Sendo um ano que veio para ficar e em que, como tenho dito, acredito que pelos melhores motivos, a verdade é que 2020 começa com o planeta em tumulto. Para além dos inclementes desastres, pairam ameaças no ar, muitas.
E nós, por cá, pelo nosso luso-burgo -- recanto e refúgio, lugar de hospitalidade e de paz -- temos tido algumas notícias que perturbam.
Os dois crimes que vitimaram dois jovens, dois crimes fortuitos, fúteis, absurdos como são todos os crimes, um em Lisboa, em pleno Campo Grande, e outro em Bragança, inquietam. Ainda por cima, aparentemente, os suspeitos são jovens, alguns ainda menores. A violência banalizada, como um jogo, como um filme. Tão banal agredir, esfaquear, roubar. Matar apenas uma etapa num jogo. Ou isso ou a ausência de sentimentos. Perturba muito.
Os dois crimes que vitimaram dois jovens, dois crimes fortuitos, fúteis, absurdos como são todos os crimes, um em Lisboa, em pleno Campo Grande, e outro em Bragança, inquietam. Ainda por cima, aparentemente, os suspeitos são jovens, alguns ainda menores. A violência banalizada, como um jogo, como um filme. Tão banal agredir, esfaquear, roubar. Matar apenas uma etapa num jogo. Ou isso ou a ausência de sentimentos. Perturba muito.
Depois a morte de uma menina depois de ter tido alta de um hospital privado. Sei que é uma coisa que acontece. Estão sempre a acontecer situações inesperadas e fatais. Mas quando é uma coisa assim, ainda para mais com uma criança, parece que pesa ainda mais. E depois as perplexidades. Ainda não se sabe. Decorrem inquéritos. Mas. São vários os mas, são várias as dúvidas.
Afinal, se calhar, não são apenas os hospitais públicos que não se recomendam. Várias vezes aqui me tenho interrogado sobre o que leva a Ordem dos Médicos ou a dos Enfermeiros a insurgirem-se quanto às condições de trabalho nos hospitais públicos como se nos privados tudo fosse um mar de rosas. Ora, será que é? Pergunto. E o que leva a comunicação social a fazer reportagens desprovidas de conteúdo à porta de alguns Centros de Saúde onde faltam dois médicos e a esquecer-se de averiguar o que acontece nos privados? E a CGTP, que tão justamente luta contra a precariedade e os salários baixos, já alguma vez cuidou de saber o que se passa nos hospitais privados? Ou a sanha acusatória está guardada em exclusivo para atingir o Serviços Nacional de Saúde? Pergunto. E o que atormenta é sobretudo isto: a questão de saúde pública.Seria importante para a nossa paz de espírito sabermos que, em caso de necessidade, seremos bem atendidos, por profissionais competentes e cuidadosos, seja em que hospital for, públicou ou privado.
Mas não quero alimentar especulações: há vários organismos e instituições mais do habilitados para averiguarem e estudarem o que se está a passar e espero que o façam. Rapidamente. Com transparência.
Limito-me, pois, a acabar o meu dia com mais um momento. Resiliência. Paciência e determinação. Força. Inclusão. Música, dança, liberdade do corpo. Leveza para melhor suportarmos os pesos do mundo.
O mundo pode ser um lugar menos perigoso. Mas, caraças, temos que ser exigentes. Temos que querer respostas: respostas sérias, convincentes. Temos que não descansar enquanto não estivermos esclarecidos, descansados.
Para já, acredito que a música nos ajuda a ser melhores. Ouçamos, vejamos.
O mundo pode ser um lugar menos perigoso. Mas, caraças, temos que ser exigentes. Temos que querer respostas: respostas sérias, convincentes. Temos que não descansar enquanto não estivermos esclarecidos, descansados.
Para já, acredito que a música nos ajuda a ser melhores. Ouçamos, vejamos.
Rising Appalachia - Resilient
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Ainda bem que não me perguntam pelas minhas escolhas pois as razões nunca são muito óbvias.
