e da lira, habita toda a grande arte grega: chaos e kosmos, natureza e geometria, Apolo e Dionysos, tumulto e medida.
Os troncos das árvores doem-me como se fossem os meus ombrosDoem-me as ondas do mar como gargantas de cristal
Dói-me o luar -- branco pano que se rasga
Desfaço durante a noite o meu caminho.
Tudo quanto teci não é verdade,
Mas tempo, para ocupar o tempo morto,
E cada dia me afasto e cada noite me aproximo.
Faz da tua vida em frente à luz
Um lúcido terraço exacto e branco,
Docemente cortado
Pelo rio das noites.
Alheio o passo em tão perdida estrada
Vive, sem seres ele, o teu destino.
Inflexível assiste
À tua própria ausência.
Murmurei o teu nome
O teu ambíguo nome
Segundo a lei de máscara do teu nome
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Poemas ou excertos de poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen em 'O nu na Antiguidade Clássica e Antologia de Poemas sobre a Grécia e Roma': a primeira parte, em prosa, é o início de 'Os Kouroi'. O primeiro poema é 'Pã', o segundo é 'Penélope', o terceiro é 'Homenagem a Ricardo Reis (V)', as três últimas linhas fazem parte de 'Em Hydra, evocando Fernando Pessoa' bem como o título deste post.
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A todos desejo uma boa semana
BitterSweet
ResponderEliminar"O que torna tudo tão complicado é que os tolos e os fanáticos estão sempre seguros de si, e os sensatos tão cheios de dúvidas."
Bertrand Russell
Se tivesse jeito
Cantaria feito
Folipo no cerejo
Bashō (a partir da tradução para Inglês por Lucien Stryk)
Olá! Com que então agora Jargão e os Prosonautas...? Grande nome!
ResponderEliminarGosto sempre muito de receber os seus comentários. É como receber uma cestinha com presentes e haver a surpresa de descobrir o que vem lá dentro. Gosto do que escreve e das músicas que vêm dentro das palavras e, no caso de hoje, ainda mais das palavras que estão dentro das músicas.
Acho extraordinário que desencante tudo isto - porque não acredito que seja enciclopédico a ponto de ter indexado, mentalmente, tudo isto. A minha cabeça algorítmica fica curiosa. Gostava de perceber quais as iterações que segue para lá chegar. Uma vez li que, no máximo, ao fim de seis iterações geralmente se consegue chegar onde se quer. Será que no seu caso é assim, por aproximações sucessivas? São perguntas retóricas, claro, pois já percebi que não responde às minhas perguntas.
Desta vez não percebi o 'folipo'. Ao ler, pensei que fosse um passarinho. Mas não, vi que folipo será um flocozinho de neve, por exemplo. E seria o som da aragem a bater no flocozinho de neve durante o tempo das cerejas? Será esse o sentido?
Seja como for é bonito. Obrigada.
Uma noite descansada, mil nomes.