sexta-feira, fevereiro 28, 2020

Be a Lady



Gostava de escrever umas palavras sobre este tema sem me colocar no centro do texto. Gostava de falar na qualidade de narradora e falar delas como se eu não fosse uma delas. Mas não tenho engenho e arte nem, sequer, distanciamento. Sou mulher, gosto de ser mulher. E já aqui o referi que uma das coisas que disseram de mim e que mais me agradou foi dito por um médico, por sinal indiano e lindo, a uma amiga comum: que eu era a mulher mais mulher que ele tinha conhecido. Quando ela, um bocado estupefacta, me contou isto eu fiquei tão agradada que ainda hoje, anos decorridos, penso nisso.

E conhecendo a vida difícil de muitas mulheres -- tal como conheço a vida difícil de muitos homens - e sabendo o peso cultural que sobre elas se abate, ainda mais sinto a necessidade de me solidarizar e sentir empatia em relação a todas as observações a que são sujeitas e tudo aquilo a que se sentem obrigadas.

O vídeo que abaixo partilho é um vídeo poderoso. Contudo, acho que pode ficar a ideia de que as mulheres são exclusivamente umas vítimas, umas pobres coitadas, fracas e indefesas. E não são isso. Ou, pelo menos, não apenas isso.


Mas as mulheres são também corajosas, lutadoras, alicerces, esteios, pináculos, e são resilientes, bravas, umas leoas, umas lobas. 

Gosto de ser mulher e tenho muito orgulho em ser mulher. Por isso, partilho o vídeo porque é muito verdadeiro mas aqui deixo registado que acho que o que ali se vê é apenas parte da história.

Cynthia Nixon: Sê uma Senhora, dizem 



As duas fotografias são obra de © Letizia Battaglia

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