Desta vez escolhi fotografias da série Sophie by Camille Vivier
Desta vez escolhi fotografias da série Sophie by Camille Vivier
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E queiram, por favor, descer até ao post abaixo onde dois gigantes tatuados voam juntos.
E queiram, por favor, descer até ao post abaixo onde dois gigantes tatuados voam juntos.
Não confundir as questões. Se num hospital privado – que é uma empresa privada (convém sublinhar) de saúde - há carências, é algo que ultrapassa os contribuintes. Diz respeito, tão só, a quem aos clientes (foi assim que ouvi um Director de um Hospital privado tratar os seus utentes) que o frequentam. Se um hospital privado tem falta de médicos, enfermeiros, administrativo, auxiliar, etc, é uma questão que compete á gestão dessa mesma unidade hospitalar privada e, em última instância, ao CEO dessa rede privada hospitalar.
ResponderEliminarJá as carências dos hospitais públicos dizem respeito e devem preocupar todos nós, os contribuintes e quem deles faz uso, a (ainda) maioria da população portuguesa. Embora, muita gente com bons salários no sector privado ou nunca acedem ao SNS, ou raramente o fazem, ou só mesmo quando a unidade privada não consegue tratar ali o seu paciente e envia-o para um hospital público.
Por conseguinte, minha cara senhora, convém não fazer confusões e misturar alhos com bugalhos. A mim, como médico a trabalhar no SNS e em hospitais públicos preocupa-me e muito o estado em que os diversos governos, entre os quais este, vão deixando cair e degradar o nosso SNS, os nossos hospitais, os nossos centros de saúde, com médicos, enfermeiros e restante pessoal mal pago, para além das carências que se vão registando ao nível, por exemplo, do determinado equipamento, limpeza, camas (já se perderam nos últimos anos cerca de 2.000 camas em unidades públicas, enquanto o sector privado ganhou outras tantas), etc.
É curioso assistir-se à cada vez maior construção de hospitais privados (veja-se por exemplo o quase pronto hospital da CUF em Alcântara, de grandes dimensões, que irá substituir aquele na Cova da Moura) e, nesse sentido, ao aumento de camas hospitalares privadas, enquanto se degrada o serviço público de saúde e o SNS.
Resumindo, os problemas das empresas privadas se saúde não me dizem respeito, nem me interessam. É um negócio privado. Já aquilo que os contribuintes pagam e acabam mal servidos diz-me respeito e preocupa-me, enquanto médico no SNS.
De facto, não me parece sequer necessário uma análise profunda ro aumento exponencial do sector privado na saúde (nos últimos 10 anos claramente visível ao nível hospitalar) na sua correlação com o desinvestimento e degradação do SNS. As explicações parecem-me óbvias e não vejo políticas capazes de reverter este fenómeno. Julgo que será óbvio (infelizmente) caminharmos para um sistema ainda mais misto, onde o estado irá contratualizar a essas entidades privadas a prestação de serviços ao SNS. Chegará o momento em que apenas irá restar a rede de IPOs e eventualmente o D. Maria, o São João e os HUC como hospitais detidos pelo estado (ainda que até a estes possa ser concessionada a sua gestão). É o que é. Mas acho que 2020 é o ano do ponto em que deixa de ser exequível um retorno a um sector de prestação de serviços na saúde detido e gerido maioritariamente pelo estado.
EliminarAbraço,
Rica UJM,
ResponderEliminarÉ inadmissível que se façam diagnósticos tão levianos, sem avaliar todas as hipóteses plausíveis sob o plano somático.
Haja capacidade de olhar para dentro e perceber quando se está em risco de fazer asneira.
Um belo serão!
Olá Doutor,
ResponderEliminarA minha dúvida (ou melhor, uma das minhas dúvidas) é: no Privado paga-se melhor do que SNS? Duvido. E outra dúvida: o que falta no SNS? Mais pessoal? Mais dinheiro? Ou mais organização. No outro dia calhou jantar com um gestor de uma unidade hospitalar que conhece bem os dois sectores. E diz ele que no Privado há um tal regime de horários, horas extraordinárias e respectivas compensações e etc que forçosamente nunca haverá médicos que cheguem. Não me lembro se ele falava de médicos mas não sei se não se aplica a enfermeiros ou demais pessoal. Ora, da maneira como ele falava, fiquei com a ideia que no Privado não haveria nada disso.
Pergunto-me, Doutor: não será que muito da crise do SNS não resulta de coisas assim: regimes especiais, desorganização, etc.
E o que me preocupa com o que, eventualmente, se passe também no Privado é que quem vai a um hospital privado vai a pensar que vai ter cuidados e atenções que num público não terá. Ora, na volta, se calhar não é bem assim.
Já agora, se me permite o abuso: com tanto hospital, como é que é possível que haja tanta fila de espera, tão mau serviço por todo o lado? Antes não havia tanta oferta e parece que os poucos hospitais que existiam davam bem conta do recado.
E outra coisa: não será que, face a tanto hospital, fazem falta médicos? E não é verdade que é a Ordem dos Médicos que condiciona a abertura de vagas para mais alunos, parecendo recear que, com mais médicos, falte o trabalho aos existentes?
Enfim. Dúvidas que tenho. Se não lhe apetecer esclarecer-me, não se ensaie de me dizer que vá chatear outro, está bem?
E obrigada pela sua opinião.
Dias felizes para si.
UJM,
EliminarSei que não me questiona a mim mas permita-me a intromissão. Sobretudo por essa história da falta de médicos e do (suposto) lobi para não abrirem mais cursos e vagas.
Sugiro este estudo, onde se perceberá que a escassez é mais circunstancial (fruto de uma falta de planeamento no passado) e maior em certas especialidades que outras. Existe depois o tempo que demora a formar um médico especialista (6+4anos?) E ainda quem lhe dá a formação (a escassez é também da ausência de quem forme...e com os médicos cada vez a desdobrarem-se entre o privado e o público...).
https://www.almedina.net/sa-de-2040-necessidades-de-m-dicos-e-enfermeiros-em-portugal-1563804687.html
Olá Francisco,
ResponderEliminarO inquérito que está a ser levado a cabo dirá o que se passou. Mas que, do que se sabe, é chocante lá isso é.
Sabe uma coisa: bom, bom é a gente não ter que ir parar a um hospital... A última vez que estive com o meu pai no hospital, nas urgências, aqueles corredores pareciam um campo de batalha. Uma coisa terrível.
Mas nada custa mais do que saber que uma menina, aparentemente saudável, morreu por não ter sido correctamente tratada. Uma dor.
Abraço, Francisco.
Paulo, olá,
ResponderEliminarNo outro dia almocei com uma espanhola que contou maravilhas do serviço público de saúde em Espanha: hospitais sem enchentes, limpos, sem crises, os doentes satisfeitos, sem que o orçamento seja tema.
Deu vários exemplos para demonstrar como, em opinião dela, tem tudo a ver com organização.
Ora por cá parece que se perdeu o pé. Com tanto dinheiro que se gasta, proporcionalmente mais do que em grande parte dos países onde não há razões de queixa, o que se passa?
É que não creio que o PS queira acabar com o SNS. Creio é que há para ali um qualquer monstrinho oculto que anda a corroer o funcionamento daquilo tudo.
Dê uma ajuda nisso, Paulo. Não haverá por aí nenhum daqueles investigadores que sabem como se planeiam coisas deste tipo...?
Abraço, Paulo!
Cara senhora,
ResponderEliminartocou num ponto em que estou inteiramente de acordo consigo: a Ordem dos Médicos condiciona o número de vagas para mais alunos a formar. Podia-se muito bem baixar as médias de acesso às universidades. Um aluno de 19 não é, à partida, necessariamente um futuro bom médico. E o contrário, um aluno de 15 pode muito bem vir a ser um excelente médico. Quanto ao estado dos hospitais públicos, sob todos os aspectos, tem a ver com duas coisas: a falta de investimento por parte dos Estado (governos) em muitas áreas, a par de melhores vencimentos aos médicos e enfermeiros, etc e também uma melhor gestão hospitalar - cujo gestor pode ser público, não tem de vir do privado, mas terá de ser competente. Há-os, mas poucos, em abono da verdade. Deste modo, o Estado deveria formar gente, gestores hospitalares, que em cooperação com o pessoal médico e enfermagem, pudesse fazer um serviço mais competente na diversas administrações hospitalares.
Por fim, oxalá que a "profecia" de um seu Leitor, Paulo B, não se concretize.
Quando olhamos para o que outros países, como, sobretudo, os nórdicos, fazem no campo da Saúde, perguntamos: porque é que não se consegue fazer o mesmo aqui? Porque não há vontade política. Não se quer!
UJM, reparei agora que ontem um longo comentário que tinha escrito sobre o tema não foi publicado - provavelmente porque se perdeu algures no cyber-espaço. Mas permita-me insistir, recapitulando / sumariando aquele rosário argumentativo que tinha preparado para partilhar aqui:
ResponderEliminarMas começo por uma declaração de interesses: Eu não sou especialista, investigador ou profissional da área. Acompanho esta dimensão das políticas públicas por interesse pessoal (utente regular, familiar de utentes regulares, cidadão interessado no tema). No entanto, estando profissionalmente ligado à investigação em políticas públicas / planeamento territorial, estes temas acabam por ter sempre um interesse profissional - ainda que não seja especialista na área.
Não acho que o PS queira acabar com o SNS. Não foi esse o meu foco de crítica ali em cima. Genuinamente acredito que simplesmente estamos perto de um ponto de não retorno na configuração do SNS. O SNS é um sistema que em termos programáticos tinha a ambição de ser universal, praticamente único e de prestação por entidades públicas. Na prática, por constragimentos ao nível das finanças públicas e pela necessidade de colocar um sistema "revolucionário" de pé em muito poucos anos, o SNS foi-se configurando como um sistema misto (onde umas partes dos serviços são detidos e prestados por entidades públicas e outras partes são contratualizadas pelo estado ao setor privado). Este "equilibrio" não só sempre foi gerador de tensões entre o público e privado, como se tem transformado de forma muito rápida - quer por razões internas, quer por via das transformações sociais (ex.: envelhecimento demográfico acentuado, desertificação do interior e pressão populacional no litoral, etc). Registe-se ainda que a capacidade de se fazer planeamento atempado e estratégico é uma dificuldade transversal à sociedade portuguesa, sejam os atores públicos ou mesmo privados. Portanto, sim, existe um problema de gestão / administração. Mas - até pelas experiências que vou tndo pessoalmente - é um problema ao nível do planeamento / gestão estratégica, onde o papel dos atores políticos é também relevante.
Ora, ao nível desta estratégia macro está também o problema do SNS como sistema misto. Por vezes não temos consciência, mas se analisarmos um bocadinho rapidamente veremos que são muitas as valências do SNS que são contratualizadas pelo estado ao setor privado e social (ex.: a esmagadora maioria dos exames complementares de diagnóstico, a distribuição e dispensa de medicamentos, o transporte de doentes, os serviços de limpeza, alimentação, segurança e auxiliares de ação médica de unidades hospitalares e outras unidades, bem como muitas outras áreas). A nota dominante das políticas públicas dos sucessivos governos (PS ou PSD...) tem sido aprofundar a contratualização de cada vez mais serviços ao setor privado e social: é a construção de unidades hositalares, é a contratualização da gestão, é a contratualização de serviços médicos - desde cirurgias ("cheque cirurgia, lembra-se?"), saúde oral, dispositivos médicos, fisioterapia, cuidados contínuados etc etc - chegando-se ao ponto mais recente, em que uma grande parte dos médicos (e outros profissionais), nomeadamente nos serviços de urgência hospitalar, são contratualizados a empresas de recursos humanos (o outsourcing, tão popular como medida de gestão financeira nas grandes empresas...).
Sublinhe-se que não digo isto para diabolizar o setor privado. Pessoalmente considero que há áreas onde o setor privado não é propriamente eficiente - ou mais eficiente que a prestação direta pelo setor público; porque são áreas em que os principios do mercado concorrencial falham redondamente e as lógicas de eficiência que norteiam, naturalmente, o setor privado, não devem pesar tanto (sim, a eficiência financeira é importante, mas não pode ser o objetivo único da prestação de serviços no SNS... digo eu...).
(cont.)
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ResponderEliminarPortanto, chegamos a um ponto em que as sucessivas opções de política pública no âmbito do SNS fizeram crescer de tal modo o setor privado (transferindo não só recursos financeiros como Know-How) em que a configuração de um SNS tende irremediavelmente para uma lógica cada vez mais privada a todos os níveis. Não é o fim do SNS, é a sua transformação para uma configuração onde o papel do estado será cada vez mais de regulador e contratualizador - por oposição a um modelo mais equilibrado ou mesmo tendencialmente mais público (no sentido de a prestação dos diferentes serviços no SNS ser diretamente assegurada por entidades públicas).
Acresce ainda um elemento não desprezível: a par do SNS - e à medida que fui fazendo chorudos lucros (financeiros e de conhecimento) - o setor privado foi construindo todo um sistema. Um sistema que durante muito tempo se posicionou como complementar (o exemplo mais claro é a rede de hospitais privados) e muito assente naquilo que é lucrativo (não tanto a saúde, mas sim o "bem-estar"... das termas à charlatice das medicinas alternativas, à facilidade e baixo custo de consultar um especialista, etc). Note-se também o crescimento brutal do setor privado a reboque de benefícios direta ou indiretamente incentivados pelas políticas públicas: a ADSE, os pacotes de seguros de saúde impingidos pelas grandes empresas aos funcionários (que permitiam acenar com benefícios e regalias que para mais não são tributadas como as remunerações convencionais) e ainda os seguros (obrigatórios) de acidentes de trabalho (que recorrem, sempre que possível, ao setor privado). Por fim, na crise financeira que atravessamos, vai daí que uma parte significativa dos grandes grupos privados no setor da saúde foram vendidos a grandes conglomerados financeiros internacionais.
Dada esta configuração atual do SNS, com um papel enorme dos (múltiplos) agentes privados, torna-se cada vez mais evidente uma certa ingovernabilidade do SNS. Parece-me que estamos num ponto de não retorno, em que só resta uma gestão circunstancial e de curto prazo, porque qualquer alteração de fundo que possa ocorrer só poderá seguir na direção de um estado que cada vez mais se limite a um papel de contratualizador e regulador. Talvez esta solução não seja assim tão má como se possa pensar ("ideologicamente" é claro que não me agrada...) mas os sinais (e as experiências "lá fora") não são positivos... ou talvez seja só a minha "cegueira ideológica"...
PS 1: UJM, agora permita-me ser menos correto: ai ai ai essa "bocazinha" à CGTP... porque não perguntar o mesmo sobre a UGT? Mas também lhe digo que é óbvio que as organizações sindicais falem sobretudo pelos trabalhadores que lá são filiados... e se a filiação no setor público já é baixa no geral... então no setor privado... ui ui. A "sindicalização" é muito mal vista por muitos patrões... e com vínculos precários ainda mais dificil e arriscado é fazê-lo. Veja o exemplo da FENPROF e do Mário Nogueira. É uma das principais organizações sindicais também no ensino superior e na investigação científica. No entanto, naturalmente que grande parte das iniciativas que toma (especialmente as visiveis) são direcionadas para os professores... que em número de filiados ultrapassam signficativamente os números do pessoal do ensino superior e investigação científica.
PS 2: Uma das últimas e grandes reformas do SNS, que, não obstante muitas críticas que faço, não deixo de bater palmas a muitos bons princípios, ocorreu nos governos do PS de Sócrates e do ministro Correia de Campos. Três eixos muito relevantes: a política do medicamento / genéricos, a reforma dos cuidados de emergência hospitalar e os principios de reorganização dos cuidados primários (programa das Unidades de Saúde Familiar, com gestão por objetivos, autonomia, planos plurianuais de financiamento, etc).